CAPÍTULO VINTE E OITO

SPENCER.

A grande ponte de concreto mantinha suas grades escuras e tão juntas. Apenas a luz da Lua conseguia talhar o caminho a ser percorrido em lentidão, quantos paralelepípedos deveria passar e quantos postes de luz ignorar. As grades eram medianas, mal presas ao ponto de balançar quando um peso qualquer se apoiava nelas.

A noite era um grande lençol meio transparente de neblina crescente e nem mesmo a Lua conseguia iluminar tão bem. O velho carro foi estacionado ao centro com as luzes ligadas onde seria possível enxergá-la melhor. A figura estava deitada docemente sobre o concreto, os braços e pernas bem esticados e os cabelos eram um amontoado de fios ondulados e dourados como ouro. As vestes eram brancas cobrindo cada centímetro do corpo, deixando apenas o pescoço e os pés para fora, tão pequenos e pálidos pela morte.

Se fechasse os olhos, Spe

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