Oi, pessoal! Tudo bem? Estou passando para dar uma atualização importante sobre o livro. Depois de refletir bastante, decidi reescrever todos os capítulos. Pode parecer uma decisão um pouco drástica, mas foi algo que senti que precisava fazer. Quando relia o que já tinha escrito, percebia que algumas partes poderiam ser mais bem trabalhadas, cenas mais envolventes, e personagens mais profundos. É engraçado como, na hora de escrever, a gente acha que está tudo certo, mas depois de dar um tempo e reler com calma, vê que sempre há espaço para melhorar.Eu sei que reescrever pode atrasar um pouco o cronograma que eu tinha imaginado, mas prefiro entregar uma obra da qual eu realmente me orgulhe. Acredito que, às vezes, é preciso dar um passo para trás para avançar de verdade. Quero garantir que a história seja exatamente como eu visualizei desde o início, sem atalhos ou partes que não estejam do jeito que eu sonhei. Cada detalhe importa para mim, e eu quero que essa história faça sentido nã
Capítulo 1Eliza CamposA luz suave da manhã me acordou, com um raio de sol que invadiu o quarto. Em vez de trazer paz, aquele dia parecia diferente, como se algo estivesse fora de lugar. Eu me virei na cama, sentindo uma pontada incomoda de ansiedade.Lá fora, a cidade começava a se mexer sob um céu azul e limpo, mas dentro de mim, uma tempestade se formava. Ainda de pijama, fui para a cozinha, guiada pelo cheirinho bom do café que, estranhamente, não trazia o conforto de costume. Sentei à mesa com uma xícara fumegante e um livro da biblioteca. As palavras que normalmente me transportavam para outro mundo pareciam embaçadas, eu sentia que algo grande estava prestes a acontecer.Estava tão imersa na leitura que só percebi o celular vibrando na mesa quando ele tocou. Era o Matheus.— Oi, Lizz! — A voz dele parecia animada, como se tivesse acabado de fazer algo inesperado.— Oi, Math! — Sorri, surpresa com a ligação. — Não é meio cedo pra você estar acordado?Ele riu, mas o riso não soou
Capítulo 02Eliza CamposEu estava prestes a sair da lanchonete quando percebi que algo estava errado. Matheus sempre me protegeu na escola, mas agora o silêncio e o olhar desviado me deixavam inquieta. Apertei meus dedos, um tic nervoso que eu costumava ter quando criança. Era como se estivesse voltando ao passado. Aquele passado em que eu o amava e ele me amava, mas a droga me levou para longe de tudo.— Você tá bem, Math? — perguntei, tentando entender o que estava passando pela cabeça dele.Ele desviou o olhar e cruzou os braços, os dedos apertados a ponto de deixar as veias salientes. O Matheus que eu conhecia, que eu amava, parecia distante.— Lizz... — ele murmurou. — Preciso te contar uma coisa, mas talvez não seja o momento certo.Tentei puxar assunto, mas ele se levantou, claramente desconfortável, fazendo a cadeira ranger. Pagou a conta e saiu sem olhar pra trás. Fiquei lá, confusa, tentando entender o que havia acontecido. O silêncio da lanchonete parecia gritar, e cada bar
Capítulo 03 Eliza CamposO despertador tocava sem parar, me tirando do sono. Resmunguei, me sentando na cama, ainda grogue. A discussão com a minha mãe martelava na cabeça, mas decidi deixar para lá por enquanto. Fui para a cozinha esquentar o café de ontem.O cheiro familiar do café me envolveu, e eu fechei os olhos por um instante. O apito do micro-ondas me puxou de volta à realidade. Peguei a xícara e me sentei à mesa, tomando goles do café morno. O silêncio do apartamento era uma paz temporária. Sabia que não ia durar muito.E não durou. O telefone tocou, me tirando dos meus pensamentos.— Alô? — atendi, tentando parecer calma.— Oi, Eliza! Aqui é a Carla, da Monteiro. Seu currículo chamou nossa atenção! Podemos marcar uma entrevista amanhã, às 10h?Meu coração disparou.— Sério? Sim, tô livre!— Ótimo! A gente quer conhecer suas experiências e como você pode se encaixar aqui. Ah, e traz seu portfólio, tá?— Pode deixar! Obrigada pela oportunidade!— De nada, Eliza. Estamos ansios
