Capítulo 58

EZRA D'ARTAGNAN

Cinco meses. Cinco longos meses desde que eu a resgatei das garras de Salvatore. Desde aquele dia, Penélope havia permanecido no hospital, sua vida pendurada por um fio, e eu, todos os dias, fazia questão de estar ao lado dela. Não importava quantas reuniões precisassem ser adiadas, quantos negócios necessitassem de minha atenção. Nada importava além dela.

Flores. Elas se tornaram uma rotina, quase um ritual para mim. Comecei com as flores comuns na Grécia— rosas, lírios, e jasmins, que logo passaram a encher o quarto dela com seus aromas suaves. Mas conforme os dias se transformavam em semanas, e as semanas em meses, comecei a buscar mais.

Orquídeas raras, tulipas negras da Holanda, até flores exóticas do outro lado do continente. Cada uma delas era escolhida com cuidado, como se, de alguma forma, a beleza e a vida dessas flores pudessem transmitir algo para Penélope, puxá-la de volta para o mundo dos vivos.

Toda vez que entrava naquele quarto, o cheiro das flores era
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