Seus olhos são tão profundos que me remetem a ver a noite em sua imensidão.
Minhas pernas falham de forma inesperada e suas mãos me alcançam, me dando segurança para continuar em pé. Ficamos, ali, parados, nos olhando! Ele parece lindo, por baixo daquela máscara que cobre parcialmente sua face. Infelizmente a mesma, não me deixa vislumbrar muito do seu rosto, mas o que consigo ver, me trás um calor que não me lembro de ter sentido antes. Continuamos alheios a tudo e a todos. Perdidos no momento que surge entre nós, sem nos dar conta de que as coisas seguem acontecendo ao nosso redor. Estou um pouco tonta e área, mas seu encanto acaba me fisgar de forma singular. Quando me dou conta do que estou fazendo, tento me soltar de suas mãos, mas ele me trás mais para perto de si. Fico desconcertada, pois estou praticamente grudada nele. Me mexo, tentando romper esse elo inesperado, mas quanto mais me mexo, mas ele me aperta. Fico sem saber o que fazer. Ele segue me olhando, de forma séria, visivelmente me analisando. Aquilo começa a me incomodar, não sei o que fazer de verdade. Porque fui beber tanto, essa leseira está me atrapalhando em fazer alguma coisa. Pois quanto mais tento me desvencilhar dele, mas ele me aperta contra si. Isso começa a me irritar e quando estou prestes a reclamar. Ele sai me empurrando, me levando a andar de costas de forma rápida e inesperada, até que sinto meu corpo bater contra uma parede. E quando vou reclamar da sua atitude, sua boca avança contra a minha numa velocidade absurda. Seu beijo é urgente e impiedoso! A surpresa faz meus lábios se renderem a ele e quando me dou conta, seu beijo quente alcança algo novo em mim, me fazendo refém da sua boca. Ele sai me beijando de forma afobada, desesperada, impaciente, não sei bem porque está fazendo isso e nem entendo qual motivo para tanto, mas quer saber, não é todo dia que você é literalmente devorada por uma boca tão gostosa assim. E com isso me deixo ser levada. Ele desliza seus lábios sobre minha pele, fazendo faíscas surgirem por onde ele passa. Não consigo segurar e um gemido inesperado escapa. Ele segue sua jornada, me beijando em todos os lugares descobertos. Quando me dou conta, uma de suas mãos está deslizando por minha coxa e de forma inusitada, sinto quando um de seus dedos adentram um lugar muito inapropriado para ele. Sua boca me consome, enquanto seu dedo brinca de forma especial, fazendo eu me perder a cada novo movimento. Ele sabe muito bem como transformar um simples toque em algo avassalador. E quando percebe que estou completamente pronta para algo mais, ele me sustenta no ar como se eu fosse apenas uma simples almofada, fazendo com que minhas pernas o abracem pela cintura. Sem se importar, sai nos levando por um corredor, sem nunca deixar seus lábios longe de mim. O que me faz estar ainda mais à mercê dele. Ele abre uma das portas que há no corredor. Vejo que estamos em um quarto. Ele segue brincando com minha abertura, que está mais faminta do que eu possa lembrar que um dia tenha estado. Carambaaa o que é tudo isso?!? De forma cuidadosa, me deita sobre uma cama que há no lugar. Sinto o frio do lençol de cetim me alcançar, mas nem me importo, pois estou à mercê do desconhecido. E nem sei em que momento se deu, mas repentinamente ele está completamente como veio ao mundo, a não ser, pela máscara que continua usando. Pisco os olhos, pois não acredito no que estou vendo, sinto que a bebedeira ainda está presente, o que me deixa um pouco confusa se estou vendo ou não. Se é real ou estou alucinando?!? Mas deve ser real, porque, não posso estar delirando tanto assim. Ou será?!? Fico extasiada com o que meus olhos contemplam. Meu Deus! O que é tudo isso?!? Como pode um olhar ser tão significativo assim??? Ainda que ele possa ter um rosto horrível, seu corpo parece uma obra de arte. Tudo no lugar devidamente cuidado, cada parte meticulosamente cuidada. Ele é alto, forte e parece cuidar do corpo, sua musculatura me deixa claro o que vem por aí. Ele se abaixa sobre mim, me beijando ainda com mais urgência. Seus lábios quentes me levam a loucura, me levam a lugares que nunca outros beijos me levaram. Minha cabeça está leve, meu corpo entregue, mas nem sei se por conta apenas da bebedeira. Preciso retomar algum controle para não me deixar ser levada assim, tão facilmente. Acabo com isso, decidindo que essa brincadeira é para dois brincarem e entro com a mesma necessidade, mesmo com a mente nublada, mesmo com meu corpo perdido, ainda assim, saio beijando de forma desvairada