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    O Capitão Aurélio sentia que estava carregando toneladas de trabalho em suas costas enquanto subia os últimos degraus que o separavam da porta de sua casa. Em um tipo de ritual inconsciente, tateou os bolsos laterais de suas calças em busca do molho de chaves, antes de encontrá-lo no bolso traseiro, onde sempre guardava. A chave deslizou pelo buraco da fechadura e girou com facilidade, fazia pouco tempo que ele tinha lubrificado as dobradiças e despejado grafite em pó para que a chave parasse de enroscar, afinal, não aguentava mais as reclamações de sua mulher, Simone.

    Apesar das frequentes pequenas brigas e do excesso de preocupações que o Capitão levava para casa, seu casamento era muito feliz, sempre

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