2018
A tensão emanava pela sala vazia. Eve olhava de minuto a minuto pela janela, pensando quando Parker, seu pai, passaria pela porta bêbado gritando com ela e sua pequena irmã Jade de apenas 3 anos.
Suas olheiras denúncia a falta de um sono regular, por medo e os pesadelos que a assombra todas as noites.
Sentia falta de seu mãe, de seus amigos, da sua vida normal. Não conseguia arrumar um bom emprego para ir embora daquela casa, e até daquele país. Nesses três anos desde a morte de sua mãe que aconteceu no parto de Jade, Parker vem culpando a pequena criança pela morte da esposa.
Eve tendo que intervir todas as vezes quando o homem que descontar toda raiva e frustação na pequena. Eve ainda tinha marcas em seu rosto por conta dos dias passados quando seu pai tinha chegado e tentado bater novamente em Jade e ela entrou na frente. Não entendia a raiva incontrolável do pai, mas era a única coisa que poderia fazer.
Ela já tinha procurado ajuda, mas ninguém a ajudou. Se procurasse ajuda das autoridades ela perdia a Jade e isso não estava em seus planos. Nunca esteve.
Eve olha em direção a escada, fazendo uma oração silenciosa para que hoje seja apenas um dia ruim. Sem tapas ou chineladas. Só um dia ruim. Mas lá fundo ela saberia que não seria só isso. Não seria um dia somente.
Hoje é o dia da morte da minha mãe. Consequentemente o dia de aniversário da Jade. Eve durante o dia que o pai não estava, fez um pequeno bolo com uma vela comum que tinha. Cantaram parabéns e Eve deu uma boneca para Jade que ela mesma fez com retalhos. Como sua mãe fazia quando era pequena. A pequena menina sorriu como se fosse a coisa mais valiosa desse mundo. Jade era feliz, mesmo com as crueldades do pai. Sua inocência ainda está ali. E Eve iria lutar para que isso continuasse assim.
Olhando novamente pela janela, Eve avista seu pai virando a esquina. Sua barriga doi e suas mãos começam a suar. Seus olhos já enchem d'água. Ela respira fundo e vai até o sofá, e liga a TV fingindo estar assistindo qualquer programa interessante.
- Que ele só chegue e durma. Por favor- ela fecha os olhos limpando a lágrima que caiu.
Não demorou muito para que a porta fosse aberta, com Parker logo entrando e olhando para a filha que estava sentada no sofá olhando pra TV.
- Ainda acordada Eve?- sua voz grave porém trêmula de bebida exala na casa.
- Sim. Estou sem sono.- ela olha rápido para o pai e sorri. Tentando faze-lo ir para a cama.
- Cade a menina?- ele cambaleia até o sofá e se j**a.
- Já dormiu- Eve disse sem tirar os olhos da TV.
- Essa praga deveria estar morta.- ele diz baixo mas o suficiente para Eve escutar. Ela fecha os olhos e sente raiva por ele está falando assim da própria filha. Ela é apenas um bebê.
- Pai...
- Vai pro seu quarto Eve- ele diz mais firme se levantando.
- Estou sem sono.
- Eu disse- ele pegou pelo braço de Eve a levantando do sofá e a empurrou- Vai pro seu quarto.
- Pai por favor fale baixo. Vai acordar a Jade.
- Estou pouco me fudendo pra essa piralha. E você também tinha que estar.- ele gritou mais ainda- Ela matou sua mãe Eve.
- Não foi culpa dela pai.- os olhos de Eve encheram de água. Ia ter que passar por isso de novo.- Ela é um bebê.
- Não. Ela é uma assassina. E merece a morte.- ele passou pela Eve a empurra e sobe as escadas. Eve cai de bunda no chão.
- Pai o que vai fazer?- Eve se levanta e sobe as escadas atrás do pai. - Pai por favor não faça isso- ela alcança Parker e segura em seus braços- Eu estou te implorando por favor não machuque ela.- Parker puxa o seu braço e pega no braço de Eve e a puxa para o quarto da mesma.
Chegando lá ele j**a Eve na cama e pega a chave do quarto.
- Eu falei vai pro seu quarto- ele tranca a porta e j**a a chave no andar de baixo na pelas escadas e vai em direção ao quarto da pequena Jade.
