Silvia acordou de manhã com a ligação de David, o filho de Douglas, a voz do outro lado era jovem e ele falou com ela de forma muito educada, mas as notícias não eram nada boas.
Depois de agradecer as condolências pela morte do pai, ele falou porque tinha ligado.
— Eu analisei as contas da revista e achei melhor ligar. A revista está na mesma há muito tempo, deve estar faltando novidade.
Sílvia segurou a boca para não perguntar o que ele entendia daquilo.
— E o que o senhor pensa em fazer?
— Pode me chamar de você. Eu tenho uma proposta.
Silvia sentou-se à mesa e serviu-se de suco de laranja.
— Sou toda ouvidos.
— Quero que em duas semanas você melhore a situação da revista.
Enquanto Joana arrumava o pijama para Merida, Antonela a ajudava se enxugar.Katiuska foi embora logo à tarde e Fabíola mais à noite, Antonela até insistiu para ela ficar pois o tempo tinha virado e uma garoa fraca caía.A moça não quis.Joana sabia que ela tinha brigado com Alexandre e se sentia meio culpada por isso.À noite choveu com raios e trovoadas. Merida disse que queria a avó e a babá dormindo com ela, pois estava com medo e também queria aproveitar o momento, para se divertir com elas.Depois de prontas para dormir, Joana arrumou um colchão no chão ao lado da cama onde Merida dormiria com a avó.Joana insistiu para dormir no chão e assim Mousse poderia dormir com ela.— Peguei o livro do Aladim para vocês lerem para mim.Merida falou ao entrar no quarto.— Onde encontrou isso?Joana perguntou curios
Segunda-feira chegou rápido para a surpresa de Joana, ela estava ansiosa e com um pouco de medo depois de ter que fazer as poses para Alexandre, agora ela tinha que fazer poses para um fotógrafo profissional. Como nunca fez isso antes, o nervosismo a sufocava, mas ela prometeu para si mesma que não desistiria e fingiria que fez isso a vida toda.Afinal ela não tinha medo de nada.Quando deixou Merida na escola a mini ruivinha lhe desejou sorte.Joana agradeceu com um beijo na bochecha dela, em seguida foi para a revista.Levou um tempo para Sílvia explicar como as fotos seriam feitas, como ela queria tudo.Basicamente ela queria Joana o mais natural possível, então era só Joana ser ela mesma.— As fotos que seu patrão fez ficaram ótimas e eu quero isso, quero que faça exatamente o que fez com ele.A mulher falou pela quinta vez enquanto a
Antonela ouviu a filha destruindo o quarto, dessa vez resolveu ignorar. Lorena havia chegado batendo porta xingando todo mundo, alguma coisa havia dado errado e Antonela sabia que quando perguntasse, a filha responderia que não interessava a ela e a mulher já estava cansada de ser tratada assim pela filha.— Dona Antonela.A empregada a chamou na porta da cozinha, a mulher virou-se para ela sorrindo.— Sim...— A Joaquina chegou com as compras. Estamos prontas para ajudá-la a preparar o jantar.A mulher caminhou até ela e entrou na cozinha.— Comprou tudo Joaquina?— Sim, tudo o que senhora pediu.— Ótimo, tenho certeza que vocês vão arrasar, são ótimas cozinheiras.— Aprendemos tudo com a senhora dona Antonela.A mulher sorriu.— Eu amo cozinhar, acho que todos os bons cozinheiros amam... Por isso
Nos dias que se passaram Joana deixou Alexandre ainda mais distante, evitando até, de estar perto dele. Falava com ele só o necessário, sobre Merida.Alexandre já estava enlouquecendo com isso. Em uma tarde, logo depois de chegar do trabalho e colocar o carro dentro da garagem, Rafael parou o carro em frente. O fotógrafo desceu e caminhou até o portão, ainda aberto.— E aí Alexandre... Tudo bem?— Se passou atrás da Joana, saiba que ela vai demorar a chegar, minha mãe levou ela e Merida ao cinema. — Falou de cara fechada.— Ah, tudo bem. Eu deveria ter avisado. Na verdade eu só passei para entregar as fotos que eu revelei dela, ela disse que as queria. Você se importa de entregar a ela?— Não. Eu entrego.Rafael passou um envelope para ele. Alexandre pegou.— Era só isso mesmo.Alexandre acenou e o fotógrafo deu a volta.
