Estou a meia hora sentada na mesa em que fazemos nossas refeições pensando na minha vida e relembrando o que consigo, quando ouço o barulho do portão sendo aberto, o carro sendo estacionado, a porta batendo e os paços já conhecidos do Daniel.
Olho para o relógio no meu pulso e vejo que se passaram 3 horas que presenciei aquela sena grotesca e desde que cheguei em casa, apenas troquei as roupas do trabalho por umas um pouco mais confortáveis e me sentei aqui para esperar sua boa vontade em aparecer.
Assim que ele abre a porta ele me avista e me analisa da cabeça aos pés. Não diz nada e vem se sentar ao meu lado, mas eu o paro apontando a cadeira na minha frente para ele. Estou com uma xícara de chá calmante na minha frente, da qual não resta muito mais.
- Olha Carolina, eu... – começa a dizer.
Mas, eu o interrompo e digo:
- Daniel, você vai me ouvir e depois vamos ter um diálogo importante onde eu possa te escutar, antes disso não quero ouvir sua voz. Entendeu?
Entendendo a minha seriedade ele apenas balança a cabeça uma vez e me olha de forma curiosa. Então eu começo:
- Eu me encantei por um homem doce e maduro para a sua idade quando eu tinha 16 anos e ele 21, mas que neste momento me faz questionar se não era uma fachada para me levar para a cama. E ao descobrir que não seria tão fácil, tomou gosto pela sedução. – Deixo minha mágoa e frustração finalmente aparecer em minha voz – E ainda penso que suas constantes crises de ciúmes e sua necessidade por marcar território foram uma forma de esconder que sempre foi você quem me traiu e me enganou – ele me olha de olhos arregalados.
Sem conseguir prosseguir, deixo o silêncio dar ênfase para as minhas palavras e continuo olhando em seus olhos até que ele quebre nosso contato visual, abaixando a cabeça de forma envergonhada e eu sei nesse momento que meu pensamento não está errado. Reunindo forças de não sei de onde, continuo com meu monólogo:
- Eu merecia mais por esses 16 anos ao seu lado, seus filhos mereciam mais. Porém, não vamos enveredar por esse caminho. A verdade é que eu sei que seus sentimentos e você mudaram já a quase 2 anos ou mais. Você é outra pessoa, age de forma diferente e eu não seria quem sou, se não percebesse sua mudança. Nunca procurei nada no seu celular, mas tenho certeza de que tem senha onde antes não tinha. Além de que tenho pagado praticamente todas as contas de casa nos últimos 14 meses, - falo com mais amargura na voz, de forma mais pausada – para que você pudesse custear um matadouro.
- Não Carol ... – tenta me interromper e eu o fuzilo com o olhar e ele novamente se cala.
Continuo:
- Me poupe das frases clichês do tipo: - falo fazendo aspas com os dedos das duas mãos – “ela me seduziu”, “você não prestava mais atenção em mim”, “me deixou de lado” e blá blá blá. – Olho fixamente em seus olhos agora assustados – apenas a falta de caráter faz com que alguém desrespeite outra de forma tão vil. – Respiro fundo e falo fechando meu discurso – Você hoje provou que isso você não tem, não digo isso em relação aos seus filhos, pois este papel você sempre desempenhou com maestria, até fotos deles você levou para o matadouro, não é? Mas, como marido você se provou mesquinho e a partir de hoje não temos mais nada – falo já retirando minha aliança e colocando na frente dele.
Ficamos os dois quietos por um bom tempo, cada um em seus próprios pensamentos. Acredito que ele não esperava essa calma da minha parte e muito menos que eu não lhe desse nem chance de tentar se explicar. Mas, precisa explicação? Ver não é suficiente? Porque eu tenho dado sinais de que queria apimentar nossa relação sexual, a muito tempo, e com fantasias muito mais interessantes e maduras que aquela imitação de filme pornô adolescente.
Finalmente eu descido acabar com o silêncio e começar a segunda parte da nossa conversa, agora com um diálogo entre duas pessoas.
