Olhando para o teto com a mente vazia e o coração cheio de vontades, permito-me viajar entre os corpos celestes fixados nas ripas de madeira.O barulho ensurdecedor do alarme retira toda a concentração de mim. Desviando meu olhar do teto, levanto da cama com lençóis enrolados em meu corpo, o tecido cobre totalmente meu corpo enquanto caminho até a porta a minha frente.Assim que entro no banheiro, permito que a coberta, percorra meu corpo abaixo. Meus pés descalços entram em contato com o chão gelado do banheiro, esfrego um por cima do outro tentando mantê-los aquecidos. Com um pouco mais de coragem, sigo até a banheira abrindo o chuveiro de seguida. Parada na fonte de água fria, suspiro profundamente.Após terminar, enrolo meu corpo em uma toalha branca, usando uma toalha menor, enxugo meus cabelos enquanto caminho de volta ao quarto. Meus olhos dão uma rápida passada pelo relógio pendurado na parede a minha
Olhar para o relógio enquanto o professor Smith fala, acabou se tornando o meu passatempo preferido, sinceramente ninguém precisa escutar a mesma lição centenas de vezes.— Martina.— Alguém sussurra o meu nome, olho para o lado, meu olhar se encontra com o dele. Arregalo os olhos diante do seu sorriso. Os novatos deviam apenas sentar e falar quando necessário, não precisa ficar sussurrando pelos cantos.Olhei para Brian depois de sua chamada, seus jeitos e posicionamentos, não demonstravam em hipótese alguma ele ser Gay. Embora não exista uma fórmula rápida para descobrir a veracidade dessa informação. Volto a minha atenção ao professor que para de falar assim que o sino ecoa pela sala de aulas. Depois de arrumar seus pertences, o Professor caminha a passos largos até a saída.Quanto aos outros colegas, arrumam seus pertences por função de tamanho, alguns correm até a saída, e outros apenas saem em grandes grupos sorrindo de uma piada nada agradáv
Brian BlancEm um momento você tem tudo que quer, e no outro, seus Pais te obrigam a escolher algo e se dedicar a isso o resto da vida. Tudo ia conforme os trios, sair, beber e usar ecstasy aguardando seus efeitos após vinte minutos.No barulho ensurdecedor da boate, gritando com o garçom pela falta de bebidas no balcão, passo a mão entre os cabelos várias vezes desfiando seus pequenos cachos. Com Miguel e Renata, meus amigos de longa data, fazendo o melhor da viva. Ser feliz.Depois de muito reclamar pela falta de bebida, e principalmente ter impedido Renata de agredir fisicamente uma das garçonetes sentei encostando meu corpo no pilar. Os feixes de luz brilhantes, a agitação em geral acaba com a minha paz. Queria eu, apenas ser um jovem normal sem deveres, e afazeres.— Já volto. — Disse Miguel levant
Martina RossAssim que saio da sala, atravesso o enorme corredor passando pelos seus pisos de madeira. Hoje como primeiro dia de aulas, os alunos organizam uma pequena festa secreta como forma de apresentação, e passatempo de um longo dia de aulas. Depois de pouco andar, avisto a porta de madeira do meu quarto, adentro na mesma a fim de me arrumar para a ocasião.Vanessa, se encontra no quarto deitada com um livro por cima de sua barriga, e outro em suas mãos. Notando a minha presença, a mesma abaixa o livro e sorri, retribuo seu sorriso.— Vai sair?.— Questionou Vanessa enquanto revirava em sua cama, por consequência um dos livros caí.— Não, eu estou me arrumando toda para passar a noite nesse quarto.— Brinco. Vanessa sorri.— Deixa eu adivinhar. — Passou a mão pelos cabelos pensativa.— Festa de abertura.— Disse seca. O desânimo ficou eminente em sua voz.— Se fo
Martina RossOs dias tornaram-se mais longos, as aulas insuportáveis e eu só queria relaxar, olho algumas vezes para o lado me certificando da presença do Brian mas desde o que rolou na fogueira ele ignorou minha presença por completo, não posso negar que bem lá no fundo isso me deixou abalada mas não posso deixar isso me dominar.Depois de umas quantas aulas chegou o dia da realização de provas e dessa vez seria em duplas,normalmente faço com a Vanessa mas ela não se sente muito bem e decidiu marcar o teste para outro dia, olhei para todos na sala mas as duplas já estavam divididas excepto o Brian que por algum motivo estava sozinho e por sinal era a minha única opção.— Você pode fazer a prova comigo se quiser.— Sorri fraco dando um olhar de confiança enquanto ele analisava a minha postura.— Já que não tenho outra opção.— Respondeu com uma certa arrogância o que mudou meu humor pior na verda
Martina RossÚltimos olhares, últimas palavras, caminho até a porta de saída da sala sinceramente estou tentando analisar todas as acções da aula de teatro, minha mente viaja entre a atuação ou realidade, perguntas atormentam a minha cabeça.- Vai realmente fugir de mim?.- Esbarro em Brian na saída do corredor, nada mudou continua com a mesma roupa com as mãos dentro de seus bolsos, encostado a parede olhando para mim.— Sem motivos. — Passo por ele porém, algo me trava tenha certeza que seja um puxão, meio minuto depois eu estava próxima a ele em uma disputa de olhares.— Me solta agora, não tenho nada pra falar com você.—minha voz soou brava, eu realmente estou chateada com toda essa situação minha vontade é dar um chute no meio de suas pernas só pra servir de lição.—Eu quero falar com você, na verdade você está me devendo isso desde o castigo.—Sorriu para amenizar a situação porém eu não
Brian BlancO tempo que passo com ela é sem dúvida a melhor parte do meu dia. A sombra de mistérios caí só de ela, ninguém conhece suas origens, apenas seu passado conturbado e suas acções complexas a tornam no ser que é.Não tem como definir essa garota, ela é obstinada, sabe o que quer, porém a sua péssima reputação vai a seguir para todos os lados. Queria eu, que ela me permitisse olhar para ela de um modo tão profundo e diferente, sonho em conhecer o interior dessa garota, quero estudar cada centímetro dela, entretanto reservo no meu íntimo cada pensamento sobre meus desejos indecentes com a mesma.Desfrutar do almoço em sua companhia, foi mais do que suficiente para aquecer meu coração, acelerar meu corpo de maneira incomum. Já provei várias drogas, nenhuma é como Martina Ross. Dando sinais discretos do meu interesse, passei os dedos na palma de suas mãos de vez em quanto, seu olhar mortífero baixou sobre mim mostrando descontentamento.
Martina RossNão consigo acreditar nas últimas palavras dele, como alguém ousa em dizer que o medo invade o meu corpo, é necessário não conhecer-me para pensar algo assim. Ainda permanecem vivas suas palavras em minha cabeça. Medo de amar.Meu medo é não saber amar, lembro-me como ontem, dei tudo de mim para Marcos, mas do que eu mesma podia dar. Ele levou tudo de mim, minhas lágrimas, sensibilidade, e principalmente a capacidade de voltar a sentir borboletas no estômago quando alguém me olha com ternura e desejo. Dois dias. Em dois dias Brian não olha para minha cara, na maioria das vezes em que esbarro nele, Carla é sua companheira. Palavras me faltam para descrever a raiva que sinto de vê-los um grudado no outro.[...]A claridade invade o quarto passando pela janela aberta, atravessa a cortina Branca distribuindo feixes de luz pelo quarto. Reviro vezes sem conta meu corpo