- Pai- Jade desfere socos na porta chorando- Pai por favor. Não faz isso- Eve começa a chutar a porta- Abre a porta. Pai.- Eve grita.
- Papai- Eve escuta a voz da menina e logo após ouve choro.
- Pai. Não.- Eve desfere mais socos e chutes na porta.
- Para papai- Eve ouve Jade gritar chorando e chora mais ainda.
Eve vai até sua cômoda e vai na última gaveta no fundo dela tirando um pacote enrolado. Dentro do pacote tinha uma pistola com 5 balas. Ela pega no metal gelado e coloca as 5 balas. O ódio a cegava e a única coisa que ela queria era que Jade estivesse bem." Não vou sujar minha mãos por você garota, mas se quiser faça você mesma." Foi o que o traficante da rua da esquina disse quando ela pediu ajuda. O que ela fez pra conseguir essa arma era algo vergonhoso, mas ela não tinha muita opção.Então ela olhou pra janela e a abriu e foi devagar para ir para ir até o quarto de Jade. Com a arma em mãos conseguiu chegar na janela do quarto e percebeu que não tinha ninguém. Com a arma apontada se Parker parecer, ela olha pro pequeno corredor e não ver ninguém novamente, então ela desce as escadas encontrando o pai sentado no sofá e o corpo de Jade deitada no chão. Tinha sangue na menina que estava desacordado.- O que você fez?- Eve continua apontando a arma agora na d
Cama dura, comida uma merda, e horários ridículos. Sem contar com a merda de ser uma novata. No começo é ruim. O medo de ter que virar uma escrava de alguém na cadeia é real. Mas depois de um tempo ser a escrava não é tão ruim. Pelo menos temos proteção da maioral aqui.Ninguém liga pra você. Os agentes quer mais que você morra. Se está aqui é porque alguma merda você fez pra estragar sua vida.E eu fiz.Há dois anos eu dei três tiros no meu pai pra proteger minha irmã. Fui acusada de homicídio não culposo mais mesmo assim peguei 3 anos de prisão. Fiquei totalmente a mercê pois eu não tinha mais o que fazer. Eu havia matado meu próprio pai, minha irma foi parar no hospital e eu presa por Homicídio e agressão por conta da minha irmã.Mas três meses depois fui inocentada da agressão diminuindo minha pena para 2 anos. Apesar de eu ter tentado de todo o custo falar que foi em legítima defesa, pois era exatamente o que tinha acontecido. Mas era a minha palav
Tiro a roupa laranja e a lingerie beje que dão na cadeia. Mexo no saco onde guardaram minha roupa de dois anos atrás. Pego a lingerie preta que eu estava usando quando eu vim pra cá e visto junto coma calça e a blusa vermelha. Calço meu tênis, que era o único que tinha. Olho no pequeno espelho e digo pra mim mesma: " Você está livre Eve. Livre!"Saio do banheiro e uma agente estava esperando. Entrego a roupa a ela e vamos saindo. Ela deixa a roupa com uma detenta que era responsável pela recepção. Aqui todo mundo trabalha. Eu ficava na função de passar e dobrar as roupas das detentas. Todos os dias.Saímos por um portão e estamos na recepção principal. Onde ficamos esperando para a entrada oficial na cela.- Assina aqui.- ela me dá uma prancheta com alguns papéis.- E nas outras dias também.- ela diz me entregando a caneta. Assino rápido e lhe devolvo. Ela vai até o balcão e pega um pacote.- Seus pertences.- Obrigada- agradeço e pego o pacote. A segui e
Já fazia meio hora que estava no banco desse carro. Com certeza o banco era muito mais confortável que a cama que eu dormi por dois anos.Passamos pelo centro de Nova york indo em direção a Tribeca, uns dos bairros nobre de NY. O carro parou em frente um portão branco que não demorou muito para abrir, e ele fez o carro andar pra dentro do propriedade enorme. Daria uma cidade inteira ali dentro.Depois de uma estrada de alguns metros chegamos, na entrada da casa. Com certeza isso era algum acampamento que foi transformando em casa. Coloco a mão na porta para abrir mas Jonh é mais rápido.- Eu tenho mãos.- falei descendo do carro.- E eu tenho um dever.- ele fechou a porta e me deu as costas indo em direção a casa.- Me acompanhe senhorita Carter.- Meu nome é Eve.- falei contra gosto. Não gosto quando me chamam pelo sobrenome. Me lembra a prisão e isso é a última coisa que quero lembrar agora.Ele continuou andando e abriu a porta e esperou eu
