O ambiente estava carregado de uma tensão palpável. O silêncio entre os dois parecia pesar mais a cada segundo que passava. Lucas estava sentado em sua cadeira, seus olhos fixos nela, como se estivesse esperando por algo. Jordani, por outro lado, estava ao lado da mesa, sentindo o peso da situação. O que aconteceu entre eles na noite anterior ainda estava fresco em sua mente, e a confusão sobre o que exatamente aquilo significava a estava consumindo. Ela sabia que estava se envolvendo em algo perigoso, mas, de alguma forma, não conseguia se afastar. — Você sabe o que aconteceu entre nós ontem, Jordani — Lucas falou, quebrando o silêncio. A voz dele estava mais séria do que nunca, mas havia algo mais ali. Um desafio, talvez? Ou um convite para entrar em um jogo que ela ainda não entendia completamente. Ela o olhou, sem saber como reagir. A lembrança da noite quente ainda a fazia tremer, e ela se perguntava até onde aquilo poderia ir. Ela não queria ser controlada, mas, por alguma ra
Jordani estava sentada em sua mesa, mergulhada em relatórios. O som das teclas do computador era a única coisa que conseguia focar. Até que a porta do seu escritório se abriu, e a presença de Lucas invadiu o espaço. Ele entrou sem bater, como se fosse dono do lugar, e se acomodou na cadeira à frente da dela, com aquele sorriso de quem já sabia que iria tirar a paz dela.— Tempestade — ele começou, chamando-a pelo apelido que já começava a dar calafrios na espinha dela. — Preciso que você prepare um relatório mais detalhado sobre o projeto X até o final do dia.Ela levantou os olhos, um tanto desconcertada. Desde que assinaram o contrato, ele parecia mais confiante, mais provocador, e o jeito como se aproximava dela, sempre com aquele ar de superioridade, fazia com que ela se sentisse fora de controle.— Não é muito tarde para pedir isso, Lucas? — ela questionou, tentando manter a postura profissional.Ele sorriu ainda mais, fazendo questão de
Quando Jordani chegou em casa naquela noite, já sabia que não poderia mais adiar a decisão. A pressão que ela sentia de Lucas, o que estava em jogo entre eles, e as palavras de Paulo a perseguindo, a deixaram sem escolhas. Ela precisava seguir em frente, e o que isso significava, ela ainda não tinha certeza.A ideia de morar com Lucas era assustadora, mas ao mesmo tempo, algo dentro dela estava disposta a ceder, a testar seus limites, a ver até onde aquilo iria levá-la.Então, naquela noite, ela pegou o celular e mandou uma mensagem curta para Lucas:“Eu aceito. Quando começamos?”A resposta de Lucas foi instantânea:“Ótimo. Te espero em casa amanhã.”O que parecia ser uma escolha simples se transformava, na realidade, em uma decisão que mudaria a dinâmica deles para sempre.No dia seguinte, ao chegar na casa de Lucas, Jordani estava nervosa. A casa dele era diferente da dela, mais moderna e com uma decoração sóbria
Na manhã seguinte, Jordani estava determinada a ignorar os acontecimentos da noite anterior. Ela venceu, e isso era o suficiente. Lucas que lidasse com o próprio orgulho ferido.Mas ao chegar ao trabalho, percebeu que ele não pretendia facilitar as coisas.O primeiro indício veio na sala de reuniões. Enquanto apresentava um relatório para a equipe, Jordani sentiu o olhar de Lucas queimando sobre ela. Ele não desviou nem por um segundo, um pequeno sorriso de canto dançando em seus lábios, como se soubesse exatamente o que estava fazendo.Foi pior quando ele se inclinou sobre a mesa, os olhos fixos nela, e disse:— Seu desempenho ontem à noite foi impressionante, Jordani. Mas ainda quero ver até onde você consegue ir.O tom de voz dele era casual, mas a intenção por trás das palavras era óbvia. O rosto de Jordani esquentou imediatamente.Os outros na sala não suspeitaram de nada, mas ela sabia. E Lucas sabia que ela sabia.
