E nós realmente nos vimos no dia seguinte, que seria o meu primeiro de trabalho na lanchonete Milk Shakespeare.
O que sucedera à visita de Lena ao meu novo quarto foram momentos de descoberta. Eu viajara pelo cômodo, analisando novamente e com mais atenção, seus móveis, sua janela e sobretudo a vista que esta última oferecia de Beverly Hills.
Nunca na minha vida eu tinha sido privilegiada com uma boa vista. Na infância, a janela do quarto que dividia com minha irmã dava para um muro coberto de lodo. Já mais tarde, quando fui viver com ela e meu cunhado em seu apartamento, a vista que eu tinha era para o estacionamento do prédio. A fila de carros não se comparava ao céu azul e às mansões vizinhas, nem ao verde que as circundava. Era um novo mundo para mim, cheio de descobertas.
– Vê se descola um namorado – minha mãe dissera na última vez que nos falamos ao telefone antes de eu viajar. Ela estava aderindo gírias ao seu vocabulário. – E, por favor, que seja um rapaz de bem! Digno, honesto, trabalhador – ela continuara a lista de qualidades pretendidas.
E eu revirara os olhos com o aparelho na mão. Minha intenção ao viajar era pura e simplesmente juntar dinheiro para a faculdade de gastronomia. Nada de aventuras sexuais com gringos, ou com brasileiros que vivessem ali. Eu era meu próprio foco.
– Me deixa, mãe! – respondera com mais exasperação do que desejava.
– Não falei por mal, mas que eu adoraria ter mais um genro americano, ah, eu adoraria.
– Peter não basta?
– Bem, eu tenho duas filhas. Peter não pode namorar as duas.
– Estou viajando por outras razões.
– Sei disso! Mas eu ficaria muito mais tranquila de saber que você não está sozinha em um lugar tão distante de nós. Só que é aquilo que eu disse... digno, honesto...
– Trabalhador – eu completara.
– E respeitador, principalmente! Nada de mão boba.
– E se esse genro fosse um gangster, a senhora também ficaria tranquila?
Minha mãe não soubera responder.
O banheiro que fazia parte da minha suíte era amplo como o quarto, e eu tomei meu segundo banho nele.
Ao descer um pouco sem jeito, dei de cara com Kevin na cozinha. Eu estava com meu caderno na mão, nele tinha escrito um trecho de Linger[1], música cuja letra eu estava aprendendo.
– Bom dia! – ele disse.
O achei especialmente bonito naquela manhã, como se fosse a primeira vez em que eu o estivesse vendo, e não a segunda. Ele vestia uma regata preta que me dava a visão de seus braços e me mostrava que eu estava certa: ele não era tão magro quanto podia aparentar. Ele era na medida certa.
– Bom dia! – respondi sem jeito.
– Minha mãe deixou um bolo pronto.
– É ela quem prepara as coisas?
– Nós não temos empregados.
Isso me deixou insegura, pois se houvesse criadagem ali, talvez eu me sentisse parte de algum grupo, afinal eu era uma criada. Esperava fazer minhas refeições em uma pequena copa à parte, não naquela cozinha ou na sala de jantar, mas entendi que as coisas seriam diferentes do que eu imaginara ao receber a notícia de que me hospedaria ali.
Lena e o marido, que eu ainda não conhecia, saíam bem cedo para a lanchonete para adiantar as coisas para o almoço enquanto os funcionários não chegavam. Constatei que eles trabalhavam muito mais do que chefes comuns costumavam trabalhar.
– Descansou? – perguntou Kevin.
– Muito!
Minha nova cama era muito macia, e os travesseiros fofinhos. Isso aliado ao cansaço, rendera uma excelente noite. Agora eu estava cheia de energia.
Me sentei para tomar o café.
– Hum!
– O que foi?
– O café é igualzinho ao do Brasil.
– É! Nós não perdemos o costume. Sabe como é, saímos do nosso país, mas nosso país não saiu de nós – ele bebeu um gole de sua xícara. – E fui eu quem fez.
