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    O corpo foi velado com a tampa do caixão completamente fechada. Nada podia ser feito, a cabeça desapareceu e o restante do corpo estava completamente roído. Nenhum dos presentes poderia lançar um olhar de despedida para Maicon. O jovem perdeu o direito de ser lembrado como um belo rapaz vestido em roupa social e uma expressão solene no rosto. Para sempre ele seria um amontoado de membros roídos. O acaso dividiu o salão do velório, do lado direito do caixão, José, uma versão exata do que Maicon seria se um dia chegasse aos quarenta e poucos anos de idade, cercado por uma roda de homens, familiares e conhecidos que desejavam os pêsames, como se já não bastasse o pesar que esmagava o coração do enorme homem, subindo por seu pescoço como uma bola de pelos sobe pela garganta de um gato, mas que ao invés de emergir em sua boca na forma de um grito, ascendia silenciosamente para seus olhos com a inten

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