A noite caiu como um véu sobre a cidade, mas dentro do apartamento de Lucas, o ambiente estava longe de ser tranquilo. O jantar tenso ainda pesava no ar, e o álcool corria quente pelas veias de Jordani e Lucas. Eles tinham bebido mais do que o necessário, talvez como uma forma inconsciente de escapar da realidade.— Eu nunca vi você tão calado… — Jordani murmurou, recostando-se no sofá, os olhos levemente desfocados.Lucas a observou, os lábios curvados em um sorriso preguiçoso. Ele estava sentado à sua frente, o copo ainda em mãos, girando o líquido âmbar lentamente.— Estou apenas apreciando a cena… — Ele inclinou a cabeça para o lado. — Você toda relaxada assim… Um pouco perigoso, não acha?Jordani soltou uma risada curta, mas algo no tom dele fez sua pele arrepiar.— Perigoso por quê?Lucas apoiou os cotovelos nos joelhos, seu olhar se tornando mais intenso.— Porque, se eu não soubesse que você gosta de jogar d
Jordani largou os talheres no prato com um barulho seco, a paciência se esgotando a cada segundo.Lucas continuava fingindo que nada estava acontecendo, mastigando calmamente, como se ela não estivesse ali, observando-o com olhos semicerrados.— Você vai mesmo continuar agindo como se nada tivesse acontecido? — ela finalmente quebrou o silêncio, cruzando os braços sobre a mesa.Lucas ergueu os olhos para ela, mastigando devagar antes de engolir.— Aconteceu algo?Jordani quase jogou a xícara de café nele.— Você sabe que sim.Ele soltou um suspiro, repousando os cotovelos sobre a mesa e entrelaçando os dedos.— Eu sei que você está fazendo uma tempestade onde não tem.O apelido disfarçado em sua resposta fez o sangue de Jordani ferver.— Você não é tão bom assim em fingir, Lucas. Você pode jogar com qualquer um, mas eu já te conheço o suficiente para saber quando está fugindo de alguma coisa.Lucas manteve a expressão impassível, mas a mandíbula dele travou por um segundo.Jordani per
Lucas jogou a mala de Jordani no canto do quarto, passando as mãos pelos cabelos, claramente irritado.— Isso foi a pior ideia que já tivemos.Jordani cruzou os braços, recostando-se na porta.— A pior ideia foi você não ter me avisado que sua mãe poderia aparecer do nada.Ele lançou um olhar seco para ela.— Desculpa por não prever o futuro, Tempestade.Ela bufou.— Tanto faz. Como vamos lidar com isso agora?Lucas suspirou pesadamente e olhou para a cama.— Eu fico com o chão, você fica com a cama.Jordani franziu a testa.— Por que você fica com o chão?Ele riu sem humor.— Porque se eu dividir essa cama com você por uma semana, nós dois vamos enlouquecer.Ela arqueou uma sobrancelha, um sorriso de canto brincando em seus lábios.— Ah… então você acha que não conseguiria resistir a mim?Lucas se aproximou devagar, seu olhar penetrante fixo no dela.— Você quer mesmo testar essa teoria, Tempestade?O ar entre eles ficou carregado por alguns segundos, até que uma batida na porta fez
Jordani não sabia o que fazia mais: o impacto da verdade ou a constatação de que ela nunca tinha visto a mentira se aproximando. Sentada no banco do café da empresa tomando seu expresso com pouco açúcar, ela olhou para o celular, onde uma mensagem de Paulo César seu namorado piscava na tela. A dor nas palavras dele era quase tangível, mas o que mais a cortava era o simples fato de saber que ele nunca sentiu a dor que ela estava sentindo agora. Ela o amava, e ele havia feito o impensável. Não havia volta.*MENSAGEM DE PAULO*“Jordani, eu sinto muito, mas não posso mais continuar com você. Eu… eu encontrei alguém melhor, me apaixonei pela Carla minha assistente. Desculpe.”Era tudo o que ela precisava ler para que o chão debaixo de seus pés se desintegrasse. A sensação de abandono a sufocava, o café que tinha um pouco de açúcar se tornou amargo em sua boca enquanto as lágrimas, antes reprimidas, começavam a escorrer silenciosamente pelo seu rosto. A dor de ser trocada por outra não tinh