Sorri. Estava como eu gostava: forte. Estou falando do café.
– Animada para o dia de trabalho?
– Com um friozinho na barriga. Alguma celebridade já foi almoçar lá?
– Julia Roberts, conhece?
– É claro que sim! Já aluguei a fita de “Uma Linda Mulher” por duas vezes.
– Gosto desse filme. Se passa aqui em LA.
– Pois é!
Pensei em perguntar quais eram os planos dele para aquele dia, mas me abstive, pois não queria parecer intrometida. Provavelmente ele iria surfar com seus amigos (ele tinha cara de quem sabia surfar), ou fazer uma festa naquela piscina enorme. Eu sabia que jovens ricos apreciavam festas assim.
Lavei o prato e a xícara que usara e me preparei para sair.
– Bem, estou indo.
– Até às quatro da tarde – disse Kevin virando-se.
– Às quatro? – questionei.
– Minha mãe me pediu para levá-la para conhecer a cidade.
Eu não sabia que o serviço de guia turístico estava incluso aos benefícios do meu emprego, e fiquei mais uma vez surpresa.
A família Fisher era surpreendente – eu achei curioso que eles tivessem esse sobrenome americano, mas se a Vera também era Fisher e era brasileira, por que não aquela família?! – Kevin Fisher era um nome belo como seu dono.
– Sério?
– Sim! Se você quiser, é claro.
– Bem, eu não tenho grana pra sair ainda.
A temporada estava apenas começando, mas a ideia de passear um pouco me animava, pois eu estava ansiosa demais para desbravar tudo. Não parecia a garota acuada que entrara no avião pouco tempo antes.
– Fica tranquila! Ela não vai descontar nada do seu salário. É por minha conta.
Isso era bom, pois eu não podia me dar a esse luxo. Meu dinheiro tinha um destino certo chamado faculdade, até mesmo porque, diferente dele, eu não tinha pais empresários, tampouco morava em uma propriedade enorme em um bairro nobre, ou nobríssimo.
– Até mais – concluí.
E saí pela primeira vez da mansão em Beverly Hills.
**
A lanchonete era linda. Não tinha a mesma suntuosidade da casa onde os donos moravam, mas era elegante e charmosa à sua maneira.
Era bem diferente da sorveteria onde eu trabalhara por anos, embora esta também tivesse sua beleza.
A arquitetura dela era aberta para que os clientes tivessem uma vista da cidade enquanto se alimentavam. Era, portanto, bem arejada, e eu constatei isso antes mesmo de adentrá-la.
Respirei fundo, sorri, e então entrei pela porta dos funcionários. Lena me avistou de imediato.
– Seja bem-vinda, querida! – ela se virou para chamar alguém que não estava no recinto – João!
Meu chefe surgiu, então, e me estendeu a mão. Ele repetiu as palavras de sua esposa. Mais uma vez percebi que o pai de Kevin tinha os cabelos parecidos com os dele. João combinava perfeitamente com sua esposa, e logo de cara notei que eles eram complementares e que a personalidade dominante ali na lanchonete, era a dela. Mais tarde descobriria que em casa era a mesma coisa.
– Bem-vinda!
Na sequência, fui apresentada aos meus colegas de trabalho, e depois às minhas funções. Por último conheci o salão da lanchonete, onde os clientes se alimentavam.
– É tudo lindo! – exclamei com entusiasmo enquanto passava pelos vãos entre as mesas.
– Que bom que gostou. Nós tentamos fazer tudo da maneira mais intimista possível. Às vezes, e elas não são raras, eu mesma sirvo uma ou outra mesa. É importante mostrar presteza ao cliente, Marta.
Assenti com a cabeça. Eu trabalharia majoritariamente dentro da cozinha, portanto, sem muito contato com o público, mas sabia que no serviço de “faz tudo”, incluía-se as tarefas esporádicas de uma garçonete. Tremi ao perceber que Lena tinha um verdadeiro... xodó era a palavra, pelo seu estabelecimento, pois isso colocava sobre mim a obrigação de corresponder às suas expectativas.
