Brian Blanc
Em um momento você tem tudo que quer, e no outro, seus Pais te obrigam a escolher algo e se dedicar a isso o resto da vida. Tudo ia conforme os trios, sair, beber e usar ecstasy aguardando seus efeitos após vinte minutos.
No barulho ensurdecedor da boate, gritando com o garçom pela falta de bebidas no balcão, passo a mão entre os cabelos várias vezes desfiando seus pequenos cachos. Com Miguel e Renata, meus amigos de longa data, fazendo o melhor da viva. Ser feliz.
Depois de muito reclamar pela falta de bebida, e principalmente ter impedido Renata de agredir fisicamente uma das garçonetes sentei encostando meu corpo no pilar. Os feixes de luz brilhantes, a agitação em geral acaba com a minha paz. Queria eu, apenas ser um jovem normal sem deveres, e afazeres.
— Já volto. — Disse Miguel levantando-se da cadeira metal na frente do balcão seguindo até a pista de dança.
— Preciso ir para casa. — Comuniquei a Renata. — Por hoje chega!
— Você precisa provar algo antes de ir. — Sussurrou próximo ao meu ouvido. Um sorriso se forma em seus lábios rosados. Renata é loira de pele branca, seus vestes nada descentes criavam problemas em qualquer lugar. Um dos mil motivos pelo qual minha mãe não gosta dela.
— Ótimo. — Concordo.
Segurando firme em sua bolsa preta com detalhes extravagantes, Renata remove o frasco branco. Seu sorriso continua permanente. Com as mãos trémulas, a mesma abre o frasco saltando para fora comprimidos de diversas cores e formatos.
— Você anda tenso demais, com um pouco de sorte ecstasy vai relaxar você. — Falou Renata.
— Isso mata. — Adverti. Nunca usei drogas pesadas, em tempos limitei-me apenas a cigarros.
— Não se você souber usar. — Sorriu. — Só para relaxar.
— Não. — Recusei.
— Homem de pegação, mas quando se trata de pegar algo de verdade amarela. — Rindo Renata falava.
Meu ego. Tudo que faço é preservar ele, quanto mais alguém duvidar da minha capacidade para algo, mais me proponho a fazer apenas como justificativa para alimentar meu ego.
Arrancando o frasco de suas mãos, tiro dois comprimidos circulares amarelos dirigindo os mesmo até a boca sem delongas. Com a vodka em meu copo, uso em função de água fazendo os comprimidos seguirem seu percurso.
— Satisfeita. — Forcei meu melhor sorriso.
— Você ficará. — Gargalhou.
Trinta minutos. Em trinta minutos, a insónia bate a porta, minha visão fica turva. Do pouco que lí sobre ecstasy, esses são os efeitos primários. Com a garganta seca procuro por água no balcão, entretanto apalpo copos circulares com vodka no centro do balcão de mármore.
— Me leva para casa. — Pedi. Meu pedido foi vazio.Sem respostas. — Me leva pra casa. — Choramingo sentido meu corpo mudar. A euforia some como água despejada no deserto.
Revirando entre as cobertas da cama, tentando buscar um canto seco, já que o restante está todo ensopado de suor. Meu sonho. A maldição da noite. A noite da minha imaturidade. Meus olhos levemente se abre revelando minha atual situação. Com o corpo coberto por uma fina camada de suor, passo a mão pelos cabelos úmidos, suspiro profundamente enquanto me sento na cama.
A passagem da minha imaturidade martelando cada pedaço da minha consciência. Uma atitude errada, levou ao meu confinamento nesse local. Nem nos meus piores pesadelos pensei que viveria aqui, afastado do mundo. Afastando as lembranças do sonho em mim. A passos lentos, caminho até o banheiro a fim de limpar meu corpo e com sorte, a água leve em uma corrente todos os pensamentos negativos de mim.
Adentro no banheiro, entrando directamente no box. Ligando o chuveiro permito-me sentir cada gotículas de água em minha pele, a sensação de relaxamento muscular não tarda a aparecer. Parado com a água caindo em minha cabeça, brinco fazendo caretas. Dou gargalhada.
Saio do banheiro enrolado em uma toalha, ainda molhado, caminho até o armário, a calça jeans azuis e a camiseta preta chamam minha atenção, assim que pego nas peças, seco meu corpo e visto o mais rápido possível.
Queria explorar a Mansão nos mínimo detalhes, entretanto o único detalhe que tomou minha atenção profundamente foi ela. Martina. Seus olhos azuis trazem a tranquilidade do mar, e o desejo de se afogar neles. Sua personalidade ainda é um enigma para mim, difícil de agradar Martina toma toda a atenção onde passa sem ao menos tentar.
