Capítulo 2 O inesperado

Saio do elevador antigo meio que perdida, há um corredor em frente onde luzes opacas mal clareiam o lugar. O homem lá embaixo falou para eu seguir em frente, então, caminho.

Chego perto da porta que se abre sem que eu nem tenha tocado nela.

Uma mulher sorridente surge assim que a porta se abre.

"Boa noite, posso ver seu convite?"

Respondo o cumprimento e lhe entrego meu convite.

Ela escaneia o código de barras do mesmo e me passa uma pulseira na tonalidade verde.

"Senhorita Paccione, aqui está sua máscara, em momento algum deve tirá-la, pois poderá ser conduzida a sair do evento"

Nossa máscara!

Sério isso?!?

Nem sei o que me espera e agora essa de estar mascarada.

É entrada estranha, elevador sinistro, agora máscara.

Tudo bem que Erika é bem capaz de coisas inusitadas, mas nunca me meteu em lugares pelos quais eu pudesse estar em perigo.

Bom, como já estou aqui, vou ver no que vai dar tudo isso.

Mesmo porque, depois de enfrentar aquele elevador, mereço no mínimo um drink antes de ir embora.

Porque essa é a opção, caso a festa não seja nada do que eu esteja acostumada.

Nem vou pensar duas vezes em me retirar, porque a verdade é que aqui está tudo muito inusitado.

Se eu entrar lá e enfim e supomos que a turma esteja muito à vontade, os caras saidinhos demais, aquele negócio de "todo mundo junto e misturado", estou fora!

Porque já ouvi cada história sobre festas onde tudo é permitido, onde ninguém é de ninguém e todo mundo é de todo mundo.

Sou moderna, mas nem tanto!

Sou conduzida até uma ala pequena, que me permite colocar a máscara com total discrição.

Olhando no espelho até que gosto, pois trata-se de um modelo veneziano, que sai cobrindo muito do meu rosto, deixando apenas a parte da ponta do meu nariz e boca aparente.

O que me deixa até animada, pois poderei me divertir sem me preocupar em ser reconhecida.

E assim, saio, sendo conduzida pela mesma mulher que me recebeu, a qual me deseja uma ótima festa.

Logo estou entrando num ambiente totalmente fora dos padrões do prédio que vi lá fora.

Enquanto a decadência é algo notório lá fora, aqui o luxo é algo acolhedor.

O lugar é enorme!

Lembra aqueles salões de festas gigantescos dos séculos XVI.

Não há luzes frias, apenas aquelas tonalidades aconchegantes. Os convidados estão todos com roupas pretas, mas a diversidade de máscaras é algo incrível!

Não se vê modelo repetido.

Todos os garçons, barmans, enfim, todos que estão trabalhando estão de roupas brancas e usam máscaras também, mas aquelas que apenas tapam os olhos.

Achei interessante esse cuidado, pois é um detalhe que torna ainda mais atraente a noite.

Saio caminhando pelo lugar, me ambientando. Há alguns casais dançando em uma bela pista de dança.

Outros conversam e eu sigo me familiarizando com tudo.

Procurando minha amiga tagarela, mas cadê aquela mulher!!!

Nada dela surgir.

Vejo que não estou sendo tão ignorada quanto queria, pois muitas cabecinhas masculinas viram enquanto caminho.

Acho divertido essa questão da máscara, pois parece dar aos homens um maior atrevimento.

É notório o quanto eles perdem a vergonha e escancararam de vez suas vontades.

A máscara deixa tudo um pouco mais livre.

Ainda bem que não era nada do que eu estava imaginando.

A festa parece seguir como todas as outras, ninguém avançando sinal que não lhe é permitido.

Isso me deixa mais à vontade.

Porque já estava preparada para sair, mas mudei de ideia quando vi todos se divertindo sem peso, sem descaramento.

Acabo indo até o bar e peço um dry martini, acho que assim consigo me ambientar melhor.

Enquanto espero, viro para observar o lugar e continuo em busca da minha querida amiga.

E ainda nada!

Eu não quero acreditar que Erika me inventou uma festa dessa, para me deixar passar a noite sozinha.

Recebo minha bebida e fico sem saber o que fazer.

Pois sabia que isso poderia acontecer.

Resolvo continuar andando pelo lugar, ao menos assim, o tempo vai passando.

Nada da minha querida amiga.

A música está tão boa, que arrisco me jogar na pista. Afinal, já saí de casa, já me arrumei todinha e porque não me diverti.

Não tenho nada a perder!

E assim, encaro aquela pista me permitindo ser feliz, como há algum tempo não acontecia.

Sabe aqueles momentos em que você liga o dane-se e se j**a?!?

Liguei o meu e me joguei!

Entre uma música e outra, acabo aproveitando dos garçons e já nem sei mais o que estou bebendo.

Vejo que literalmente minha guarda está baixa, baixa não, baixíssima!

Mas estou atenta para não pagar nenhum mico. Não me meter em enrascadas e nem fazer feio.

Minha amiga não apareceu ainda e acabei resolvendo de

deixar ela para lá.

Dancei com alguns rapazes, mas nada de formar par, para passar a noite, alguns até tentaram, mas deixei claro que estou fechada para balanço.

Dancei muito e bebi mais ainda, nossa não consigo sentir meus pés no chão.

Vejo que já passei da minha cota essa noite, melhor fazer a toalete e ir para casa.

Depois, me resolvo com a Erika.

Estou caminhando de volta do toalete e de forma inesperada sou agarrada pela cintura.

Quando me viro, pareço estar diante de um prédio de mais de trinta andares, devido ao tamanho da pessoa a minha frente.

Levo meus olhos para ver de quem se trata e sinto o ar me abandonar, quando meus olhos alcançam aquele olhar.

"Uauuuuu", penso, assim que consigo processar aquilo ali diante de mim.

Estou diante dos olhos mais estonteantes que já vi!

Estou bem fora de mim, devido a toda bebida que misturei.

Mal sinto minhas pernas.

Será que estou delirando???

Será efeito da bebida???

Porque, Uauuuuu, que par de olhos são esses!!!

Não vim com planos de ir ao infinito e além, mas parece que estou quase chegando no além, porque o que vejo diante de mim, só pode ser um ser que se materializou do além, tamanha a perfeição em pessoa!

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