EZRA D'ARTAGNANPouco depois de uns vinte minutos, a garota desceu as escadas, radiante no vestido branco de seda. O traje tinha mangas curtas e um decote em canoa, tomara que caia, que destacava os seus ombros de maneira sutil e elegante. Os seus longos cabelos cacheados estavam presos em um rabo de cavalo simples, que, embora não fosse muito elegante, conferia-lhe uma graça natural. Os scarpins que ela usava, juntamente com o fio de ouro que eu havia dado a ela, repousando delicadamente no seu pescoço, adicionavam um toque de sofisticação. O sobretudo que ela segurava no antebraço, pronto para ser vestido, e as luvas brancas que cobriam a suas mãos completavam o visual, dando-lhe um ar de inocência que eu sempre achava intrigante.Aproximei-me da escada quando ela se aproximou dos últimos degraus, oferecendo-lhe a minha mão para ajudá-la a descer. Penélope aceitou prontamente, a sua mão pequena e quente na minha. — Você está deslumbrante — murmurei, observando-a de perto enquanto a
Penélope não sabia o que estava gostando mais — a sensação das garras do Senhor D'Artagnan roçando sua pele enquanto ele acariciava suas costas, ou a devoção incondicional refletindo em seus olhos enquanto ele olhava para ela.A maneira como ele satisfez todos os seus desejos, a maneira como ele a levou a alturas de prazer imensuráveis momentos antes, tudo foi muito esmagador para ela.O cheiro dele, o gosto dele, a aparência dele, ela estava embriagada, e ele era o centro de tudo isso.Enquanto Penélope estava deitada em cima dele, olhando para seu rosto bonito, ela nunca queria que o momento terminasse.Ezra não era o demônio de coração frio que não tem coragem de amar o outro e ser afetuoso. O oposto é verdadeiro, e embora Penélope possa ser a única a testemunhar isso, isso não fez diferença para ela.Penélope queria manter esse lado dele apenas para si mesma, o resto do mundo não precisava testemunhar isso. Foi um presente para ela, a maneira como ele a agradou abnegadamente e dep
Penélope acordou lentamente, ainda com o corpo relaxado após mais uma noite de amor com Ezra. A luz do sol de inverno iluminava completamente o seu rosto, já que ela havia esquecido de fechar as cortinas na noite anterior. Mas, em vez de se incomodar, ela agradeceu por ter acordado um pouco mais cedo. O sol suave e frio parecia acariciar sua pele enquanto ela se espreguiçava, estendendo os braços acima da cabeça.Seus olhos caíram sobre o anel reluzente em seu dedo, e ela não pôde evitar um sorriso ao vê-lo brilhar na luz da manhã. Parecia quase um anel de casamento, e a ideia a fez sorrir ainda mais, sentindo uma felicidade genuína e inesperada.E enquanto o olhava, Penélope não pôde deixar de pensar em como tudo estava acontecendo tão rápido, as coisas pareciam avançar com uma velocidade vertiginosa. Será que era essa a razão dele tê-la trazido para um lugar tão isolado, longe de tudo e de todos? O isolamento, a intimidade forçada... tudo parecia parte de um plano maior, algo que a
— Bom dia, senhorita — disse Carter, aproximando-se com um sorriso cortês. Penélope se afastou rapidamente do telescópio, surpresa por não ter percebido a chegada dele.— Bom dia, Carter — respondeu, ainda com o coração acelerado pela surpresa. — Não o ouvi chegar.— Não queria interromper a sua concentração, — disse ele, olhando para o telescópio montado. — Parece que se saiu muito bem sozinha.Penélope corou levemente, surpresa com o elogio, mas também satisfeita consigo mesma.— Achei que seria mais complicado, mas consegui montar — respondeu, um sorriso orgulhoso em seu rosto.Carter assentiu com um sorriso discreto, seus olhos observando o telescópio e depois voltando-se para Penélope.Ele ainda estava se recompondo da surpresa da conversa com Carter quando ele comentou casualmente:— Fico muito feliz em ver que a senhorita está bem, especialmente depois do último acontecimento com o incêndio. — E então a garota franziu o cenho, confusa.— Que incêndio? — perguntou, o desconforto