- Eu não vou te tirar o direito de pai nunca e você pelo que me conhece deve saber disso, – falo o olhando e esperando ele confirmar ou não, ao que ele mais uma vez balança a cabeça uma única vez para baixo e eu continuo – dessa forma, você pode ver e buscá-los quando quiser, mas não renuncio aos meus filhos e eles vão morar comigo.
Ele ainda me deixa em um monólogo apenas afirmando com a cabeça. Passo mais um tempo discutindo sobre os gastos com nossos filhos e ele continua concordando com a cabeça sem emitir nenhum som. Depois passo para discutir sobre os bens que construímos e a divisão deles exatamente na metade, mesmo que ache que como ele não tem me ajudado nos últimos tempos, ele deveria renunciar a algumas coisas. Por fim, o aconselho a conseguir um advogado em quem ele confie para que na próxima semana já entremos com o processo de divórcio e lhe informo o nome do meu advogado, um amigo que ele demonstrou sempre muito ciúmes, Carlos Manoel, um amigo de longa data.
Com o nome do Carlos ele parece sair do transe em que se encontrava e me olha de forma furiosa quando diz:
- Você vai jogar 16 anos fora por causa de um deslize? Você não vai me dar a chance nem de me explicar? QUE MERDA VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – Faz a última pergunta gritando e batendo a mão na mesa, fazendo com que minha xícara e a aliança tremam, me olhando de forma ameaçadora.
O olho de maneira impassível e não respondo nada, fico um bom tempo o encarando e demonstrando que essa demonstração de macho alfa não me afeta de forma nenhuma, mesmo que por dentro me sinta assustada, já que ele nunca gritou comigo.
Me levanto e apenas digo:
- Você pode pegar o necessário para essa semana, nesse primeiro momento quem sai é você. – Falo não dando brecha para nenhuma discussão. – Os meninos estão na casa dos meus pais, vão dormir lá e amanhã eu gostaria que estivesse aqui após o trabalho para que possamos conversar com eles juntos, se você não vier, falarei sozinha.
Viro de costas para entrar no escritório que mantenho em casa, mas paro e me volto para ele dizendo:- Não se atreva a não concordar com esse divórcio, me obrigando a entrar com o litigioso, porque eu juro que faço da sua vida um inferno. – Olho para ele de forma ameaçadora e altiva – Tenho a prova por 2 meses de suas traições, então concorde comigo e poderemos manter uma convivência pacífica daqui para frente, afinal ainda temos dois filhos juntos. – Entro e fecho a porta atrás de mim de maneira suave. *************************************************************************** Não posso dizer que a conversa com meus filhos tenha sido fácil, m
- Aperte o sinto Sr. Lykaios, vamos nos preparar para aterrissar. – Informa a comissária, da qual nem o nome me recordo. – O senhor aceita mais alguma coisa? – Pergunta ainda toda solícita e com um olhar que reconheço de longe, porém, não estou no clima para isso.- Não obrigado, pode se acomodar para aterrissagem. – Digo com cara de poucos amigos. Aperto meu sinto e olho pela janela o céu limpo e sem nuvens que sou agraciado na cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, onde minha avó Isa reside e agora precisa de minha ajuda. E é só olhar para essa cidade que cresceu tanto nos últimos anos para que as lembranças dos melhores momentos da minha vida, comecem a pipocar na minha mente. Foi aqui o único
- Dando trabalho para o pessoal do hospital giágia? – Apenas com ela deixo aflorar meu lado grego, não gosto desta terra nem dos parentes que lá residem, mas vó Isa acredita que devo me orgulhar então para agradá-la uso uma palavra aqui outra ali do idioma.- Olavo! – Solta um gritinho de surpresa e me estende os braços para um abraço. Envolvo-a em um abraço carinhoso e aconchegante, tomando cuidado para que não exerça muita força e possa machucar essa figura tão especial que se encontra tão frágil.- Meu menino, por que não me disse que estava vindo? – Diz me afastando e me analisando detalhadamente. – Onde conseguiu essas olheiras? Não me diga que estava em uma dessas suas orgias, seu depravado! – Fala já me batendo no braço.-
