O coração de Jordani batia forte enquanto ela girava a maçaneta e empurrava a porta do escritório de Lucas. O que quer que estivesse prestes a ver, ela sabia que seria algo inesperado. Mas nada a preparou para aquela cena.

Lucas estava encostado na mesa, sem camisa, o cabelo bagunçado e a respiração pesada. Seus olhos estavam turvos, e uma garrafa de uísque aberta repousava ao lado dele. A mulher à sua frente, alta e loira, tinha as mãos no peito dele, os lábios curvados em um sorriso malicioso enquanto tentava puxá-lo para mais perto.

O choque percorreu Jordani como um raio. Seu chefe arrogante, sempre tão impecável e frio, agora estava ali, vulnerável e claramente embriagado… com uma amante?

Seu estômago revirou. Que tipo de homem era Lucas para se entregar daquela forma dentro do próprio escritório?

Lucas soltou um resmungo e empurrou a mulher com mais força, sua expressão se contorcendo em desgosto. Mas a loira não parecia disposta a desistir tão fácil.

— Qual é, Lucas… você sabe que quer isso — a mulher sussurrou, deslizando os dedos pelo braço dele.

Foi nesse momento que os olhos de Lucas encontraram os de Jordani. Uma confusão passou por seu rosto, seguida por um desespero inesperado.

— Jordani… — Sua voz saiu rouca. De repente, ele se afastou da mulher e tropeçou em direção a Jordani, segurando firme em seus braços. — Me ajuda.

Ela congelou. O toque dele era quente, firme, um pedido silencioso que ela não soube como recusar.

— O quê? — Sua voz saiu baixa, incerta.

Lucas apertou mais seu braço, seu olhar suplicante.

— Tira ela daqui.

A loira bufou, cruzando os braços.

— Você não pode estar falando sério — ela revirou os olhos e encarou Jordani com desprezo. — Quem é essa garota, Lucas? Uma das suas secretárias?

Lucas se afastou de Jordani e virou-se para a loira, sua expressão endurecendo de repente. O ar ao redor dele pareceu mudar, como se, mesmo embriagado, sua autoridade voltasse à tona.

— O nome dela é Jordani… — Sua voz saiu mais firme agora, carregada de algo sombrio. — E ela é minha esposa.

Jordani sentiu o chão sumir sob seus pés.

— O quê? — Sua voz saiu em um sussurro indignado.

Bitra arregalou os olhos antes de soltar uma risada cínica.

— Esposa? Você só pode estar brincando! Desde quando você se casaria, Lucas? Você nunca quis nada sério!

Os olhos dele se estreitaram.

— Desde que você me ensinou o que é traição, Bitra.

A loira ficou imóvel por um segundo.

— Lucas…

— Você partiu meu coração e destruiu minha confiança — ele continuou, sua voz baixa, mas afiada como lâmina. — Você me trocou pelo meu melhor amigo na faculdade. E agora volta, achando que pode simplesmente se enfiar na minha vida como se nada tivesse acontecido?

Bitra mordeu o lábio, parecendo sem palavras pela primeira vez.

— Eu… Eu errei, mas—

— Mas nada — Lucas rosnou. — Você não é bem-vinda na minha vida. Nem agora, nem nunca.

Bitra deu um passo para trás, os olhos brilhando de raiva e humilhação.

— Isso não acaba aqui, Lucas.

— Acaba, sim. Agora saia — sua voz foi gelada e final.

Bitra hesitou, lançou um último olhar furioso para Jordani e saiu batendo os saltos contra o chão. Ela insatisfeita volta para trás e Lucas em segundos puxa Jordani para um beijo envolvente e quente oque faz ela tentar se afastar mas Lucas mesmo embriagado era mais forte que ela. Bitra com mais raiva e seu sangue fervendo vai embora.

O silêncio que se instalou após se afastarem foi quase sufocante. Jordani ainda tentava processar tudo quando sentiu Lucas se apoiar nela e beija-lá , e o contato com o seu corpo quente e pesado.

— Você disse que eu era sua… sua o quê? — ela perguntou, sua voz quase falhando.

Lucas fechou os olhos por um segundo, como se tentasse clarear a mente, antes de abrir um meio sorriso embriagado.

— Minha esposa, Jordani… Agora, me ajuda a não cair.

Ela o segurou e o ajudou a se sentar na cadeira. Por um instante, ficou apenas olhando para ele, o peito subindo e descendo de raiva. Então, sem aviso, sua mão estalou contra o rosto dele em um tapa seco.

Lucas arregalou os olhos, atordoado.

— Isso foi por ter me beijado sem permissão! — ela cuspiu as palavras, sentindo o sangue ferver.

Ele piscou algumas vezes, claramente tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Então, para a surpresa dela, um sorriso se espalhou em seus lábios. Um sorriso que Jordani nunca tinha visto antes.

— Eu vou te pagar por isso — ele murmurou, a voz arrastada. — Pode ir embora.

Ele suspirou cansado, parecendo finalmente sentir o peso do álcool e do dia exaustivo.

Jordani cruzou os braços. Odiava admitir, mas algo dentro dela se incomodava com a ideia de deixá-lo ali sozinho.

— Vamos — disse, pegando os pertences dele e puxando seu braço para ajudá-lo a se levantar. — Eu levo você até sua casa.

Lucas a encarou por um momento, como se estivesse tentando decifrar algo nela. Então, sem dizer nada, aceitou seu apoio e deixou que ela o guiasse para fora do escritório.