seus lábios. Seu dedo volta a encontrar meu lugar sagrado, arqueio ao senti-lo, ele mostra claramente gostar do que meu corpo faz. Seu dedo brinca comigo de forma absurda, nunca vi tanta destreza em algo tão simples. E quando acho que estou a ponto de me desfazer, ele troca seu dedo por sua boca, me levando ainda mais a loucura. Já não sei o que fazer. Eu me mexo, me remexo, sem saber como controlar o que meu corpo está sentindo e quando já não estou mais segurando, ele me invade com sua vitalidade, já pronta e encapada por uma camisinha. Ele adentra a minha abertura, como se estivesse saboreando o melhor doce que existe. Aquele cuidado me leva ainda mais longe. Ele me leva com tanta doçura mas ao mesmo tempo com tanta urgência. Quando percebe que já ocupou todo o espaço, começa a entrar e sair, no princípio, de forma vagarosa, lenta, mais a cada estocada, sua fúria vai surgindo, vai aumentando, vai ganhando urgência. E quando é nítido que vou me lançar longe, ele aumenta ainda mais o ritmo, nos levando a insanidade e sou lançada ao universo que eu nem sonhava que existia. Nossos lábios soltam frases desconexas, rugidos surgem, ruídos intraduzíveis são lançados e atingimos a mesma esfera de prazer.Acho que acabei pegando no sono. Olho em volta tentando encontrar algo familiar, mas nada aqui é pessoal. Estou em um quarto, como cheguei aqui??? Olho em volta e estou sozinha, mas… ”Aiii… que merda!!!", que legal, ainda estou sob efeito do álcool. "Não devia ter exagerado tanto", falo para mim mesma. Nossa, as lembranças da bebedeira me chegam aos montes e deixam claro que fui além do que poderia. Volto a encarar o quarto, tudo muito bem decorado e aconchegante. Minha cabeça está bem entorpecida pela bebedeira. Nesse momento a lembrança do desconhecido também chega e nossa, o que foi aquilo??? E põe nossa nisso!!! Pois, será que vivi mesmo o que vivi??? Será que sonhei??? Será que imaginei tudo isso?!? Estranho!!! Mas minhas partes lá embaixo me deixam claro que não!!! Que não foi sonho, nem tão pouco delírio. O formigamento de que meu parque de diversão foi muito bem aproveitado, deixa nítido que alguém esteve se divertindo lá embaixo. No entanto, estou ao que
Minha mãe era uma pessoa que vivia para o mundo, quando meu pai se casou com ela, sabia que não havia laços suficientes fortes para mantê-la em um lugar apenas. E foi assim, quando eu tinha apenas quatro anos de idade que ela nos deixou. Ela foi embora, dizendo que nos amava o suficiente para não querer forçar a nós sua tristeza e amargura, ela sempre foi um pássaro livre e quando se casou com meu pai, deixou sempre claro essa possibilidade de passar pela porta sem olhar para trás. Meu pai quis arriscar, pois se apaixonou por ela, acreditou que dando a ela um lar e segurança financeira, seria isso o suficiente para ela permanecer com ele. Mas infelizmente a felicidade dele não estava apenas em seu querer, mas dependia da minha mãe também e assim ficamos sozinhos. Quando eu tinha doze anos, chegou a notícia de que minha mãe havia sofrido um AVC e não havia resistido. Vi meu pai ficar triste, pois sabia que lá no fundo ele nutria a esperança dela voltar em algum momento. Mas nem
Imagina a cena. Estou lá toda linda e feliz ao lado do meu pai, que além de ser o homem que é, tem a capacidade de chamar atenção por onde quer que passe, pois diga-se de passagem, meu progenitor é um homem lindo! Alto, forte, atlético, de semblante determinado. Tem um sorriso que alcança o nosso coração rapidinho e claro, que há um belo fã clube atrás dele, mas ele não dá a mínima. O que eu sempre achei engraçado. Eu não tenho sua altura, mas todo mundo diz que somos cópias um do outro, o que me deixa ainda mais orgulhosa. Então, sou a cópia em miniatura dele e isso enche meu coração. Estou lá ao lado do meu pai depois da sua palestra, quando observo um casal todo sorridente vindo em nossa direção. Na hora achei que estava tendo alguma alucinação, ou poderia ser algum irmão muito parecido, porque a verdade é só uma, quando você se depara com uma situação estranha, você sai buscando alguma explicação plausível. Porque é tosco demais você sequer imaginar viver algo tão biza