Ao adentrar a sala de reuniões é possível percebermos uma mudança na disposição das pessoas ao redor da enorme mesa oval, uma vez que Cassandra ou “Cobra Mor”, está sentada a direita de Edgar ostentando uma cara de gato de cheshire, o que já deixa, não só eu, mas todos que estão na sala, em estado de alerta.- Estávamos esperando por vocês para começarmos meninas. – Diz Edgar de forma calma, sem levantar os olhos dos papéis que estão em suas mãos.- Se era só por isso, já chegamos. – Diz a peste de maneira petulante e recebe um olhar mortal de Cassandra. Edgar se levanta e de forma um pouco constrangida pega a mão de Cassandra e esta se levanta também. Olha cada um que está na sala
Um silêncio pesado recai entre nós e impassivelmente eu espero que Luiz absorva minhas palavras e esboce alguma reação. Porém, ele abaixa a cabeça e ouço um fungado, denunciando seu choro. Levanto da minha cadeira e me ajoelho ao seu lado, pegando seu queixo e direcionando seus olhos para os meus.- Que aconteceu para você agir assim meu filho? – Pergunto com a voz exalando segurança e amor e vejo uma lágrima cair em sua bochecha.- A senhora vai deixar de nos amar quando arrumar alguém, mamãe? – Ele finalmente depois de alguns segundos pergunta.- Mas é claro que não! – Afirmo com confiança e determinação olhando nos olhos dele e depois nos de Ana – de onde você tirou isso Luiz? – Pergunto finalmente e ele sem conseguir me encarar abaixa novamen
Termino minha análise e concluo que estou de bem com a imagem que quero passar hoje, a de mulher fatal e decido que se hoje acontecer de eu encontrar alguém disposto a um sexo sem compromisso eu vou arriscar, desde que seja bonito e em o local seja escolhido por mim. Não sou louca de sair por aí com um desconhecido. Chego à sala exatamente as 22:05 horas e todos estão me esperando. Nat me olha dos pés a cabeça e abre a boca igual a um peixinho engolindo água.- Puta que pariu, onde você escondeu isso tudo, querida cunhada? – Pergunta Antonela já vindo me abraçar.- Quem é você e o que você fez com a minha irmã? – Marcela vem me abraçar também, porém antes pega minha mão e me faz girar
Acordo com o zunido do meu celular vibrando em algum lugar. Tiro um momento para me situar e descobrir onde estou sem abrir o olho ainda. É uma cama confortável e macia, com lençóis limpos e de boa qualidade pelo que é possível perceber. Assim que abro os olhos encontro a penumbra que permeia um quarto de hotel e me recordo de que estou em Goiânia e que o hotel é o que sempre fico, o Garibaldi.Levo alguns instantes para dispersar a névoa que ainda se encontra em meu cérebro e após me esticar um pouco me levanto já esquadrinhando meu quarto a procura do aparelho insuportável. Ao pegá-lo, sinto meu estômago roncar e percebo que dormi por 8 horas seguidas, pulando assim o horário do almoço. Olho as ligações e percebo que tem 3 perdidas do meu amigo Enrico, sem me preocupar e já imaginando que ele sabe onde estou, vou ao banheiro para fazer mi
- Não faço ideia, vou deixar rolar e assim que surgir a oportunidade eu conto a ela, mas vai ser complicado. – Espero o garçom nos servir e se retirar para continuar a falar – principalmente porque tenho a intenção de levá-la para morar comigo.- E você acha que ela vai? – Me pergunta seriamente – pois, ambos sabemos que ela nunca aceitou o seu dinheiro, muito menos que o gaste com ela.- Ela não vai aceitar, mas pretendo persuadi-la ao contrário. – Dou um gole na minha cerveja e continuo. – Mas, durante o trajeto do hospital até aqui, tive uma ideia. Vou tentar encontrar uma casa e no quintal construir uma réplica da casinha dela.- Ótima ideia Olavo, mas você vai precisar de uma boa empresa para isso.- Fiz contato com um corretor para olhar algumas casas e fiz orçamento com três construtoras, a que fizer a melhor ofe