Eu estava suando quando paramos em frente a um prédio de apartamentos de classe média atrás do carro de Antônio que logo veio e entrou no banco de trás do meu carro guiado pela minha amiga.
- Estão lá dentro a pouco mais de 1 hora, passaram em um restaurante e compraram comida para viagem, depois entraram nesse prédio – disse sem rodeios e me olhou com seriedade, continuando sem se abalar – falei com o porteiro e por um bom dinheiro, que a senhora irá me reembolsar, ele falou o número do apartamento e o nome da proprietária, quer saber?
- Não – digo eu, sentindo o olhar mortal da minha amiga que nessa altura já havia sacado tudo – meu compromisso é com ele e não com ela, se ela é uma vadia ou se foi enganada por ele é um problema que não me cabe resolver.
- Posso sair do silêncio imposto? – fala a peste que amo ao meu lado.
- Pode peste – eu a chamo assim desde sempre e ela deixou de reclamar a algum tempo.
- Ficou louca? Quer que eu dê na cara dela enquanto você b**e na cara de palerma daquele salafrário?
- Não Nat, não quero isso. Não vou descer a esse nível – olhando para o Antônio eu pergunto – E de que me adianta saber o número do apartamento?
- Com muito jeito e todo um charme extra, que novamente sairá do seu bolso, convenci um dos moradores a te colocar para dentro, ele só está esperando o meu sinal – fala com o peito até inchado e eu o olho como se ele tivesse crescido chifres e não eu que os tinha pesando na minha cabeça naquele momento.
- Mas você não vai sozinha de jeito nenhum, minha amiga! – fala a Nat já se preparando para deixar o carro.
- Então vocês entram e eu fico vigiando caso eles saiam sem que vocês vejam. Dou um jeito de fazer com que vocês saibam e os alcancem – fala Antônio, demonstrando já estar bem habituado com tal situação.
Saímos do carro e nos dirigimos até uma senhora de no máximo 50 anos com uma criança aparentando uns 5 anos que diz:
- Vou ajudar vocês porque fui traída e sei o tamanho desse problema, e não tive ninguém para me ajudar – dá um sorriso de lado e completa – e preciso da grana.
- Já recebeu? – Pergunta a peste.
- Sim, já nos acertamos. – Fazemos um silêncio constrangedor e ela completa – Podemos ir?
Para pôr um tempo imaginando como vou reagir, se realmente quero ver ou pensar sobre o assunto e observo o prédio. Será que o apartamento é dele e eu não tenho conhecimento desse imóvel? Afinal, meus gastos aumentaram consideravelmente nos últimos 14 meses, uma vez que ele se queixou de queda na venda de bebidas, mas será que realmente isso ocorreu? Começo a pensar que caí no conto do vigário.
- Acordaaaaaaaaa! – grita Nat no meu ouvido, passando a mão na frente dos meus olhos e me olhando com compaixão.
- Para Nat! Podemos sim senhora, vamos!
Atravessamos a rua conversando sobre o dia da senhora simpática e como o preço das mensalidades das escolas estão exorbitantes. Quando chegamos no portão ela acena para o porteiro e este abre o portão nos dando boa tarde e olhando com curiosidade para mim e Nat. Porém, não lhe damos um segundo olhar ao responder seu cumprimento para não levantar suspeitas e seguimos para o elevador.
Dentro a senhora nos indica qual andar apertar e nos deseja sorte, desce no 2° e continuamos até o 7° onde descemos e nos deparamos com um ambiente muito bem cuidado e melhor que esperávamos.
Andamos até o fim do corredor e a última porta é a que procuramos, os números que ali estão escritos, parecem dançar na minha frente. Olho com medo para minha amiga que me olha com determinação e coloca o dedo nos lábios me pedindo silêncio, como se a bola que está na minha garganta me permitisse falar alguma coisa.
A peste louca não diz nada e pega na maçaneta da porta a girando no maior descaramento, me surpreendendo ao conseguir sem problemas com que a porta se abra. Olho para ela com olhos arregalados e neste momento não sei se eu quero entrar e ver alguma coisa.
