O silêncio do escritório era raro, mas Jordani encontrou um canto afastado, longe dos olhares curiosos. Sentou-se em um banco discreto, abraçando os próprios braços para tentar afastar o cansaço. Fechou os olhos por um instante, só para descansar um pouco…O que ela não percebeu foi o tempo passando.— Então é assim que você trabalha?A voz grave e carregada de ironia a despertou bruscamente. Jordani piscou algumas vezes, tentando processar onde estava. Quando levantou o rosto, deparou-se com Lucas, braços cruzados, olhar afiado e um sorrisinho cínico nos lábios.— O quê…? — Sua voz saiu rouca, e ela limpou a garganta.— Está confortável? Precisa de um travesseiro? Talvez um cobertor? — Ele inclinou ligeiramente a cabeça, avaliando-a como se fosse uma criança flagrada fazendo travessura.Jordani sentiu o sangue subir ao rosto. Droga! Não queria, de jeito nenhum, dar essa satisfação para ele. Levantou-se de uma vez, ajeitando o blazer.— Eu não estava dormindo.Lucas arqueou a sobrance
O silêncio no carro de Lucas era quase sufocante. Jordani mantinha os braços cruzados, encarando a rua pela janela, como se o simples ato de olhar para ele fosse uma ofensa.Lucas, por sua vez, dirigia sem pressa, o semblante fechado.— Você ainda tá tremendo — ele comentou de repente.Jordani apertou os braços ao redor do próprio corpo, tentando disfarçar.— Tô com frio — mentiu.Lucas soltou um riso baixo, sem humor.— Claro. Só que não.Ela virou o rosto para ele, fuzilando-o com o olhar.— Você sempre tem que ser irritante desse jeito?— Você sempre tem que ser tão teimosa? — Ele rebateu, sem tirar os olhos da estrada.Ela bufou, largando os braços ao lado do corpo. O cheiro amadeirado do perfume dele estava impregnado no blazer que ainda usava, o que só tornava a situação mais irritante.Quando finalmente chegaram ao prédio dela, Jordani tirou o blazer de qualquer jeito e empurrou contra o peito de Lucas antes de sair do carro.— Boa noite — resmungou, sem olhar para trás.Mas, a
O beijo entre Jordani e Lucas era tudo, e ao mesmo tempo nada do que ela havia imaginado. A mistura de álcool, desejo reprimido e frustração os consumia de maneira intensa e voraz. O toque dele, ardente, percorreu a pele dela com a mesma intensidade com que ele a beijava. A sensação de estar sendo devorada por ele fez seu coração bater mais rápido.Lucas a puxou para mais perto, o corpo deles se encostando de maneira que Jordani sentiu a temperatura aumentar. O toque das mãos dele, que antes eram firmes e controladores, agora estavam mais soltas, mais exigentes. Ele deslizou uma das mãos para sua cintura, fazendo-a arquear o corpo de encontro ao dele.— Você me provocou a noite toda — ele murmurou contra seus lábios, a voz rouca e baixa, que fez a respiração dela falhar. — Agora vai ter que lidar com isso.Jordani sentiu um arrepio ao ouvir aquelas palavras. Sua mente dizia que era um erro, mas o corpo não obedecia. O desejo estava mais forte que qual
No trabalho – O clima estranho O ambiente na empresa parecia ainda mais tenso do que o normal naquela manhã. Jordani tentava se concentrar no seu computador, mas a lembrança do que aconteceu na noite passada a assombrava. O beijo, a intensidade, a marca que Lucas deixou em seu pescoço… Cada vez que ela se lembrava disso, seu corpo aquecia, e ela lutava para não deixar isso transparecer. Mas, por mais que ela tentasse se concentrar no trabalho, havia algo que ela não conseguia ignorar: a presença de Lucas. Ele estava mais distante do que nunca, sua postura fechada, e seus olhares cruzando com os dela de maneira intensa, como se esperasse uma reação, mas, ao mesmo tempo, a evitava. Ela não sabia o que fazer com isso, nem o que ele esperava dela. A porta da sala de Lucas se abriu, e, por um momento, a respiração de Jordani ficou suspensa. Ele entrou sem dizer uma palavra, mas seu olhar pesado se fixou nela. Ela sentiu o peso daquele olhar e tentou se manter firme, mas o coração b
