Quando sua agilidade, força e resistência física são maiores do que a de qualquer outra pessoa atividades como empreender uma caçada humana passa a se tornar uma coisa simples. No entanto, essas mesmas vantagens podem começar a se tornar um tanto quanto perigosas quando vêm acompanhadas pelo excesso de confiança. Os eternos, como eles passaram a se chamar, ou os empodrecíveis, como Gustavo os batizou, descobririam sua fraqueza da pior forma, mas para azar dos valentes jovens que os combatiam, não tarde demais. Precisaram cometer diversos erros para aprender que confiar unicamente em suas aptidões físicas não era o bastante. Quando eram fracos e velhos nunca tinham fracassado, no entanto, agora que se sentiam superiores cometiam erros sem conta, como o de deixar Paulo escapar. Como não sabiam lidar com a situação, não pararam muito para pensar a respeito, continuaram confiantes e um
Bruno estava sentado, cercado por seus companheiros. Todos pareciam chocados. Jorge andava de um lado para o outro. Imaginando o que poderia ser feito, mas foi Podre quem quebrou o silêncio. - Ninguém tem o telefone do Michel? Se tivéssemos acreditado nele, nada disso teria acontecido! Ele e aqueles outros já conseguiram matar uma daquelas criaturas, nós podemos nos juntar para combatê-las! Carlito se levantou e gritou histericamente:
Não foi difícil escalar o muro da casa vizinha e encontrar, pelo telhado, uma forma de descer silenciosamente naquela casa. Aquilo que um dia fora o professor Chico tinha lhe dado ordens bens específicas. Escutar as conversas e descobrir se eles planejavam se mudar para alguma outra casa. Seria mais fácil montar uma armadilha em espaço aberto do que simplesmente invadir a casa. Se eles não usassem armas de fogo, tudo seria mais fácil, mas existia esse inconveniente, bastaria apenas arrebentar a porta da frente e matá-los um a um. Ernesto estava agachado embaixo de uma das janelas imaginando que seria fácil entrar e levar consigo um deles. Não teria nenhum motivo para temer o antigo professor Chico, mas aquela criatura na qual ele se tornou era totalmente imprevisível e aparentemente descontrolada. Apesar de suas expectativas,
Michel dirigia o Palio Weekend tendo Gustavo como seu único passageiro. Assim que saíram de casa, a chuva se tornou uma finíssima garoa, mas mesmo assim o limpador de para-brisas estava ligado. Sempre que possível, ficavam lado a lado com o Corsa Sedan dirigido por Paulo. Estavam se aproximando da Praça Águia da Haia, onde se encontrariam com os colegas revolucionários. Eles diziam saber onde os impodrecíveis moravam, então a ação seria simples: Iriam até o endereço, atrairiam as criaturas para fora e disparariam todas as armas até que todas as criaturas parassem de se mexer. Gustavo parecia muito nervoso. Chegou a vomitar antes de saírem e mesmo agora sua pele exibia um tom pálido, nada saudável. Já era noite e a chuva voltava a açoitar violentamente o para-brisas do Chevrolet Prisma de cor preta que rodava em uma velocidade constante de oitenta quilômetros por hora pela Rodovia Miguel Melhado Campos. Nenhum dos quatro passageiros conversava. Após o incidente daquele final de tarde, Cibele fizera questão de enterrar o corpo de Gustavo. Não usaram o cemitério, não tinha sentido nenhum nisso. Escolheram o Parque Chico Mendes e enterraram o corpo em meio a flores e árvores. Enquanto enterravam o corpo, Paulo comentou que sentia estar sendo observado, mas ninguém respondeu às suas palavras. AgradecimentosTenho uma dívida imensa com todos aqueles que conviveram comigo no período de criação. Fui movido, do princípio ao fim, pelas palavras de apoio e incentivo de todos vocês. Se você está lendo essas palavras, agradeço por utilizar um pouco de seu tempo e viver no meu universo.“Às vezes o medo é um aviso, é como alguém colocando a mão em seu ombro e dizendo: Não vá além deste ponto”(Memnoch – Anne Rice) Antes mesmo de abrir os olhos, as mãos sondavam a calçada ao redor em busca da garraEpílogo
Parte I - Tranquilidade Perdida - 1
Larissa decidiu desligar o chuveiro antes que seu irmão caçula derrubasse a porta do banheiro. Sabia que estava atrasada para escola, mas a sua vida já era chata e tediosa o suficiente, mesmo com os demorados banhos quentes tomados pela manhã, para que algum empecilho a fizesse abrir mão deles. - Pronto, Guí! Já tô saindo.A porta do banheiro se abriu, deixando uma nuvem de vapor escapar, embaçando instantaneamente o vidro do corredor. - Até que enfim hein, eu já tava pensando em chamar o I.M.L!
Os moradores da cidade dizem que Angabaíba é um nome tupi, o que não é estranho em terras brasileiras. Só em São Paulo, podemos citar outras cidades, bairros e ruas que tenham os nomes oriundos da mesma fonte: Itu, Itupeva, Moji Guaçu, Moji Mirim e tantas outras que encheriam linhas e linhas. As divisões entre a população local começam quando dizemos: “Oquei, é tupi, mas que raios significa?” Começam as típicas brigas da cidade. Existem aqueles que apostariam a própria vida em que um significado plausível seria Terra cheia de coisa boa, o outro grupo, que também apostaria a própria vida e
Apesar dos azulejos brancos na parede e azulados no chão, do silêncio (interrompido por uma ou outra tosse, gemido de dor, sussurro, ou choro desesperado) e da extrema sensação de limpeza, o ambiente hospitalar está longe de ser receptivo e aconchegante. E é nesses corredores que encontramos, andando de um lado para o outro, as pessoas que tiveram a sensibilidade de se retirar do quarto de seus parentes ou amigos antes que eles percebessem que quem vem para consolar & confortar, na maioria das vezes deseja mais do que tudo nesse mundo é ser consolado & confortado.Andando de um lado para o outro no Hospital Municipal de Angabaíba, Larissa pensava que o trauma psicológico causado por ter presenciado de camarote o atropelamento de seu próprio irmão, sozinho, já