E se abraçam, com aquele abraço cheio de carinho de grandes e velhos amigos. "Ah, deixa disso Gregory, você também não está nada mal" E os dois caem na risada. "Moni diz que estou mais rabugento" "Monica Abrantes???” "Sim meu amigo, ela me segurou no cabresto e não me largou" E os dois riem ainda mais. "Vejo que as duas hienas já se juntaram", diz uma voz sorridente de uma mulher vinda de dentro da casa. E os dois viram para olhar a linda morena, que sai de lá. Usando um vestido jeans, bota cano médio e cabelos soltos que seguem até sua cintura fina e bem torneada. "Ah Moni, já viu deixarmos passar qualquer coisa?!?", fala meu pai entre o sorriso, enquanto ela caminha até nós. "Claro que não, mas me dê um abraço aqui seu barril velho!!!" E meu pai aconchega aquela linda mulher em seus braços. Fico ali, só observando aquele momento de grandes amigos. "Deixa eu apresentar minha princesa… Moni lembra da minha Marcela?” "Como não vou lembrar, fiquei com ela
Tem mais uma taça para mim no meio dessa alegria toda?" "Claro, meu amor… vou te servir!", se antecipa meu pai. E assim, me junto ao quarteto fantástico. Eles estão relembrando o passado e eu rindo, por conhecer um pouco mais das aventuras do meu pai. Uma história é melhor que a outra, o que nos rende muitas gargalhadas. Meu pai e Gregory aprontaram muito durante o tempo que trabalharam juntos. Sei que meu pai era, digamos, um homem com o senso de humor nas alturas, mas ele é Gregory juntos, eram imbatíveis! Notei algumas vezes, trocas de olhares entre meu pai e a Syrah, aquilo me deixou intrigada, porque não lembro de ouvir meu pai falar dela comigo. Sei lá, mas algo me faz ver que eles podem ter sido lá atrás mais que amigos, pois a forma que se olham. Não são olhares apenas de amigos, mas são olhares que dizem muito em seu silêncio. Aquilo me chama atenção, porque papai sempre me contou sobre muito do que já viveu, do que já passou, até nas aventuras românticas que teve
E passei os próximos dois dias visitando o que ainda não tinha visto, consegui estar no depósito onde alguns toneis centenários descansavam. Pude experimentar algumas bebidas bem envelhecidas, algo único. Pois bebidas assim, não nos é servido em taça, mas em colheres, pois você degusta apenas algumas gotas da bebida. Eu não acredito que estava vivendo tudo isso. Era surreal para mim! O lugar foi construído em meio a um barranco, onde aproveitaram da umidade natural da terra, para manter o clima do galpão único o ano inteiro, usaram de tecnologia da época para alcançar o feito e até hoje os funcionários da fazendo mantêm o cuidado. Fiquei encantada, porque já tinha estudado sobre essas técnicas milenares, mas nunca havia estado tão próxima de uma. Jordel estava me explicando sobre tudo e como chegava a aquela qualidade de vinho. Algo único acontecia naquele lugar e fiquei muito impressionada com tudo. Pois uma coisa é você ler, estudar, outra bem diferente é você visualizar
A noite já está caindo e resolvo pegar a estrada secundária para voltar a fazenda. Mas de repente o motor do triciclo para. "Essa não!!!” Tento religar e nada! Vejo que tenho combustível, ao menos é o que diz o painel. E para minha felicidade, não trouxe meu telefone. Acabei deixando ele na cômoda do quarto. "Sou uma imbecil… saio de casa sem telefone e sozinha! Agora como vou voltar?!?” A estrada parece esquecida, não há vestígio de que muitos carros passem por ali. "A inteligente aqui ainda vai e pega a estrada menos movimentada" O sol já está se pondo e continuo aqui, sozinha. Não sei o que vou fazer. O vento frio começa a aparecer e meu Deus, se anoitecer como vou caminhando até a sede da fazenda. Cansada de esperar, resolvo sair andando, ao menos posso encontrar algum camponês no meio do caminho. E quando estou começando a andar, ouço um barulho de carro. Seja lá quem for, vou aproveitar para pedir uma carona. Vejo os farois vindo e balanço meus braços
Não sei que bicho mordeu meu pai, mas há muitos anos ele não fala assim comigo. "Monica vou abusar da sua hospitalidade… pede para uma das meninas, me levarem no quarto um leite com aquele pão que você fez no café da manhã, se ainda tiver… vou arrumar minhas malas e me deitar" Moni sorri, deixando claro que irá pedir. Saio andando, mas me viro e falo: "Gregory, pede para um dos meninos irem na estrada secundária… o triciclo parou de repente e só cheguei em casa graças ao seu funcionário… se não fosse por ele, possivelmente teria que andar até aqui" Meu pai fica com aquela cara, o que foi que eu fiz?!? Mas já estou bem azeda para lidar com ele. Além de ter minha boca invadida por aquele neardental, agora vem meu pai com crise de excesso de proteção. Melhor deixar para conversar com meu pai em outro momento Vou para o quarto. Tomo um banho, Moni veio pessoalmente me trazer o café que pedi. "Você não precisava me trazer. Era só me falar que eu buscava" "Que nada lindeza, a