Capítulo 04Eliza CamposMeu coração batia acelerado, como se estivesse prestes a saltar do peito, e a inquietação me consumia, dificultando minha respiração.Tentei relaxar sob o chuveiro quente, mas a sensação de nervosismo persistia. O vapor envolvia meu corpo, criando um ambiente de calor e conforto, mas minha mente continuava agitada. Passei mais tempo debaixo do chuveiro do que o normal, como se pudesse lavar a ansiedade, mas ela não saía.Saí do banho e me enrolei na toalha, procurando algo no meu armário que me fizesse sentir confiante. Encontrei o vestido azul — meu favorito. Elegante e confortável, ele sempre me transmitiu segurança. Me arrumei com cuidado, tentando afastar os pensamentos perturbadores.Enquanto ajustava o cabelo no espelho, o celular tocou, interrompendo meus devaneios.— Oi, Matheus? — falei, enquanto calçava os sapatos, tentando soar mais animada do que realmente estava.— E aí, Lizz? Já tá pronta? Tô aqui fora te esperando. — A voz dele era tranquila, mas
Capítulo 05Pedro MonteiroO despertador tocou, me acordando de um sono leve. A luz da manhã já entrava pela janela. Espreguicei-me com cuidado, tentando não acordar Heloísa. A briga de ontem ainda estava na minha cabeça – mais uma discussão que não resolveu nada e só nos deixou cansados.Fui ao banheiro e me olhei no espelho. A cara de cansado refletia o que eu estava sentindo. Passei a mão no rosto, como se pudesse apagar o cansaço. Atrás de mim, Heloísa dormia tranquila, nem ligando para a noite passada.Peguei um terno preto no guarda-roupa e me vesti rápido. O trabalho na Editora Monteiro não dava folga. Na cozinha, fiz um café forte, mas o gosto amargo não ajudou a aliviar a tensão.No estacionamento, entrei no carro. O barulho do motor ligado me deu uma sensação de controle, por pequena que fosse. O trânsito estava bom, e quando estacionei na editora, vi algumas pessoas esperando na entrada – provavelmente candidatos para as entrevistas do dia. Carla, minha assistente, me cumpr
Capítulo 06Eliza CamposMeu coração disparou enquanto acompanhava Carla até a recepção. O olhar intenso de Pedro me deixava nervosa, como se ele pudesse ver tudo sobre mim, e eu estava até agora sem entender o motivo dele me olhar daquela maneira. Cada passo parecia pesado, e eu estava prestes a desabar.— Eliza, bem-vinda à equipe! Aqui estão seus horários. Você começa amanhã e vai cuidar da agenda do Sr. Monteiro. Sua sala é aquela ali, perto da do Pedro — disse Carla.Ela parecia tão confiante, enquanto eu me sentia meio perdida, quase frágil, como se pudesse desabar a qualquer momento. Pensei em contar pra Carla sobre meu passado, mas a lembrança do Jonas me fez travar. Me recordei de quando ele me dava sorrisos falsos e da dor que ele me causou quando terminamos.— Nossa, o trabalho tá uma loucura aqui! Muitos autores nacionais estão chegando, e tá sendo bem legal, sabe? — comentou ela, toda animada.— É, imagino. Deve ser um desafio — respondi.— É, mas é maneiro! Você vai ver.
Capítulo 07Eliza CamposTinha que contar tudo a Matheus sobre Jonas. Um aperto no peito me sufocava. Cada palavra era um nó na garganta. Era um peso enorme, uma verdade que carregava há tempos. Precisava dividir.— Matheus, sabe... encontrei o Jonas hoje. — A voz saiu quase como um sussurro, e eu me senti um pouco tonta. — Foi rápido, mas... me pegou de surpresa. Não tava esperando. — Meu coração disparou e temi que ele percebesse o tremor na minha voz.Ele me encarava com aquele olhar compreensivo, uma ruguinha de preocupação surgindo em sua testa. Aquilo me deixava ainda mais nervosa.— Sério? O que aconteceu? Ele aprontou alguma coisa?— Não, estávamos na mesma entrevista, e ele foi contratado também. Mas foi o suficiente pra me dar um susto. Fiquei com medo de recair.Ele se aproximou e recuei, sentindo um friozinho na barriga. Ele hesitou por um instante, como se estivesse escolhendo as palavras certas.— Sobre... o que rolou ontem... — ele começou, mas eu o interrompi, desviando