Ela não se faz de rogada e já vai na frente me puxando sem fazer um mísero ruído, se ela quisesse poderia facilmente trabalhar como agente secreta, penso eu.
Quando adentramos o apartamento me surpreendo mais uma vez com a decoração e os móveis, tudo muito melhor do que o que tenho em casa. Mas, meu queixo vai ao chão quando me deparo com um painel de metal onde estão fotos do meu marido com uma mulher loira falsa muito bonita junto com outros casais, sozinhos em bares e restaurantes, na praia e em diversos outros lugares. Quando foi que esse homem conseguiu fazer tudo isso? Tem fotos dos meus filhos neste painel e de um outro menino que não conheço, porém parece ter a idade do Luiz Miguel.
Olho para a Nat de olhos arregalados e ela não me parece nem um pouco surpreendida, me confirmando que ela sabia de algo já a um bom tempo. Mas, não posso culpar ela por não me dizer, de maneira sutil sempre tentou abrir meus olhos. Estou em um estupor tão intenso que além dos olhos arregalados não esboço nenhuma reação, não digo nada e não saio do lugar.
Porém, um barulho de uma risada feminina me chama a atenção e eu olho em direção ao corredor, onde avisto uma porta aberta e então ouço a risada do meu marido, daquele que me prometeu fidelidade diante de Deus. E agora?
Nat me empurra em direção ao corredor e eu vou vagarosamente de encontro ao que eu agora tenho absoluta certeza. Chego à porta do quarto e antes que eu note alguma coisa na decoração eu avisto o meu marido vestido com uma fantasia de policial empalando a mulher das fotos com ela de 4 e urrando como uma cadela no cio. Fico parada sem reação por uns 2 minutos inteiros apenas observando um homem que me negou fantasias muito mais simples, apenas para realizar as de uma qualquer. E o pior é que em sua mão esquerda, que empunha um cacetete está a aliança que eu coloquei ali a exatos 10 anos completados a uma semana, que não comemoramos porque ele estava muito cansado e disse precisar de paz e descanso.
Observando a sena me b**e uma frieza, para a qual eu não estava preparada, não quero gritar, não tenho a intenção mesmo de b**er e fazer nenhum escândalo, pois nesse momento eu percebo que tudo que acreditei foi mentira e que meu futuro não contempla mais a imagem desse homem que definitivamente eu não conheço mais, se algum dia conheci qualquer pedaço dele.
Faço um pequeno barulho e ambos se viram para mim, e posso ver o exato momento em que ele se situa e entende quem é que está parada ali interrompendo sua foda, ao mesmo tempo em que posso ver a cara de vadia sem vergonha me desafiar com os olhos e sorrir cinicamente em minha direção. E é nesse momento que reconheço uma das minhas conhecidas da época da faculdade que a 11 anos concorreu comigo a uma vaga de estágio na empresa que trabalho, porém não foi contratada ao final por se envolver com o chefe e ser descoberta pela esposa que hoje é uma grande amiga minha. Daniel não tem reação por 1 minuto e eu fico observando sem demonstrar nenhuma emoção, mas ele a larga e vem em minha direção:- Carol eu posso explicar, não &
Estou a meia hora sentada na mesa em que fazemos nossas refeições pensando na minha vida e relembrando o que consigo, quando ouço o barulho do portão sendo aberto, o carro sendo estacionado, a porta batendo e os paços já conhecidos do Daniel. Olho para o relógio no meu pulso e vejo que se passaram 3 horas que presenciei aquela sena grotesca e desde que cheguei em casa, apenas troquei as roupas do trabalho por umas um pouco mais confortáveis e me sentei aqui para esperar sua boa vontade em aparecer. Assim que ele abre a porta ele me avista e me analisa da cabeça aos pés. Não diz nada e vem se sentar ao meu lado, mas eu o paro apontando a cadeira na minha frente para ele. Estou com uma xícara de chá calmante