O ambiente estava carregado de uma tensão palpável. O silêncio entre os dois parecia pesar mais a cada segundo que passava. Lucas estava sentado em sua cadeira, seus olhos fixos nela, como se estivesse esperando por algo. Jordani, por outro lado, estava ao lado da mesa, sentindo o peso da situação. O que aconteceu entre eles na noite anterior ainda estava fresco em sua mente, e a confusão sobre o que exatamente aquilo significava a estava consumindo. Ela sabia que estava se envolvendo em algo perigoso, mas, de alguma forma, não conseguia se afastar. — Você sabe o que aconteceu entre nós ontem, Jordani — Lucas falou, quebrando o silêncio. A voz dele estava mais séria do que nunca, mas havia algo mais ali. Um desafio, talvez? Ou um convite para entrar em um jogo que ela ainda não entendia completamente. Ela o olhou, sem saber como reagir. A lembrança da noite quente ainda a fazia tremer, e ela se perguntava até onde aquilo poderia ir. Ela não queria ser controlada, mas, por alguma ra
Jordani estava sentada em sua mesa, mergulhada em relatórios. O som das teclas do computador era a única coisa que conseguia focar. Até que a porta do seu escritório se abriu, e a presença de Lucas invadiu o espaço. Ele entrou sem bater, como se fosse dono do lugar, e se acomodou na cadeira à frente da dela, com aquele sorriso de quem já sabia que iria tirar a paz dela.— Tempestade — ele começou, chamando-a pelo apelido que já começava a dar calafrios na espinha dela. — Preciso que você prepare um relatório mais detalhado sobre o projeto X até o final do dia.Ela levantou os olhos, um tanto desconcertada. Desde que assinaram o contrato, ele parecia mais confiante, mais provocador, e o jeito como se aproximava dela, sempre com aquele ar de superioridade, fazia com que ela se sentisse fora de controle.— Não é muito tarde para pedir isso, Lucas? — ela questionou, tentando manter a postura profissional.Ele sorriu ainda mais, fazendo questão de
Quando Jordani chegou em casa naquela noite, já sabia que não poderia mais adiar a decisão. A pressão que ela sentia de Lucas, o que estava em jogo entre eles, e as palavras de Paulo a perseguindo, a deixaram sem escolhas. Ela precisava seguir em frente, e o que isso significava, ela ainda não tinha certeza.A ideia de morar com Lucas era assustadora, mas ao mesmo tempo, algo dentro dela estava disposta a ceder, a testar seus limites, a ver até onde aquilo iria levá-la.Então, naquela noite, ela pegou o celular e mandou uma mensagem curta para Lucas:“Eu aceito. Quando começamos?”A resposta de Lucas foi instantânea:“Ótimo. Te espero em casa amanhã.”O que parecia ser uma escolha simples se transformava, na realidade, em uma decisão que mudaria a dinâmica deles para sempre.No dia seguinte, ao chegar na casa de Lucas, Jordani estava nervosa. A casa dele era diferente da dela, mais moderna e com uma decoração sóbria
Na manhã seguinte, Jordani estava determinada a ignorar os acontecimentos da noite anterior. Ela venceu, e isso era o suficiente. Lucas que lidasse com o próprio orgulho ferido.Mas ao chegar ao trabalho, percebeu que ele não pretendia facilitar as coisas.O primeiro indício veio na sala de reuniões. Enquanto apresentava um relatório para a equipe, Jordani sentiu o olhar de Lucas queimando sobre ela. Ele não desviou nem por um segundo, um pequeno sorriso de canto dançando em seus lábios, como se soubesse exatamente o que estava fazendo.Foi pior quando ele se inclinou sobre a mesa, os olhos fixos nela, e disse:— Seu desempenho ontem à noite foi impressionante, Jordani. Mas ainda quero ver até onde você consegue ir.O tom de voz dele era casual, mas a intenção por trás das palavras era óbvia. O rosto de Jordani esquentou imediatamente.Os outros na sala não suspeitaram de nada, mas ela sabia. E Lucas sabia que ela sabia.