– Agora vamos às recomendações.
Acho que essa parte não interessará a ninguém, no entanto vou narrar por alto os minutos seguintes: meus patrões me explicaram o passo a passo do tempero da casa e me explicaram o ponto exato de cozimento de cada alimento. A chefe de cozinha era Lena, e eu seria sua ajudante. Cortaria os alimentos, lavaria os legumes etc. O responsável por ajudá-la a montar os hambúrgueres era um outro rapaz de quem falarei daqui a pouco.
Era um trabalho diferente do meu anterior, que consistia em preparar sorvete, mas eu não era inexperiente na cozinha e sabia que era capaz de aprender.
Um dos meus colegas de equipe na lanchonete era Alejandro, um mexicano que fazia hambúrgueres como ninguém (meu chefe João deixou isso bem claro quando nos apresentou). Ele só perdia para Lena, a criadora do hambúrguer que misturava o que os americanos mais gostavam com um toque de brasilidade.
Simpatizei imediatamente com ele. Alejandro tinha a pele morena, os cabelos negros e olhos de jabuticaba. Seu olhar me deixou confortável.
Ele falou em portunhol comigo, e eu me senti mais tranquila de saber que não era a única estrangeira ali. Os donos não contavam, afinal ninguém teria coragem de ralhar com eles por isso. Essa era uma das minhas inseguranças.
– Você vai gostar da cidade – disse Alejandro.
Era difícil não gostar de Los Angeles, e eu tinha essa certeza mesmo tendo-a conhecido há pouco.
– Está aqui há muito tempo? – questionei.
– Mais de um ano.
Ele parecia feliz em seu trabalho, e isso também me deixou aliviada, pois era uma demonstração de que o ambiente era amigável e receptivo como minha primeira impressão demonstrara.
– Se tiver alguma dúvida e eu não estiver por perto – disse Lena – pergunte a Alejandro. – Ela piscou para ele e saiu de cena.
– É tranquilo por aqui? – perguntei a ele.
– Costuma ter bastante movimento, mas não se assuste. Os hambúrgueres da Lena são tão bons que tem gente que compra para colocar na geladeira e comer no jantar, já que só abrimos no almoço. Fique tranquila que a gente se acostuma rápido com esse ritmo, vai por mim! O importante é trabalhar em equipe.
– Com isso eu estou acostumada. Só vêm jovens?
– Que nada! Vem gente de todas as idades. Já que servimos outras coisas, o público é variado. Eles adoram os pratos brasileiros, e eu tenho que concordar que a culinária de vocês é ótima. Em geral são pessoas tranquilas, com exceção de alguns mauricinhos. Se eles tivessem de educação o que têm de dinheiro... e de beleza – Alejandro me lançou um olhar reflexivo.
Fiquei com essa frase na cabeça. Será que Kevin era uma dessas pessoas ricas de grana e pobres de educação? Ele parecera tão simpático à primeira vista! E à segunda também. Mas por que eu estava pensando nele, afinal?
Lena voltou para onde estávamos com algo nas mãos.
– Este é o seu avental! – ela falou enquanto me entregava a vestimenta branca que eu logo coloquei sobre meu corpo.
E então, mão na massa, literalmente, pois o primeiro cliente do dia, ao invés de solicitar o hambúrguer clássico, pediu macarrão à bolonhesa.
[1] Canção da banda Cranberries, ano de 1993.