Viro de costas para entrar no escritório que mantenho em casa, mas paro e me volto para ele dizendo:- Não se atreva a não concordar com esse divórcio, me obrigando a entrar com o litigioso, porque eu juro que faço da sua vida um inferno. – Olho para ele de forma ameaçadora e altiva – Tenho a prova por 2 meses de suas traições, então concorde comigo e poderemos manter uma convivência pacífica daqui para frente, afinal ainda temos dois filhos juntos. – Entro e fecho a porta atrás de mim de maneira suave. *************************************************************************** Não posso dizer que a conversa com meus filhos tenha sido fácil, m
- Aperte o sinto Sr. Lykaios, vamos nos preparar para aterrissar. – Informa a comissária, da qual nem o nome me recordo. – O senhor aceita mais alguma coisa? – Pergunta ainda toda solícita e com um olhar que reconheço de longe, porém, não estou no clima para isso.- Não obrigado, pode se acomodar para aterrissagem. – Digo com cara de poucos amigos. Aperto meu sinto e olho pela janela o céu limpo e sem nuvens que sou agraciado na cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, onde minha avó Isa reside e agora precisa de minha ajuda. E é só olhar para essa cidade que cresceu tanto nos últimos anos para que as lembranças dos melhores momentos da minha vida, comecem a pipocar na minha mente. Foi aqui o único
- Dando trabalho para o pessoal do hospital giágia? – Apenas com ela deixo aflorar meu lado grego, não gosto desta terra nem dos parentes que lá residem, mas vó Isa acredita que devo me orgulhar então para agradá-la uso uma palavra aqui outra ali do idioma.- Olavo! – Solta um gritinho de surpresa e me estende os braços para um abraço. Envolvo-a em um abraço carinhoso e aconchegante, tomando cuidado para que não exerça muita força e possa machucar essa figura tão especial que se encontra tão frágil.- Meu menino, por que não me disse que estava vindo? – Diz me afastando e me analisando detalhadamente. – Onde conseguiu essas olheiras? Não me diga que estava em uma dessas suas orgias, seu depravado! – Fala já me batendo no braço.-
Ao adentrar a sala de reuniões é possível percebermos uma mudança na disposição das pessoas ao redor da enorme mesa oval, uma vez que Cassandra ou “Cobra Mor”, está sentada a direita de Edgar ostentando uma cara de gato de cheshire, o que já deixa, não só eu, mas todos que estão na sala, em estado de alerta.- Estávamos esperando por vocês para começarmos meninas. – Diz Edgar de forma calma, sem levantar os olhos dos papéis que estão em suas mãos.- Se era só por isso, já chegamos. – Diz a peste de maneira petulante e recebe um olhar mortal de Cassandra. Edgar se levanta e de forma um pouco constrangida pega a mão de Cassandra e esta se levanta também. Olha cada um que está na sala
Um silêncio pesado recai entre nós e impassivelmente eu espero que Luiz absorva minhas palavras e esboce alguma reação. Porém, ele abaixa a cabeça e ouço um fungado, denunciando seu choro. Levanto da minha cadeira e me ajoelho ao seu lado, pegando seu queixo e direcionando seus olhos para os meus.- Que aconteceu para você agir assim meu filho? – Pergunto com a voz exalando segurança e amor e vejo uma lágrima cair em sua bochecha.- A senhora vai deixar de nos amar quando arrumar alguém, mamãe? – Ele finalmente depois de alguns segundos pergunta.- Mas é claro que não! – Afirmo com confiança e determinação olhando nos olhos dele e depois nos de Ana – de onde você tirou isso Luiz? – Pergunto finalmente e ele sem conseguir me encarar abaixa novamen
Termino minha análise e concluo que estou de bem com a imagem que quero passar hoje, a de mulher fatal e decido que se hoje acontecer de eu encontrar alguém disposto a um sexo sem compromisso eu vou arriscar, desde que seja bonito e em o local seja escolhido por mim. Não sou louca de sair por aí com um desconhecido. Chego à sala exatamente as 22:05 horas e todos estão me esperando. Nat me olha dos pés a cabeça e abre a boca igual a um peixinho engolindo água.- Puta que pariu, onde você escondeu isso tudo, querida cunhada? – Pergunta Antonela já vindo me abraçar.- Quem é você e o que você fez com a minha irmã? – Marcela vem me abraçar também, porém antes pega minha mão e me faz girar