Lorena levantou-se da cadeira da sala de Silvia.
— Ele o que? Como puderam? Que traição é essa?
— Traição? Lorena, não lançamos um rosto novo há tempos.
— Eu basto, já disse.
— Do que tem medo? Que ela roube seu lugar? Achei que você fosse mais segura de si. Sempre me pareceu isso.
Silvia a provocou.
— Eu sou segura de mim.
Silvia arrumou-se em sua cadeira e encarou a modelo em sua frente.
— Olha Lorena, não adianta você vir aqui latir para mim, o dono da revista é o senhor Douglas e se ele quer a ruiva, você não pode impedir.
Lorena assentiu engolindo em seco tudo o que ela disse. Não adiantava discutir, Silvia era a editora chefe da revista, ali era maior que Lorena e se quisesse ferrar com sua vida, ela conseguiria.
Por isso Lorena manteve a boca fechada, mas na cabeça, sua mente já maquinava com planos para reve
Alexandre abriu os olhos e diante dele estava um lindo rosto adormecido de forma serena e doce, os cabelos vermelhos bagunçados espalhados pelo rosto, sentia tanta vontade de tocar, tirar os fios do rosto dela e acariciar cada cantinho, se conteve, não tinha o direito de fazer isso.Joana abriu os olhos, sorriu de canto ao encarar os olhos verdes dele, era como acordar e ao mesmo tempo estar sonhando.— Mas o que é isso?A voz estrondosa interrompeu seu sonho, Alexandre sentou-se no colchão e Joana também, meio zonza.— O que é isso?A voz perguntou outra vez e Joana identificou Katiuska. Parecia brava e perplexa.Merida apareceu correndo da cozinha.— Por quê vocês dois está dormindo aqui? E juntos?— Ontem o papai saiu com a Fabíola e nós, Joaninha, eu e o Mousse, acampamos na sala. O papai dormiu aqui quando chegou.— Ah, e a men
Joana tomou banho e trocou de roupa no banheiro mesmo. O que Katiuska havia lhe dito e o acontecido, quando Alexandre, entrou em seu quarto e a pegou só de toalha. A deixava meio ressabiada, mesmo que ele não fosse capaz de fazer de novo, pelo menos, ela achava que não, mesmo assim, ela resolveu se vestir no banheiro e não correr o risco.Também não queria acabar dando a ideia de que gostaria de provoca-lo ou seduzi-lo. A acusação de Katiuska tinha lhe deixado furiosa.Quando terminou desceu as escadas com Mousse atrás dela, o cãozinho estava crescendo, ela podia notar, desceu as escadas e o ajudou a fazer isso, Merida ainda dormia, a moça se encostou no sofá e a observou.— Achei que tivesse dormido.Ela deu um pulo assustada, não havia notado Alexandre sentado no outro sofá.— Te assustei?— É que não te vi aí.Ele sorriu, estava com um livro no colo e óculos de g
Na segunda à tarde quando foi até a revista para fazer as fotos, Joana ficou sabendo que as portas da revista iriam fechar por um tempo, pois o dono passara muito mal durante a noite anterior e estava internado entre a vida e a morte.Depois dessa notícia, a única coisa que lhe restou a fazer foi voltar para a casa e esperar o horário de ir pegar Merida na escola.Sem a oportunidade de fazer as fotos, ela via seu livro se esvaindo pelos seus dedos novamente.Estava fora de cogitação pedir dinheiro emprestado para Alexandre mesmo trabalhando para ele e muito menos minar uma caridade, que Katiuska não tinha e deixava bem claro.Teria que ter paciência e esperar mais um pouco.“Tudo se ajeita”, ouviu a voz de Farrapim em pensamento e lembrar daquela conversa com Alexandre sobre o mendigo ser um anjo, a fazia sentir uma esperança reconfortante.Algo que ela não estava acostum
Silvia acordou de manhã com a ligação de David, o filho de Douglas, a voz do outro lado era jovem e ele falou com ela de forma muito educada, mas as notícias não eram nada boas.Depois de agradecer as condolências pela morte do pai, ele falou porque tinha ligado.— Eu analisei as contas da revista e achei melhor ligar. A revista está na mesma há muito tempo, deve estar faltando novidade.Sílvia segurou a boca para não perguntar o que ele entendia daquilo.— E o que o senhor pensa em fazer?— Pode me chamar de você. Eu tenho uma proposta.Silvia sentou-se à mesa e serviu-se de suco de laranja.— Sou toda ouvidos.— Quero que em duas semanas você melhore a situação da revista.
