Silvia foi de manhã até a revista, tinha esquecido o notebook e não queria deixar para segunda. Depois de ver David com Katiuska, decidiu passar seu domingo trabalhando para não correr o risco de ficar pensando à toa.
Entrou e foi direto para sua sala, colocou o notebook na bolsa e caminhou para a porta, parou quando Lorena surgiu na entrada, Silvia levou um susto, não por vê-la ali, mas ao ver o rosto dela em questão.
Deu dois passos longos para trás quando Lorena apontou uma arma contra ela.
— Não tente nada, ou eu acabo com você aqui mesmo.
— O que você quer?
— Pega seu celular e liga para a ruiva. Chama ela, convença ela para que venha, a convença. Se ela não vir, você morre.
— Pare de me ameaçar.
— Liga! — Lorena gritou. — Liga agora.
— Tudo bem. Calma. — Silvia colocou a bolsa na mesa.
— Se tentar algo, mato v
Meses depois, Lorena foi condenada e pegou vários anos de prisão, na primeira visita de Antonela, ela maltratou a mãe como sempre fazia, na segunda visita, também, mas nas próximas Lorena estava diferente, distante, sem falar muito, Antonela ia visitá-la, era sua filha, mesmo com o que fez, ela nunca deixaria de ser sua filha.Fabíola precisou viajar por um tempo para as gravações da novela, Rafael a acompanhou, mas ela nunca deixou de mandar notícias para Alexandre sobre o filho. Para descobrir o sexo do bebê, ele a acompanhou. Com o tempo ela e Joana se tornaram amigas, não existia rivalidade por parte de Joana, ela não era ciumenta e diferente da loira, era muito segura de si, de qualquer forma, Fabíola já estava bem mais diferente, uma outra pessoa, uma pessoa muito gentil.Katiuska abriu seu coração para David, os dois passaram um bom tempo em um relacionamento à distância, até ela aceitar seu pedido para ir morar com ele nos Estados Unidos. Ma
Alexandre encarou o médico por alguns segundos, não estava entendendo o que o homem de jaleco branco estava tentando lhe dizer. Ou melhor, não queria aceitar.— Minha filha está morrendo?Ele perguntou sério, como se o médico tivesse dito a coisa mais absurda do mundo e talvez tivesse, Merida era sua menininha de cinco anos, mal tinha acabado de vir ao mundo, tinha tanta coisa para viver ainda, ele ia levá-la para a Disney, claro quando lhe sobrasse tempo, pensando bem, depois que tudo isso passasse, ele com certeza ia dar um jeito de levá-la aonde quisesse, menos para o túmulo. Não, isso nunca.— Sua filha perdeu muito sangue e não temos um doador compatível, já comentei sobre isso. Não temos muito tempo. Estou dizendo isso para que você se prepare.— Eu não vou me preparar para enterrar minha filha. Ela só tem cinco anos.Ele esbravejou.— Sinto muito. — O médico falou no automáti
Semanas antes...Joana encarou a palavra fim no final da página e sorriu, acabava de terminar a história de fantasia que lhe daria tudo o que sempre sonhou.Sonhava em se tornar uma grande escritora, queria que o mundo todo lesse as histórias que gritavam em sua mente como se estivessem presas e precisassem ser libertas.A ruiva era amante das letras, amava escrever, inventar histórias e seu maior desejo era que seu trabalho e talento fossem reconhecidos.A obra literária foi enviada para uma editora, a maior da cidade vizinha onde ela morava, não demorou muito para receber uma proposta, ela mal se aguentou de tanta felicidade, ela foi a única, porque ninguém em sua casa a apoiava.Ela, os pais e a irmã mais velha moravam em um sítio, para eles, ser escritora estava longe de ser algo grandioso, ela nunca se importou com a opinião deles.Joana acreditava em si mesma
