ValentinaO grande dia chegou! Nem acredito que hoje é o meu casamento com Diego. Tudo organizado com tanto amor e carinho por nós dois. Mesmo que o meu futuro marido diga que não cooperou em nada, se não fosse sua presença ao meu lado em cada detalhe eu não teria conseguido sozinha. Meus irmãos e os meus avôs estão aguardando pela cerimônia e a única mudança foi que tivemos que trocar o restaurante por um salão de festa, visto que a imprensa descobriu o local e Diego com medo de algo acontecer, concordou com a mudança de última hora. Nosso casamento vai acontecer em um lugar com verde, flores e uma paz, algo que sempre sonhei. Papai não deu sinal, não sei se ele virá ou não e sinceramente se for para ele, aparecer e estragar tudo prefiro que fique em casa.— Menina, vai demorar muito? Todos te aguardam com ansiedade — sou pega de surpresa com a chegada da mamãe que apareceu na sala em que estou aguardando a chamada da cerimonialista. Notei um sorriso além do normal em seu rosto, poré
Diego-Calma, garoto! É normal as noivas se atrasarem.Dina ao meu lado, tenta me deixar tranquilo. Porém meu instinto, sabe que algo se encontra errado e por isso Valentina não apareceu. Mesmo a nossa cerimônia simples, ainda assim alguns convidados importantes se fazem presentes. Claro que não iriam deixar de assistir ao casamento da filha do presidente com um pobretão qualquer. Isso me incomoda um pouco, porém não vou deixar que abale o grande dia ao lado da mulher da minha vida. Viro o rosto em direção ao corredor. Percebi a primeira dama retornando com passos apressados e nossos olhares se cruzam e ela sorri para mim. Fico confuso com tal gesto, então apenas balanço a cabeça voltando a minha atenção a entrada por onde Valentina vai entrar. -Ficar assim vai acabar te deixando mais nervoso do que já está.Dina fala, mas sinto que existe algo errado e só espero que Valentina não me deixe no altar, desistindo de se casar comigo.Mal terminei de pensar bobagem, sou cutucado pela minh
Quase quatro horas depois, o avião pousou no aeroporto de Congonhas. Sentia dores na coluna, cabeça doendo de preocupação. Mateus acabou dormindo e cutucava seu ombro para ver se acordava. O piloto nos desejou uma boa estadia na cidade e saímos do avião rumo a sala de desembarque. Como acabamos saindo de casa apressados, acabei colocando algumas peças de roupa na mochila, documentos e o restante das coisas daria um jeito de mandar buscar depois. Nem o meu chefe sabia que eu estava em São Paulo e ligaria para ele mais tarde. Mamãe me enviou mensagem, avisando que os seguranças do papai iriam nos buscar no aeroporto. Eu detestava essas coisas, mas infelizmente eram ordens do senhor Leonardo e eu não poderia recusar uma ordem vinda do presidente do país. De mãos dadas com Mateus, andamos até os “homens do papai” como eu costumava chamar os funcionários dele. Fiquei surpresa ao encontrar o chefe da segurança acompanhando os outros três homens. Diego trabalhava para minha família há mais d
DiegoTrabalhar como chefe da segurança do homem mais importante do país, além de ser um trabalho feito com seriedade, deixa qualquer homem com a mente totalmente fodida. Horas atrás o doutor Leonardo estava em reunião com parlamentares em Brasília, para lidar com o primeiro ano do seu mandato como Presidente. Agora se encontrava na sala de espera do hospital da família, aguardando notícias sobre a saúde do seu pai. Conheço a família Martinez há mais de vinte e cinco anos, quando comecei a trabalhar era apenas um recém- policial formado de vinte e poucos anos. Que começou como um dos seguranças do então secretário de saúde e graças a competência e lealdade conseguiu conquistar o cargo de chefe da segurança que mantenho até hoje. Agora com quarenta e oito anos, estou prestes a me aposentar. Jurei que encerraria minha carreira aos cinquenta anos, que aconteceria daqui dois anos e começaria a trabalhar com meu próprio negócio. Muitos devem achar que eu penso em montar uma empresa de segu