Enquanto Joana arrumava o pijama para Merida, Antonela a ajudava se enxugar.Katiuska foi embora logo à tarde e Fabíola mais à noite, Antonela até insistiu para ela ficar pois o tempo tinha virado e uma garoa fraca caía.A moça não quis.Joana sabia que ela tinha brigado com Alexandre e se sentia meio culpada por isso.À noite choveu com raios e trovoadas. Merida disse que queria a avó e a babá dormindo com ela, pois estava com medo e também queria aproveitar o momento, para se divertir com elas.Depois de prontas para dormir, Joana arrumou um colchão no chão ao lado da cama onde Merida dormiria com a avó.Joana insistiu para dormir no chão e assim Mousse poderia dormir com ela.— Peguei o livro do Aladim para vocês lerem para mim.Merida falou ao entrar no quarto.— Onde encontrou isso?Joana perguntou curios
Segunda-feira chegou rápido para a surpresa de Joana, ela estava ansiosa e com um pouco de medo depois de ter que fazer as poses para Alexandre, agora ela tinha que fazer poses para um fotógrafo profissional. Como nunca fez isso antes, o nervosismo a sufocava, mas ela prometeu para si mesma que não desistiria e fingiria que fez isso a vida toda.Afinal ela não tinha medo de nada.Quando deixou Merida na escola a mini ruivinha lhe desejou sorte.Joana agradeceu com um beijo na bochecha dela, em seguida foi para a revista.Levou um tempo para Sílvia explicar como as fotos seriam feitas, como ela queria tudo.Basicamente ela queria Joana o mais natural possível, então era só Joana ser ela mesma.— As fotos que seu patrão fez ficaram ótimas e eu quero isso, quero que faça exatamente o que fez com ele.A mulher falou pela quinta vez enquanto a
Antonela ouviu a filha destruindo o quarto, dessa vez resolveu ignorar. Lorena havia chegado batendo porta xingando todo mundo, alguma coisa havia dado errado e Antonela sabia que quando perguntasse, a filha responderia que não interessava a ela e a mulher já estava cansada de ser tratada assim pela filha.— Dona Antonela.A empregada a chamou na porta da cozinha, a mulher virou-se para ela sorrindo.— Sim...— A Joaquina chegou com as compras. Estamos prontas para ajudá-la a preparar o jantar.A mulher caminhou até ela e entrou na cozinha.— Comprou tudo Joaquina?— Sim, tudo o que senhora pediu.— Ótimo, tenho certeza que vocês vão arrasar, são ótimas cozinheiras.— Aprendemos tudo com a senhora dona Antonela.A mulher sorriu.— Eu amo cozinhar, acho que todos os bons cozinheiros amam... Por isso
Nos dias que se passaram Joana deixou Alexandre ainda mais distante, evitando até, de estar perto dele. Falava com ele só o necessário, sobre Merida.Alexandre já estava enlouquecendo com isso. Em uma tarde, logo depois de chegar do trabalho e colocar o carro dentro da garagem, Rafael parou o carro em frente. O fotógrafo desceu e caminhou até o portão, ainda aberto.— E aí Alexandre... Tudo bem?— Se passou atrás da Joana, saiba que ela vai demorar a chegar, minha mãe levou ela e Merida ao cinema. — Falou de cara fechada.— Ah, tudo bem. Eu deveria ter avisado. Na verdade eu só passei para entregar as fotos que eu revelei dela, ela disse que as queria. Você se importa de entregar a ela?— Não. Eu entrego.Rafael passou um envelope para ele. Alexandre pegou.— Era só isso mesmo.Alexandre acenou e o fotógrafo deu a volta.