A buzina do carro de Kevin me despertou do torpor da revista que eu estava folheando – a Elle, cuja capa era estampada pela linda Kate Moss. A matéria da página onde ela estava aberta era sobre a moda das gargantilhas. O último parágrafo dizia que se você era uma garota e não tinha uma, estava fora de moda. Eu podia ter ficado ofendida, pois não havia gargantilha alguma entre as minhas coisas.Kevin estava alguns minutos atrasado. Eu tinha saído da lanchonete após o horário de almoço ser encerrado e, sentada na mureta dos fundos, o aguardava. A Julia Roberts não tinha aparecido, mas o dia tinha sido ótimo mesmo assim.Embora eu trabalhasse dentro da cozinha, pude ver alguns clientes circulando pelo salão. Eram pessoas ricas, bonitas e que comiam feito bois famintos.– Vamos? – ele perguntou segurando o volante.Abri a porta do Mustang e entrei com medo de batê-la com muita força, pois aquele carro era caro demais e muito bem cuidado.– Para onde vamos?Eu estava mais à vontade agora q
Enquanto Kevin ia para o seu compromisso misterioso (misterioso para mim, que havia ficado excessivamente curiosa após nosso sorvete), fiquei em casa terminando de organizar minhas coisas. Eu não tinha levado mais do que o necessário, que consistia em roupas e objetos pessoais, assim como um exemplar de “O Morro dos Ventos Uivantes”[1] e outro de “A Hora da Estrela”[2], livros que eu gostava muito.Será que meu novo amigo estava com esperanças de encontrar a ex-namorada naquele dia? Eu conseguia imaginar essa garota claramente, ela devia ser a típica americana: loira dos olhos azuis, alta e peituda. Todas essas coisas que eu não era, começando pelo "americana" e terminando com o "peituda". Por que mesmo eu estava constatando isso? Me importava ser como ela?Lena tinha me prometido uma ajuda para aprimorar meu inglês, mas naquele primeiro dia de trabalho, eu estava com preguiça e fui para minha suíte. Dormi tão pesado que não ouvi a porta do quarto de Kevin se abrir com sua chegada, n
A festa da piscina acabou não acontecendo naquele dia, então eu pude continuar com minha leitura.– Nós queremos preparar um almoço especial no domingo para comemorar sua chegada – disse Lena. – Pretendíamos fazer isso antes, mas estávamos atribulados.Estranhei, pois não sabia que minha estadia ali era motivo de comemoração para eles, mesmo que para mim fosse.– Não precisa, imagine! – respondi absolutamente sem jeito.– Nós fazemos questão! Qual é o seu prato preferido? – Como de tudo.– Deve haver algo de que você goste mais. Que tal um churrasco?Carne assada me fazia lembrar da minha infância, quando as coisas eram mais fáceis para minha família e a vizinhança toda se reunia em nossa casa para almoçar nos feriados. Cada um levava um prato. Alguns levavam o arroz, outros a farofa, e havia aqueles que faziam a vinagrete.Minha chefe saiu do cômodo, me deixando sozinha no sofá amplo com a televisão ligada em um programa de fofocas de celebridades. Eu não me sentia à vontade o sufi
Festa na piscina era uma boa pedida para um dia de folga.Imaginei jovens animados dançando no jardim da casa dos meus anfitriões, e embora eu mesma não soubesse dançar, me animei também.O jantar de boas-vindas tinha me deixado mais à vontade, de forma que eu já não me sentia mais uma completa intrusa, só meia, mesmo. O mesmo poderia ser dito sobre meu bolo de aniversário. Se a intenção dos meus chefes era aumentar meu entrosamento, eles tinham conseguido com sucesso.– Aquela festa vai rolar hoje e você está convidada – disse Kevin.– Beleza! – respondi.Apesar disso, estava tensa, pois não conhecia os amigos dele, nem sabia se era cabível participar desse momento de lazer. Lena e João eram bons patrões e me tratavam muito bem, mas eu deveria abusar? Isso não era misturar as coisas?Você que está lendo já deve estar farto das minhas perguntas. Antes que eu pudesse expor esse pensamento, Kevin tinha dado as costas.Eu subi para escolher um traje de banho dentre os meus poucos. Olh
