Eu sabia o que estava sentindo. Eu já tinha sido sequestrada uma vez, sabia qual era a sensação de pessoas te perseguindo.
—Venha... vamos nos sentar — fui até a sala e ela pegou Otávio do meu colo, tentando acalmar o pequeno que não parava de chorar. Levei minhas mãos ao meu rosto tentando acalmar o choro que não parava de escorrer. Meu coração queria sair para fora do peito. Eu não tinha qualquer reação a não ser chorar.
Dulce e Bria apareceram na sala atraídas pelo choro de Otávio e o meu e quando me viram correram até mim, me abraçando sem nem ao menos saber o que estava acontecendo. Circulei meu braço entre as duas e as abracei com força. Elas estavam ali e isso já me tranquilizava.
— O que foi, irmã? — Dulce me apertou mais enquanto eu ainda soluçava, lutando brava
AntônioAssim que cheguei na casa se Álvaro eu desci correndo do carro e pedi para que Sérgio contratasse alguns seguranças. Não bastava ter tirado uma louca de perto da minha família, agora tinha alguém perseguindo Rose. Poderia ser alguém do passado delas, um dos homens que tentaram comprá-la no passado, ou poderia ser alguém somente querendo dar um susto em nós, e para falar a verdade estava fazendo um ótimo trabalho.Rose tremia tanto que eu tinha vontade de fugir com ela para qualquer lugar onde não exista mal algum que pudesse afetá-la, nem a ela nem a Otávio. Eles sempre estariam a minha prioridade.Voltamos do quarto assim que ela se acalmou e minha família inteira estava na sala nos esperando.— Antônio, já pedi que meus seguranças dessem uma verificada em volta de toda a casa e na pra&cce
RoseOs dias se passaram e aos poucos as coisas começaram a voltar ao normal. Eu não tinha coragem de sair de casa sozinha mais. Antônio solicitou que fosse feito uma busca por toda a região em volta da nossa casa e da casa dos irmãos e dos pais. Ele queria saber quem era e porque estava atrás de mim.Otávio parecia não se lembrar de nada daquele dia, e sempre que íamos até o jardim ele brincava e explorava tudo. Pelo menos ali eu ficava tranquila.Nem mesmo os seguranças conseguiam me passar algum tipo de tranquilidade.— Rose?— Quando Antônio chegou naquela tarde, eu ainda estava no jardim com Otávio brincando de colher folhas. Ele me trazia as mais variadas cores que ele encontrava e fomos colocando aos poucos em um potinho de vidro onde eu tinha levado suas bolachinhas, caso ele sentisse fome.— Aqui fora
—Você que está se enganando achando que vai ser feliz ao lado daquele homem. Eu fui feito para você e você sabe disso. Não vou mais permitir que viva aqui com ele.— Como se eu precisasse da permissão dele.— Está louco?— falei puxando o meu braço, mas ele não soltou— Me solte, está me machucando.— Se não vier por bem virá por mal. Quase consegui alcançá-la dias atrás, mas foi mais rápida do que eu. Agora não a deixarei fugir.— Então foi o senhor que me perseguiu?— fiquei sem acreditar.— Quem achou que fosse? Vim para esta cidade buscá-la e é isso que irei fazer.— Olha, o senhor está me confundindo. Eu sou a Rosely, se lembra?— Quer mesmo me enganar? Acha que não sei o quanto Antônio &eacu
AntônioRose queria que eu ficasse em casa com ela, achava que as medidas que os pais de Arthur tomariam seriam o suficiente para a segurança de todos, mas eu não acreditava nisso. Eu sabia que logo ele estaria atrás dela de novo achando que ela era minha falecida esposa. Ele precisava de tratamento urgente e precisava ficar longe de nós.— Tem certeza sobre isso?— ela estava preocupada e eu entendia. Os duques não era pessoas razoáveis. Sempre se achavam acima da lei e eu os mostraria que não era bem assim.— Tenho— falei dando um beijo em Rose e voltando para o carro. Não iria parar até que aquela nuvem de preocupação sumisse para bem longe de nós.Fui direto para a delegacia e aguardei para conversar com o delegado que já sabia o que tinha acontecido na festa.— Eu estava aguardando o senhor&
