—Você que está se enganando achando que vai ser feliz ao lado daquele homem. Eu fui feito para você e você sabe disso. Não vou mais permitir que viva aqui com ele. — Como se eu precisasse da permissão dele.
— Está louco? — falei puxando o meu braço, mas ele não soltou — Me solte, está me machucando.
— Se não vier por bem virá por mal. Quase consegui alcançá-la dias atrás, mas foi mais rápida do que eu. Agora não a deixarei fugir.
— Então foi o senhor que me perseguiu? — fiquei sem acreditar.
— Quem achou que fosse? Vim para esta cidade buscá-la e é isso que irei fazer.
— Olha, o senhor está me confundindo. Eu sou a Rosely, se lembra?
— Quer mesmo me enganar? Acha que não sei o quanto Antônio &eacu
AntônioRose queria que eu ficasse em casa com ela, achava que as medidas que os pais de Arthur tomariam seriam o suficiente para a segurança de todos, mas eu não acreditava nisso. Eu sabia que logo ele estaria atrás dela de novo achando que ela era minha falecida esposa. Ele precisava de tratamento urgente e precisava ficar longe de nós.— Tem certeza sobre isso?— ela estava preocupada e eu entendia. Os duques não era pessoas razoáveis. Sempre se achavam acima da lei e eu os mostraria que não era bem assim.— Tenho— falei dando um beijo em Rose e voltando para o carro. Não iria parar até que aquela nuvem de preocupação sumisse para bem longe de nós.Fui direto para a delegacia e aguardei para conversar com o delegado que já sabia o que tinha acontecido na festa.— Eu estava aguardando o senhor&
AntônioQuatro anos se passaram desde que eu e Rose dissemos sim no altar em frente as pessoas que mais amávamos e de lá para cá tanta coisa mudou que nem sei bem por onde começar.A primeira coisa que tenho que dizer a vocês é que encontramos o diário de Margareth. Sim, o bendito diário foi encontrado dentro da gaveta do banquinho do jardim e quem encontrou é o mais surpreendente.Otávio!Ele estava com dois anos e meio quando percebeu a pequena gaveta e chamou Rose para ver. Não imagina a nossa surpresa por achar algo que achávamos nem existir mais.Nem eu nem Rose, nunca havíamos percebido que existia tal gaveta, provavelmente ela deveria estar escrevendo quando sentiu as primeiras dores e até o nascimento do meu filho, ela ficou de cama e não conseguiu voltar para buscá-lo.Nele ela escreveu a nossa
Minha cabeça está girando sem parar, eu realmente não sei o que fazer nessa situação. Olho novamente para meu filho aninhado em meus braços e penso o quanto Margareth está sofrendo. O melhor médico está cuidando dela. Não era para ser assim, era para ser um dia feliz, um dia glorioso. O nascimento de Otávio, tão aguardado e amado.— Senhor — a parteira me chamou e entreguei Otávio para minha mãe segurar.Entrei no quarto sem fazer barulho algum, eu não queria assustá-la. Margareth estava mais branca que o normal, seus olhos mal se abriam, mas ela sorriu a meu ver e eu tive um fio de esperança de que tudo ficaria bem.— Onde ele está?— Otávio?— Sim, quero ver meu bebê — ela falou e pedi para a parteira ir buscá-lo. Nosso filho estava enrolado no cueiro branco que ela tinha mandado fazer com todo o cuidado do mundo. Sua pele era macia e da mesma cor que a da mãe. Não havia quase cabelos e eu poderia apostar com quem quisesse que ele seria tão ruivo quanto ela.— Ele é tão lindo — ela
O passado me assombra todos os dias, sempre me pergunto como consegui chegar aonde estou. Foi um milagre, essa é a única explicação. Um milagre!Não era para eu ter uma vida tão confortável e minhas irmãs um lugar seguro para morar. Não era para eu ter um emprego que além de me pagar bem, ainda me dá benefícios por ser quase da família. Quase. Emma fez o que tinha que fazer para manter nossa família unida e agora é a minha vez de fazer uma escolha, mas porque está sendo tão difícil?— Eu preciso de um minuto —falei saindo do quarto do pequeno Otávio.Foi por causa dele que toda essa loucura começou, eu quis ficar perto dele desde o momento em que o vi chorando por causa das cólicas e a antiga babá não saber o que fazer. Eu sabia, sempre soube, ajudei minha mãe a criar minhas irmãs, eu tinha jeito com os pequenos.Fui até a parte externa da casa e me sentei no banco em frente ao jardim de rosas, um tributo a mãe de Otávio que morreu após o parto. Ali era um lugar calmo, onde eu conseg