Ah, as praias de Los Angeles.A melhor escolha do dia fora sair da festa na piscina e ir para a beira do mar. Decisão acertadíssima. Era muito mais divertido ouvir o barulho das ondas do que o das vozes alteradas dos jovens quase bêbados, embora elas tivessem soado divertidas até certo ponto.Preciso dizer que não estava com ciúmes do brilho de Summer, ou da atenção de Kevin, que eu conhecia há tão pouco tempo, sobre ela. A questão é que eu não me sentia parte daquele mundo de mauricinhos de Beverly Hills. Eu estava nele, de fato, mas de passagem, e logo voltaria para minha antiga vida suburbana.Eles eram ricos, bonitos, e tinham sido agraciados com uma vida fácil demais, o que tornava sua existência quase entediante. Já eu, tinha tantos degraus a galgar, que era quase um luxo poder sentir tédio.Por alguma razão, em algum momento eu cogitara fazer parte deste universo, mas não fazia e tinha que aceitar isso, o que não era uma tarefa complicada.Pelo contrário, aquele não era meu lug
Foi a primeira vez que sonhei com Kevin. Um sonho quase erótico com o filho dos meus patrões. Algo tão indevido. Mas eu não tinha culpa, não é?! Ou será que tinha? Ah, Freud que explicasse isso do além, se quisesse. A mim mesma, eu estava reservando o direito de esquecer o assunto.Nossa conversa na praia terminara com ele se levantando, me estendendo a mão e me levando de volta para a festa onde Summer já não estava. Nenhum beijo acontecera. Não até o sonho, é claro.Acordei decepcionada, mas ao mesmo tempo aliviada, pois se a situação fosse real, poderia ter consequências graves (que talvez valessem a pena se ele beijasse tão bem na vida real quanto no sonho)."Ou vai, ou racha", era o que minha irmã costumava dizer quando me via com medo de algo. Apesar de eu estar longe de ser medrosa. Ok, ok, eu admito que era. Entretanto, não gostava dessa frase, pois ela me colocava na obrigação iminente de uma escolha. Às vezes, eu era boa em fazê-las, mas em outras não. Nesse caso, escolhi d
O ambiente era bem diferente da lanchonete dos pais de Kevin, e perdia muito em elegância, não chegando a poder se considerar um concorrente da Milk Shakespeare, sendo, porém, agradável o suficiente para que eu desejasse voltar; desta vez sem os intrusos.O McDonald’s era muito ofuscado na região devido à variedade de estabelecimentos do ramo alimentício. Ronald McDonal’d não era tão venerado quanto eu achava, mas, sendo sincera, era apaixonada por seu molho especial (cebola, picles, no pão com gergelim).Sentamo-nos em uma mesa de quatro cadeiras. Summer e Junior lado a lado e Kevin e eu opostos a eles. Este último estava visivelmente incomodado com a presença da ex-namorada ao lado de alguém que eu julgara ser seu amigo. Devia estar enganado, pois Junior não demonstrava nenhum constrangimento de estar com ela, pelo contrário, ele parecia estar feliz como alguém que tinha acabado de ganhar um troféu, que no caso era uma garota. Talvez ele tivesse ganhado outra coisa na sala de cinem
Pela primeira vez desde minha chegada, Lena iria receber visitas. Tratava-se de algumas das mulheres da vizinhança e do clube que sua família frequentava. Todas madames, eu supunha (e estava certa). Uma versão mais velha e feminina dos amigos de Kevin.Fui para o meu quarto para não atrapalhar, apesar de ter sido convidada a participar daquele momento "mulheres ricas". Eu imaginei que elas discutiriam juntas seus problemas de, adivinhe: mulheres ricas. Não eram, definitivamente, problemas sobre os quais eu poderia falar com conhecimento de causa, então preferi me abster. Se elas quisessem falar sobre contar moedas, aí sim eu poderia participar, mas não era o caso.Queria ligar para minha irmã para perguntar sobre a novela cujo primeiro capítulo eu tinha assistido antes de viajar para a Califórnia, mas que tinha sido o suficiente para ficar curiosa para saber quem seria A Próxima Vítima[1] (era esse mesmo o nome da novela). Nos EUA, as séries eram mais populares, e eu percebi que elas