AntônioQuatro anos se passaram desde que eu e Rose dissemos sim no altar em frente as pessoas que mais amávamos e de lá para cá tanta coisa mudou que nem sei bem por onde começar.A primeira coisa que tenho que dizer a vocês é que encontramos o diário de Margareth. Sim, o bendito diário foi encontrado dentro da gaveta do banquinho do jardim e quem encontrou é o mais surpreendente.Otávio!Ele estava com dois anos e meio quando percebeu a pequena gaveta e chamou Rose para ver. Não imagina a nossa surpresa por achar algo que achávamos nem existir mais.Nem eu nem Rose, nunca havíamos percebido que existia tal gaveta, provavelmente ela deveria estar escrevendo quando sentiu as primeiras dores e até o nascimento do meu filho, ela ficou de cama e não conseguiu voltar para buscá-lo.Nele ela escreveu a nossa
Minha cabeça está girando sem parar, eu realmente não sei o que fazer nessa situação. Olho novamente para meu filho aninhado em meus braços e penso o quanto Margareth está sofrendo. O melhor médico está cuidando dela. Não era para ser assim, era para ser um dia feliz, um dia glorioso. O nascimento de Otávio, tão aguardado e amado.— Senhor — a parteira me chamou e entreguei Otávio para minha mãe segurar.Entrei no quarto sem fazer barulho algum, eu não queria assustá-la. Margareth estava mais branca que o normal, seus olhos mal se abriam, mas ela sorriu a meu ver e eu tive um fio de esperança de que tudo ficaria bem.— Onde ele está?— Otávio?— Sim, quero ver meu bebê — ela falou e pedi para a parteira ir buscá-lo. Nosso filho estava enrolado no cueiro branco que ela tinha mandado fazer com todo o cuidado do mundo. Sua pele era macia e da mesma cor que a da mãe. Não havia quase cabelos e eu poderia apostar com quem quisesse que ele seria tão ruivo quanto ela.— Ele é tão lindo — ela
O passado me assombra todos os dias, sempre me pergunto como consegui chegar aonde estou. Foi um milagre, essa é a única explicação. Um milagre!Não era para eu ter uma vida tão confortável e minhas irmãs um lugar seguro para morar. Não era para eu ter um emprego que além de me pagar bem, ainda me dá benefícios por ser quase da família. Quase. Emma fez o que tinha que fazer para manter nossa família unida e agora é a minha vez de fazer uma escolha, mas porque está sendo tão difícil?— Eu preciso de um minuto —falei saindo do quarto do pequeno Otávio.Foi por causa dele que toda essa loucura começou, eu quis ficar perto dele desde o momento em que o vi chorando por causa das cólicas e a antiga babá não saber o que fazer. Eu sabia, sempre soube, ajudei minha mãe a criar minhas irmãs, eu tinha jeito com os pequenos.Fui até a parte externa da casa e me sentei no banco em frente ao jardim de rosas, um tributo a mãe de Otávio que morreu após o parto. Ali era um lugar calmo, onde eu conseg
— Esse menino te ama, Rosely — Bianca disse — Olha como ele fica com você.— É verdade, as outras babás nunca conseguiram o manter tão bem assim — Fernando, o jardineiro pontuou. — Eu as via andando pelo jardim tentando acalmá-lo e nada. Hoje entendo que não era para ser elas.— Isso é verdade, nenhuma delas tinha tanto carinho por ele — o olhei novamente e seus olhos continuavam colados em mim.Todos acharam que ele seria ruivo como a mãe, mas após completar um mês a penugem clara caiu e os cabelos negros tomaram conta de sua cabecinha. Ele era uma cópia do pai.— Rose! — ouvi a voz grave de Antônio vindo da sala.— Ele está aqui hoje, preparem a sala de jantar — falei antes de me retirar e seguir em sua direção.O encontrei parado no meio da sala retirando o blazer e colocando em uma poltrona bege que ficava dentro do cômodo.—Me chamou, senhor? — Otávio acabara de mamar e eu segurava a mamadeira com uma mão e o deixava em posição vertical para arrotar.— Estava almoçando? — ele viu