Joana ainda estava muito confusa, salvou a vida da garota e agora tinha um emprego.Farrapim tinha razão, tudo se ajeita e ela estava desconfiada por tudo parecer tão fácil.Ela não gostava de coisas assim, o velho ditado rondava em sua cabeça, “ felicidade de pobre dura pouco” e ela estava cansada de tanta decepção.Alexandre tinha deixado seu quarto quando o médico avisou que a filha dele tinha acordado, Joana até se levantou para ir junto, mas o doutor a fez deitar-se novamente quando suas pernas fraquejaram e ela foi obrigada a voltar a se deitar.Estava ali e não podia sair, nunca gostou de hospitais.A porta se abriu e ela olhou curiosa em direção a ela.Uma mulher, não muito velha, muito bem vestida caminhou até a cama. Tinha um sorriso doce e adorável.— Oi, meu bem.— Quem é a senhora?— Meu no
Joana acordou com Mousse lambendo seu rosto e abanando o rabinho enquanto fazia sapateado com as patinhas em cima do rosto dela.Ela riu e coçou os olhos.— Ai, garoto, se controla.O afastou um pouco e sentou-se na cama macia.Olhou ao redor lembrando de onde estava, na casa da menina ruiva, no quarto que o pai dela disse que ela podia ficar.Ele tinha voltado ao hospital enquanto ela arrumou as poucas mudas de roupas que tinha levado e não perdido enquanto ficou na rua e as roupas que Antonela lhe deu.Depois disso caiu no sono, então não sabia que horas eram ao certo, mas pela maneira como se sentia, o sono fora longo e pela janela podia ver que o sol estava se pondo.Quando a barriga roncou pegou Mousse no colo e saiu do quarto.Desceu a grande escada e encontrou a cozinha.Colocou o cãozinho no chão e abriu a
— Você já conhece a Joaninha?Merida cutucou Rafael, o fotógrafo era um rapaz bonito de uns vinte e oito anos, tinha olhos azuis e sorriso gentil. A garota o adorava.— Já fomos apresentados.Ele respondeu sorrindo em direção a moça, admirado com a beleza dela. — Ela salvou minha vida e agora está cuidando de mim.Merida abraçou Joana pela cintura e a moça sorriu encantada.— Você merece uma amiga assim Merida.Rafael comentou e Joana sorriu sem graça.Fabíola se aproximou da irmã enquanto Raissa observava a ruiva com o fotógrafo.— E este olhar Rai? Ciúmes?— Do que está falando?— Ora, Rafael. Você sempre deixou claro que ama o fotógrafo e agora ele está lá babando pela ruiva.— Fabíola pelo amor de Deus, você não tem nem noção do que diz. Quem está morrend
Lorena levantou-se da cadeira da sala de Silvia.— Ele o que? Como puderam? Que traição é essa?— Traição? Lorena, não lançamos um rosto novo há tempos.— Eu basto, já disse.— Do que tem medo? Que ela roube seu lugar? Achei que você fosse mais segura de si. Sempre me pareceu isso.Silvia a provocou.— Eu sou segura de mim.Silvia arrumou-se em sua cadeira e encarou a modelo em sua frente.— Olha Lorena, não adianta você vir aqui latir para mim, o dono da revista é o senhor Douglas e se ele quer a ruiva, você não pode impedir.Lorena assentiu engolindo em seco tudo o que ela disse. Não adiantava discutir, Silvia era a editora chefe da revista, ali era maior que Lorena e se quisesse ferrar com sua vida, ela conseguiria.Por isso Lorena manteve a boca fechada, mas na cabeça, sua mente já maquinava com planos para reve
Alexandre abriu os olhos e diante dele estava um lindo rosto adormecido de forma serena e doce, os cabelos vermelhos bagunçados espalhados pelo rosto, sentia tanta vontade de tocar, tirar os fios do rosto dela e acariciar cada cantinho, se conteve, não tinha o direito de fazer isso.Joana abriu os olhos, sorriu de canto ao encarar os olhos verdes dele, era como acordar e ao mesmo tempo estar sonhando.— Mas o que é isso?A voz estrondosa interrompeu seu sonho, Alexandre sentou-se no colchão e Joana também, meio zonza.— O que é isso?A voz perguntou outra vez e Joana identificou Katiuska. Parecia brava e perplexa.Merida apareceu correndo da cozinha.— Por quê vocês dois está dormindo aqui? E juntos?— Ontem o papai saiu com a Fabíola e nós, Joaninha, eu e o Mousse, acampamos na sala. O papai dormiu aqui quando chegou.— Ah, e a men