A meses atrás, amaldiçoei eternamente a chamada que colocou-me aqui, mas desde que cá cheguei meu corpo teve sensação por mim desconhecidas. Ecstasy nenhuma seria capaz de fazer-me sentir assim. Sorrindo ao lembrar de seu rosto angelical abro a porta do quarto seguindo pelo corredor.
— Brian. — Uma voz grossa chama por mim. Virei-me a fim de conhecer o dono da voz. O rapaz olha para mim sorrindo.
— Oi. — Respondi. O rapaz caminha até mim ainda com um sorriso em seu rosto, seus olhos estão vermelhos. — Você está bem?.— Questionei. — Seu comportamento além de estranho parece suspeito, reconheço pessoas assim desde que tornei-me amigo de Renata e Miguel.
— Melhor impossível. — Gargalhou sem humor tornando tudo mais suspeito ainda. — Você quer?.— Estendeu a mão mostrando comprimidos de várias cores, por experiência própria eu sabia o que era.
— Ecstasy. — Abanei a cabeça em negação.— Você não precisa disso para se sentir livre e eufórico. — Falei fazendo o mesmo arregalar os olhos.
— Você não sabe de nada. — Pegando no comprimidos o mesmo os devolve em seus bolsos frontais do jeans. — Você não entende. — O moreno falou.
— Eu sei de tanta coisa. — Suspirei lembrando do sonho.
— FESTA. — Uma loira passou gritando. O grito agudo assustou o moreno que saí correndo, quando penso em correr atrás Carla segura meu braço firme.
— Vem comigo. — Falou sorrindo. Tentei recusar, a conheço o suficiente para saber das consequências de estar no mesmo local que ela. — Agora. — Gritou.
— Se você parar com essa gritaria eu vou. — Carla concorda sorrindo.
Passamos pelos corredores até um pequeno trilho de árvores, ao longo avisto mesas e cadeiras espalhadas, uma fogueira com pessoas assando Marshmallow enquanto bebiam.
— Bem-vindo a festa de abertura. — Sussurrou próximo a meu ouvido.
Ainda puxando minha mão, Carla me apresenta a seus colegas que calorosamente trocam abraços e saudações comigo.
Martina RossAssim que saio da sala, atravesso o enorme corredor passando pelos seus pisos de madeira. Hoje como primeiro dia de aulas, os alunos organizam uma pequena festa secreta como forma de apresentação, e passatempo de um longo dia de aulas. Depois de pouco andar, avisto a porta de madeira do meu quarto, adentro na mesma a fim de me arrumar para a ocasião.Vanessa, se encontra no quarto deitada com um livro por cima de sua barriga, e outro em suas mãos. Notando a minha presença, a mesma abaixa o livro e sorri, retribuo seu sorriso.— Vai sair?.— Questionou Vanessa enquanto revirava em sua cama, por consequência um dos livros caí.— Não, eu estou me arrumando toda para passar a noite nesse quarto.— Brinco. Vanessa sorri.— Deixa eu adivinhar. — Passou a mão pelos cabelos pensativa.— Festa de abertura.— Disse seca. O desânimo ficou eminente em sua voz.— Se fo
Martina RossOs dias tornaram-se mais longos, as aulas insuportáveis e eu só queria relaxar, olho algumas vezes para o lado me certificando da presença do Brian mas desde o que rolou na fogueira ele ignorou minha presença por completo, não posso negar que bem lá no fundo isso me deixou abalada mas não posso deixar isso me dominar.Depois de umas quantas aulas chegou o dia da realização de provas e dessa vez seria em duplas,normalmente faço com a Vanessa mas ela não se sente muito bem e decidiu marcar o teste para outro dia, olhei para todos na sala mas as duplas já estavam divididas excepto o Brian que por algum motivo estava sozinho e por sinal era a minha única opção.— Você pode fazer a prova comigo se quiser.— Sorri fraco dando um olhar de confiança enquanto ele analisava a minha postura.— Já que não tenho outra opção.— Respondeu com uma certa arrogância o que mudou meu humor pior na verda
Martina RossÚltimos olhares, últimas palavras, caminho até a porta de saída da sala sinceramente estou tentando analisar todas as acções da aula de teatro, minha mente viaja entre a atuação ou realidade, perguntas atormentam a minha cabeça.- Vai realmente fugir de mim?.- Esbarro em Brian na saída do corredor, nada mudou continua com a mesma roupa com as mãos dentro de seus bolsos, encostado a parede olhando para mim.— Sem motivos. — Passo por ele porém, algo me trava tenha certeza que seja um puxão, meio minuto depois eu estava próxima a ele em uma disputa de olhares.— Me solta agora, não tenho nada pra falar com você.—minha voz soou brava, eu realmente estou chateada com toda essa situação minha vontade é dar um chute no meio de suas pernas só pra servir de lição.—Eu quero falar com você, na verdade você está me devendo isso desde o castigo.—Sorriu para amenizar a situação porém eu não
Brian BlancO tempo que passo com ela é sem dúvida a melhor parte do meu dia. A sombra de mistérios caí só de ela, ninguém conhece suas origens, apenas seu passado conturbado e suas acções complexas a tornam no ser que é.Não tem como definir essa garota, ela é obstinada, sabe o que quer, porém a sua péssima reputação vai a seguir para todos os lados. Queria eu, que ela me permitisse olhar para ela de um modo tão profundo e diferente, sonho em conhecer o interior dessa garota, quero estudar cada centímetro dela, entretanto reservo no meu íntimo cada pensamento sobre meus desejos indecentes com a mesma.Desfrutar do almoço em sua companhia, foi mais do que suficiente para aquecer meu coração, acelerar meu corpo de maneira incomum. Já provei várias drogas, nenhuma é como Martina Ross. Dando sinais discretos do meu interesse, passei os dedos na palma de suas mãos de vez em quanto, seu olhar mortífero baixou sobre mim mostrando descontentamento.