Não demorou muito eu terminei sozinha a bandeja. Minha barriga agora estava sossegada e cheia. Encostei minha costas na poltrona relaxando.- Melhor?- Sebastian me olhou e segui meus olhos para ele. Não respondi sua pergunta e ele continuou.- Como eu disse, quero entregar a guarda de Jade pra você mas quero uma coisa em troca.- Já disse isso.- falei sem paciência.- Casamento.- Como?- o olhei confusa.- Quer eu esteja no seu casamento?- Exatamente. - suspirei aliviada. Achei que essa cara queria casar comigo.- Tudo bem- sorri- Eu assino como testemunha se você quiser. Aí depois disso você me dá a guarda da Jade né?- ele franziu a testa confuso.- Não quero que seja minha testemunha. Quero que seja a noiva.- ele disse sério sem tirar seus olhos de mim. Fiquei o encarando por alguns segundos. Ele realmente me pediu em casamento.- Está me pedindo em casamento?- Ei ainda estava perplexa. Essa cara tá de brincadeira?-
EveQuando eu sai da prisão, eu pensei na liberdade que finalmente eu teria, mesmo não sabendo pra onde eu iria. Agora estou em uma casa exageradamente grande, com um cara que me ameaçou se eu não casar e sem a Jade. Tô me perguntando tanto onde foi que enviei minha carroça.Olho novamente pra direção da escada, mas nada do Sabastian. Depois da nossa conversa, se é que posso chamar assim, ele praticamente me expulsou de seu escritório fazendo eu ter que esperar ele até agora. Creio que faz um pouco mais de 1 hora.Me afundo no sofá intediada. Seria bom se eu tirasse um cochilo nesse sofá enorme. Sim. Acho que vou fazer isso. Fecho meus olhos, e fico em um posição que seja confortável o bastante. Respiro fundo relaxando meu corpo. Tentando deixar minha mente vazia.Quando estou quase tento um relaxamento completo, ouço vozes masculinas vindo da entrada de casa. Abro um dos meus olhos e vejo Jonh e um outro rapaz um pouco mais alto que ele. Eles estão sérios co
SebatianFico parado no corredor por alguns segundos. Minha mente vaga se eu realmente precisava fazer isso. Eu não precisa de eu ex presidiária como minha futura esposa. Eu posso ter qualquer uma. Qualquer outra mulher.Mas eu sempre fui do contra. Não seria agora que eu faria diferente.Desci as escadas, e escutei mais vozes, e deduzi que todos estavam aí. Entro na cozinha interrompendo a conversa. Anthony, Lizze e Chris estão sentados na mesa.- Não precisa acabar a conversa.- fui até a geladeira e peguei um litros d'água.- Estávamos falando mal de você. - Anthony fala tentando não sorri.- Por isso o motivo de parar a conversa.- Idiota- Lizzie deu um tapa no braço de Anthony sorrindo. Não dei muita atenção. Digamos que ele seja o palhaço da turma. Um grande amigo, mas não deixa de ser o palhaço. Coloco um po
EveEu passei horas no chuveiro grande e quente. Sozinha. Só eu e os meus pensamentos.Pensamentos que rondavam entre Jade, minha mãe, Sebastian, a minha vida... Meu pai... Tantas coisas que poderiam ser evitadas e não foram.No final de tudo não vi a hora passar. Fiz tudo o que eu não fazia antes com tranquilidade. Lavei o cabelo, me ensaboei sem precisar me apressar. Me sequei e coloquei um short e uma blusa que encontrei ali mesmo no guarda roupa. O que fez meu cérebro pensar ainda mais, como ele sabia o meu tamanho para ter roupas que caberiam perfeitamente em mim.Resolvi descer para o andar de baixo, mas ao ouvir vozes misturadas com a do Chris e Sebastian, preferi voltar no mesmo instante. Não quero ter que conhecer mais gente.Voltando para o "meu" quarto, lembrei que Sebastian tinha dito que o quarto do lado direito era o da Jade. Então eu decidi entrar para ver. Abri a porta dando de cara com