ValentinaApós o banho, vesti minha calça de moletom e minha camiseta do Batman, que era a minha favorita. Meu pai ligou um pouco depois do jantar para saber notícias do vovô, mas tudo continuava na mesma. Ele queria retornar para o hospital, mas eu disse que não seria preciso. Diego fez companhia para mim, até mesmo jantou comigo. Acabamos jantando juntos, mas, na verdade, Diego ficou em silêncio enquanto comia. Por mais que eu tentasse puxar algum assunto, o grandalhão simplesmente respondia com monossílabos. O Vovô continuava sendo monitorado, e o doutor Renato disse que ele estava evoluindo muito bem. Ele me assegurou que eu poderia dormir tranquila e que no dia seguinte teríamos boas notícias. Peguei meu celular de dentro da minha bolsa para verificar as ligações e mensagens. Respondi a Mateus, que estava preocupado com a falta de informações. Meu namorado avisou que estaria no hospital logo cedo, mas eu pedi que não fosse. Quanto menos pessoas presentes, melhor seria. Respondi à
ValentinaAcordei com o barulho do meu celular tocando. Dei um pulo na cama, indo pegar o aparelho que havia deixado na mesinha ao lado.— Alô!Disse tentando abrir os olhos para enxergar melhor.— Senhorita Martinez, perdoe incomodar tão cedo. Sou a enfermeira- chefe responsável pela internação do seu avô. A senhora pode comparecer no consultório do doutor Renato?A mulher disse, eu respondi que me encontrava no hospital.— Vou trocar de roupa e chego em vinte minutos. Peça para providenciarem o café da manhã e meus pais foram chamados?Perguntei à enfermeira, que respondeu que papai já estava sabendo e chegaria em breve. Se desculpou por ligar ao invés de vir até o quarto que fiquei. Disse que não precisava se desculpar e que eu logo chegaria. Desliguei o celular, corri apressada para dentro do banheiro, tirando a roupa e entrando embaixo do chuveiro. A água quente acabou me despertando com mais rapidez. Cinco minutos depois, enrolada com o roupão, vou procurar uma roupa para vestir
DiegoTomava o café da manhã, na cafeteria do hospital, ao lado de mais dois seguranças. A equipe da manhã continuou vigiando a porta do quarto em que o doutor Ricardo estava internado. Eu precisava conversar a sós com o senhor Leonardo, explicar sobre toda a situação, contudo teria que fazer isso longe dos outros e principalmente da sua filha. Meu informante alertou-me que se começaram a usar o pai do presidente como forma de intimidar o início do seu governo, significava que eles passariam a atacar os filhos e a mais velha era o alvo mais fácil, por indiretamente fazer parte do escândalo que foi o primeiro mandato dele como Governador, vinte anos atrás.— Diego, foi necessário dispensar o Bruno daquela forma?Raimundo, um dos seguranças que trabalhava comigo há anos, questionou a atitude que tomei ao demitir o garoto por conta do erro na noite anterior. Todos os meus funcionários sabiam como eu costumava trabalhar e como eu prezava pelo compromisso e lealdade. Principalmente quando
ValentinaEstava no meu quarto, tentando relaxar na banheira. Mal coloquei os pés na casa dos meus avós e já me estressei com a briga entre a mamãe e a vovó. Sofia e Leandro foram para faculdade e quando papai surgiu na sala, vovó Soraia reclama que a minha mãe não tinha nada que ficar com o meu avô no hospital, visto que ela não fazia parte da nossa família. Como sempre, papai teve que apartar a discussão e vovó se irritou por não poder visitar o esposo. Disse que iria se trancar em seu quarto e minha mãe respondeu que ela fazia um favor para todos. Papai disse que precisava trabalhar, indo se trancar no escritório, enquanto minha mãe saiu para passar o dia fazendo companhia para o meu avô. Eu avisei que ficaria com ele a noite, contudo meu pai disse que não era preciso e que era para ficar descansando. Minha família estava bem longe de ser perfeita e se todos soubessem como era a relação da primeira- dama com sua sogra, seria a manchete de todos os sites de fofocas. Depois que fique