— Esse menino te ama, Rosely — Bianca disse — Olha como ele fica com você.— É verdade, as outras babás nunca conseguiram o manter tão bem assim — Fernando, o jardineiro pontuou. — Eu as via andando pelo jardim tentando acalmá-lo e nada. Hoje entendo que não era para ser elas.— Isso é verdade, nenhuma delas tinha tanto carinho por ele — o olhei novamente e seus olhos continuavam colados em mim.Todos acharam que ele seria ruivo como a mãe, mas após completar um mês a penugem clara caiu e os cabelos negros tomaram conta de sua cabecinha. Ele era uma cópia do pai.— Rose! — ouvi a voz grave de Antônio vindo da sala.— Ele está aqui hoje, preparem a sala de jantar — falei antes de me retirar e seguir em sua direção.O encontrei parado no meio da sala retirando o blazer e colocando em uma poltrona bege que ficava dentro do cômodo.—Me chamou, senhor? — Otávio acabara de mamar e eu segurava a mamadeira com uma mão e o deixava em posição vertical para arrotar.— Estava almoçando? — ele viu
— Ah sim — falei olhando novamente para o prato e tentando não pensar novamente no assunto.— Quero que fique com Otávio essa noite — eu voltei a olhá-lo — Não precisa descer com ele. Não quero que essas pessoas conheçam meu filho. Não ainda — concordei.—Como quiser, senhor — eu não queria me intrometer mais do que o normal, mas eu sabia que a condessa faria um escândalo quando soubesse. — Só acho que seria bom avisar sua mãe.— Minha mãe? Por que diz isso? — ele soltou os talheres e me avaliou — Você acha que ela quer que o filho do duque conheça meu filho? — dei de ombros.— Eu não sei, mas algo me diz que sua mãe está tramando alguma coisa.— Isso com certeza é bem a cara dela. — Sorri concordando.— Não me entenda mal, mas esse tempo que passei na casa da minha irmã, eu consegui estudar bem sua mãe.— Tenho certeza que sim.— Ela está planejando algo para o senhor, eu a ouvi dizer que você não deve ficar sozinho.— Você só pode estar brincando? Rose, você acha mesmo que ela pode
Fui até a porta de sua sala e bati devagar, sabia que ele sempre estava atento.— Entre! — abri uma pequena fresta. Ele estava com a cabeça baixa olhando alguns papeis e demorou alguns instantes para olhar para mim, quando percebeu que eu não entrei.— Algum problema, Rose? — seus olhos ficaram cerrados.— Sua mãe está aqui para vê-lo. — ele fechou os olhos e eu quis rir, mas não me atrevi.— Peça para ela entrar. — Terminei de abrir a porta e ela me olhou desconfiada.— Para que toda essa cerimonia para eu entrar? Preciso disso agora?— Eu estou ocupado, dona Arlete, pedi para a Rose, restringir todos.— Até eu? — ela me olhou e me desculpei movendo a boca sem emitir som.— Até você. — Ela não precisava saber que era o motivo do desespero de Antônio.— Rose, nos deixe a sós.— Claro senhora, deseja beber alguma coisa? — falei antes de sair.—Não, obrigada — fechei a porta vendo os olhares sendo trocados e a tensão se materializando dentro da sala.Sai o mais depressa possível de pert
O olhei novamente pasma, eu não acho que tenha visto alguém tão bonito quanto ele por toda a cidade, talvez somente os condes chegassem tão perto assim. Será que ter um título atraia beleza?— Entre, senhor — falei saindo do meu torpor, ele parecia estar acostumado com aquele tipo de reação e sorriu de lado. — Vou levá-lo até a sala onde estão. — Ele apenas maneou a cabeça e me seguiu.— Até que enfim Arthur — O pai do rapaz se levantou indo em direção ao filho. Vi o olhar mortal que Antônio lançou a ele assim que seus pés pisaram a sala.— Rose? — Dona Arlete me chamou e fui em sua direção. — Fique conosco hoje? — olhei assustada para Antônio que levantou a sobrancelha sem entender a mãe. — É sempre bom ter mais companhias femininas a mesa, não é meninas? — as irmãs de Arthur me olharam de cima a baixo e nada comentaram. Eu realmente não estava arrumada para uma ocasião como aquela. Tudo que eu queria era voltar para o quarto e velar o sono de Otávio.— Não acho que seja prudente, se