Martina RossNão consigo acreditar nas últimas palavras dele, como alguém ousa em dizer que o medo invade o meu corpo, é necessário não conhecer-me para pensar algo assim. Ainda permanecem vivas suas palavras em minha cabeça. Medo de amar.Meu medo é não saber amar, lembro-me como ontem, dei tudo de mim para Marcos, mas do que eu mesma podia dar. Ele levou tudo de mim, minhas lágrimas, sensibilidade, e principalmente a capacidade de voltar a sentir borboletas no estômago quando alguém me olha com ternura e desejo. Dois dias. Em dois dias Brian não olha para minha cara, na maioria das vezes em que esbarro nele, Carla é sua companheira. Palavras me faltam para descrever a raiva que sinto de vê-los um grudado no outro.[...]A claridade invade o quarto passando pela janela aberta, atravessa a cortina Branca distribuindo feixes de luz pelo quarto. Reviro vezes sem conta meu corpo
Martina Ross[...]—Merda...— Gemo de dor. Que diabos aconteceu nesse quarto, meu polegar está vermelho a batida foi forte.O quarto está todo diferente, papéis jogados no chão, lençóis espalhados basicamente tudo está fora do lugar. Caminho mais para frente, vejo Vanessa abaixada jogando cada vez mais coisa.—Se você está tentando arrumar lamento informar que o fracasso é eminente. —Forço um riso, a dor me trai.—Vai a merda.— Ela simplesmente diz.—Você quer ajuda, eu posso dobrar a sua língua agora mesmo.— Falo chutando os papéis que encontro pelo caminho, Vanessa é diferente de mim ou é apenas certinha.—Desculpa...eu..perdi um dos meus livros favoritos.— Explica ela, enquanto arrumava uma parte dos papéis pousando sobre o criado mudo.—Você poderia comprar outro, simples. — Solto um riso involuntário.— Comp
Brian Blan[...]—Eu quero você.—Disse para Martina, a mesma me olha interrogada. Tem como ela ficar mais linda?— Eu não. — Ela apenas disse indiferente. A mesma Martina de sempre.—Caramba, eu estou aqui dizendo que quero você com todos os direitos e obrigações de um relacionamento. Precisa de mais algo?. — Questionei. A mesma manteve um silêncio, talvez estivesse tentando pensar ou algo do gênero.—Você não me quer?.— Tornei a perguntar com a voz tremula.— Acorda. Você está sonhando.—O alarme tocou após a fala da Martina.Eu estava sonhando com ela. É sempre assim, desde o dia em que a conheci eu vivo sonhando com ela. Como um toque de mágica, meus pensamentos já não me pertence. Ela levou tudo, talvez, eu esteja sendo dramático mas, olhar para seu rosto, faz meu corpo todo enter em combustão.Será que um dia eu poderei sentar com ela, e ficar falando sobre cois
Martina RossA Mansão de Rubi está uma total confusão. Alunos correndo de um lado para o outro preocupados com o Baile.Quem se preocupa com isso? Pelos vistos ele estão preocupados, e para pior a minha situação o a cor escolhida é Rosa. Céus! Rosa?? Isso é coisa da Carla.Passei pelo enorme corredor, era insuportável a quantidade de alunos que lá estava, alguns falavam sobre a roupa e outros andavam a procura de um par.Quem será o meu Par? Eu irei?.—Martina querida.— A voz de Esmeralda ecoou. Como sempre ela estava acompanhada por Carla e Olívia.— A bruxa, a cobaia e a maluca.—Disse simples provocando. Sorri para aliviar a tensão.—Ela te chamou de querida, você devia ser mais educada.—Olívia Pronunciou-se. Carla apenas olhou e voltou a sua atenção para o celular.—Estou falando com a bruxa ou, com a cobaia?.— Questione