EZRA D'ARTAGNANA manhã estava gelada, e a neve se acumulava ao redor dos meus pés enquanto eu observava o cenário à minha frente. O porto de embarcação, normalmente um lugar de atividade incessante, estava quase deserto, exceto por mim, pelos cinco homens ajoelhados e amarrados no chão, e pelos atiradores posicionados atrás de cada um deles. O vento cortante trazia consigo o cheiro salgado do mar misturado ao odor metálico de sangue, ainda fresco de algum outro infortúnio. Meu humor, que já não era dos melhores, apenas piorava a cada segundo.Puxei o cigarro dos lábios e deixei que a fumaça saísse devagar, formando uma nuvem diante de mim.O calor que ele proporcionava era ínfimo, mas suficiente para me manter focado. O desaparecimento dos contêineres era um problema que não tolerava erros, e aqueles homens ajoelhados à minha frente eram o ponto de partida para resolver essa situação. Meu olhar os percorreu, observando cada um deles com a paciência de um predador prestes a atacar.A
EZRA D'ARTAGNANCaminhei em direção ao carro que me aguardava, o vento gelado cortando meu rosto enquanto me aproximava. Jonathan já estava de pé, ao lado do veículo, abrindo a porta para mim. Seus olhos se cruzaram com os meus por um breve momento.Entrei no carro, sentindo o calor reconfortante do interior me envolver enquanto Jonathan fechava a porta com precisão. Ele deu a volta e entrou pelo lado do motorista, e logo estávamos de volta à estrada, o porto ficando para trás.— O próximo passo? — Jonathan perguntou depois de alguns minutos de silêncio, havia uma curiosidade entusiasmada ali.Olhei pela janela, observando as paisagens desertas que passavam rapidamente. A neve continuava a cair, cobrindo tudo com um manto branco, como se estivesse tentando esconder a sujeira do mundo.— Sara. — Respondi finalmente.Jonathan não reagiu imediatamente, mas eu sabia que ele estava processando a informação. Sara, a filha mais nova de Salvatore, era uma peça delicada no tabuleiro, entretant
EZRA D'ARTAGNANA casa estava silenciosa quando cheguei, envolta no mesmo manto de neve que cobria todo o exterior. A ausência de Penélope, sabendo o que havia acontecido, criava um vazio palpável. Ao me aproximar da entrada, algo capturou meu olhar: o telescópio que eu havia dado a ela, montado com cuidado, exatamente onde eu havia imaginado que estaria. Fiquei parado, observando o equipamento por alguns segundos, sentindo a realidade da situação se instalar de forma pesada.Respirei fundo, tirando um cigarro do maço, e o acendi, levando-o aos lábios. Soltei a fumaça lentamente, permitindo que ela se dispersasse no ar gelado ao meu redor. A visão do telescópio, agora sem uso, me trouxe uma clareza fria. Penélope havia sido tirada de mim, e isso, mais do que qualquer outra coisa, significava que havia falhado em um ponto crucial. Eu deveria ter previsto essa traição, deveria ter visto os sinais. Mas isso não importava mais. O que importava era como eu responderia.Depois de alguns seg
EZRA D'ARTAGNANO tempo parecia se arrastar enquanto eu permanecia sentado na poltrona, a escuridão da noite lá fora começando a envolver a casa. A única fonte de luz era o outro cigarro que eu mantinha entre os dedos, sua brasa brilhando no ritmo das tragadas que eu dava, cada uma acompanhada por uma exalação lenta de fumaça, mesmo que a raiva e a frustração continuassem a arder silenciosamente dentro de mim.Os acontecimentos recentes tinham me deixado em um estado de alerta constante, mas eu não permitia que isso transparecesse. O mundo ao meu redor podia estar desmoronando, mas eu estava determinado a manter o controle.A porta da sala se abriu suavemente, interrompendo meus pensamentos. Não precisei olhar para saber que era Jonathan. Ele entrou com passos firmes, mas havia algo diferente em seu semblante. Seu rosto estava duro, mais sombrio do que o habitual, como se estivesse carregando o peso de uma notícia que preferia não ter que dar.Eu tirei o cigarro da boca, a ponta ainda