Alexandre pegou Fabíola em casa às sete, como ela pediu. Ao vê-la Alexandre sorriu para ela, Fabíola estava linda em um vestido preto, colado ao corpo, curto àcima do joelho, seu cabelo loiro estava solto e bem arrumado.Ela entrou no carro e o cumprimentou com um beijo no rosto.— Oi.— Oi. Você está tão linda.Alexandre se inclinou, acariciou a face dela e beijou seus lábios. Quando se afastou, Fabíola o encarou.— Alê, é real isso? Vamos nos acertar? — Perguntou esperançosa.— Eu estou disposto Fabíola. Muito disposto a me acertar com você.Ela sorriu emocionada, ele ligou o carro e dirigiu. Durante o trajeto colocou uma música baixinho, Fabíola já sabia que ele não conseguia dirigir sem música tocando.Logo completariam um ano juntos e isso era muita coisa, principalmente para ela, seus namoros não costumavam ser tão longos.Ela
Joana saiu do banheiro, vestida com o pijama de coelhinho, ela gostava de dormir com ele porque era macio e também, porque significava muito para ela. Se sentia tão estranha, depois do que Alexandre lhe disse, ela deu os parabéns e falou coisas positivas, principalmente, que ele era um grande pai.Em seguida colocou Mousse na casa que Antonela lhe presenteou e ficava na calçada nos fundos, após se despedir, foi para o quarto sem olhar para Alexandre novamente.Tomou um banho e agora estava ali, de volta à realidade. Caminhou pelo quarto enquanto secava o cabelo, em cima da cômoda estavam, bem arrumados os livros que levou da fazenda. Ela ainda não tinha lido todos. Suspirou, soltou a toalha nos pés da cama e pegou o que estava arrumado com cuidado ao lado de uma fotografia, ela e Merida.A hora da estrela – Clarice Lispector. Sentou-se na cama novamente e abriu, ler a tiraria novamente daquela realidade a
Alexandre parou o carro em frente a uma casa pequena de madeira, Joana torceu os dedos nervosa, mas desceu logo que um cachorrinho preto saltou para fora, latindo. Quando sentiu o cheiro e ouviu a voz dela, ficou mais calmo e abanou o rabo.— Oi, Abacaxi, como você está? É bom te ver de novo também.Alexandre parou ao lado dela.— Abacaxi?— É o nome que eu escolhi para ele. E eu sei que ele não é amarelo, nem verde...Ele sorriu.— Você adora dar nome de comida para cachorros, não é?Ela deu de ombros.— Sempre escolho a primeira palavra que vem na minha cabeça. Acho que só penso em comida.Joana sorriu e se levantou, olhou em direção a casa e avistou a mãe sair na porta.— Porcaria.Alexandre seguiu o olhar dela e avistou uma mulher alta, com camisa, calça e botas, um pano no ombro e o cabelo loir
Fabíola parou o carro em frente ao portão, a conversa até ali com Rafael tinha sido muito agradável, ela acabou perdendo até a noção de tempo.— Eu estou um pouco nervosa.— Já te disse, minha avó é muito sua fã. Ela vai adorar te ver.Os dois desceram. Ele abriu o portão e ela entrou.— Que lugar tranquilo.— Sim, é um lugar maravilhoso de morar.Rafael fechou o portão e a conduziu para dentro, a casa era antiga, muito bem arrumada, Fabíola admirou tudo o que viu na frente. Lá dentro era tudo ainda mais lindo, o móveis, a decoração, tudo era antigo, ela particularmente gostava muito de antiguidades. Se não fosse modelo, teria cursado história, sem sombra de dúvidas.— Rafael, você chegou... — Na sala apareceu uma senhora, baixinha, de cabelos brancos, curtos, vestindo um vestido todo florido. — Ah, minha Nossa Senhora de Lurdes. — Exclamou ao ver Fabíola.