Capítulo 64 Eliza Campos Confesso que não esperava ouvir aquilo da boca de Pedro. Então apenas me sento novamente na minha cadeira atônica com o que havia ouvido, sem acreditar. — Como assim, Pedro. Uma entrevista, assim, do nada? — questiono. — Também achei estranho esse convite que recebemos. — ele fala — mas parece que as pessoas ficaram sabendo do trabalho que realizamos na comunidade, e que adotamos duas crianças. — Não sei nem o que falar, amor. — digo com as mãos no rosto. — Por um momento pensei em não aceitar, mas após pensar por alguns minutos, imaginei que seria legal as pessoas conhecerem a nossa história de vida. — Pedro fala de aproximando de mim, até ficar encostado em minha mesa e com os lábios próximo ao meu rosto. — adoraria contar a todos como te conheci. Quando Pedro fala, me dá uma vontade de provocá-lo. — E você falaria o quê? — naquele momento eu mordia os meus lábios. Consigo escutar Pedro respirando fundo, sabia que o morder de lábios mexia com ele.
Capítulo 65Eliza CamposMais um mês havia se passado desde quando realizamos aquela entrevista na emissora local daqui de São Paulo. Acabamos ficando famosos por conta disso, as pessoas acharam incrível a nossa história e nossas conquistas. Recebemos convites para dar entrevistas em outras emissoras, falando sobre nosso trabalho e a importância de se dedicar ao que se ama.Com a fama, vieram também as críticas e as cobranças. Nós tentávamos não nos abalar com essas situações, mas às vezes era difícil lidar com a pressão. No entanto, sabíamos que tudo aquilo fazia parte do caminho que escolhemos seguir.Acabei de receber uma mensagem de Lucas pedindo para encontrar com ele no parque próximo da minha casa.Então me viro em direção a Pedro que estava assistindo televisão com as crianças e falo:— Amor, o Lucas acabou de me mandar mensagem pedindo para me encontrar com ele no parque.— Vai lá — ele fala — vai te fazer bem conversar com ele. Quem sabe ele quer fazer as pazes com você, não
Capítulo 66Pedro Monteiro.Alguns meses mais se passaram desde quando a mãe de Eliza foi em nossa casa nos pedir dinheiro por estarmos “famosos” segundo ela, mas nós apenas demos uma entrevista para uma emissora famosa daqui de São Paulo.Lucas havia acabado de me informar uma mensagem informando que a sua mãe estava no hospital e que se encontrava muito debilitada.Mesmo que Eliza e ela estivessem brigadas por conta tudo que aconteceu, e com razão me aproximo da minha namorada distraída assistindo televisão com as crianças, que se encontravam deitadas em cima das pernas dela.— Vem aqui, amor. Assistir a um desenho também. — Eliza fala sem desconfiar que algo pudesse ter acontecido com sua mãe.— Amor, o seu irmão acabou de mandar mensagem. — digo.— E o que ele queria? — ela perguntou sem desviar o olhar da televisão.— Ele disse que sua mãe acabou de dar entrada no hospital.Quando falo isso, Eliza olha em minha direção, apesar de tudo que aconteceu, sei que ela ainda ama a sua mã
Capítulo 67Eliza CamposO som estava se ponto no horizonte. Provavelmente os convidados estavam se acomodavam nos seus devidos lugares.Estava prestes a me casar com Pedro, e apesar de sentir um pouco de nervosismo, sabia que fazia a coisa certa. Afinal era a primeira vez que me casaria com alguém, passei por um período conturbado de relacionamento com Pietro. Inicialmente não estava certa se estava pronta para tomar esse passo e me casar, mas gradualmente percebi que Pedro era o homem certo para mim.Agora estava me arrumando para o casamento, havia escolhido um lindo vestido branco rendado e estava parecendo uma verdadeira princesa. Glória que estava me ajudando a me arrumar para a cerimônia.Havia se passado três anos desde que minha mãe morreu e infelizmente ela não poderia me acompanhar no casamento, mas sei que sua alma estaria presente.No dia do casamento, enquanto me preparava para caminhar até o altar, eu sentia uma mistura de emoções, alegria, ansiedade e acima de tudo, gr
Oi, pessoal! Tudo bem? Estou passando para dar uma atualização importante sobre o livro. Depois de refletir bastante, decidi reescrever todos os capítulos. Pode parecer uma decisão um pouco drástica, mas foi algo que senti que precisava fazer. Quando relia o que já tinha escrito, percebia que algumas partes poderiam ser mais bem trabalhadas, cenas mais envolventes, e personagens mais profundos. É engraçado como, na hora de escrever, a gente acha que está tudo certo, mas depois de dar um tempo e reler com calma, vê que sempre há espaço para melhorar.Eu sei que reescrever pode atrasar um pouco o cronograma que eu tinha imaginado, mas prefiro entregar uma obra da qual eu realmente me orgulhe. Acredito que, às vezes, é preciso dar um passo para trás para avançar de verdade. Quero garantir que a história seja exatamente como eu visualizei desde o início, sem atalhos ou partes que não estejam do jeito que eu sonhei. Cada detalhe importa para mim, e eu quero que essa história faça sentido nã
Capítulo 1Eliza CamposA luz suave da manhã me acordou, com um raio de sol que invadiu o quarto. Em vez de trazer paz, aquele dia parecia diferente, como se algo estivesse fora de lugar. Eu me virei na cama, sentindo uma pontada incomoda de ansiedade.Lá fora, a cidade começava a se mexer sob um céu azul e limpo, mas dentro de mim, uma tempestade se formava. Ainda de pijama, fui para a cozinha, guiada pelo cheirinho bom do café que, estranhamente, não trazia o conforto de costume. Sentei à mesa com uma xícara fumegante e um livro da biblioteca. As palavras que normalmente me transportavam para outro mundo pareciam embaçadas, eu sentia que algo grande estava prestes a acontecer.Estava tão imersa na leitura que só percebi o celular vibrando na mesa quando ele tocou. Era o Matheus.— Oi, Lizz! — A voz dele parecia animada, como se tivesse acabado de fazer algo inesperado.— Oi, Math! — Sorri, surpresa com a ligação. — Não é meio cedo pra você estar acordado?Ele riu, mas o riso não soou
Capítulo 02Eliza CamposEu estava prestes a sair da lanchonete quando percebi que algo estava errado. Matheus sempre me protegeu na escola, mas agora o silêncio e o olhar desviado me deixavam inquieta. Apertei meus dedos, um tic nervoso que eu costumava ter quando criança. Era como se estivesse voltando ao passado. Aquele passado em que eu o amava e ele me amava, mas a droga me levou para longe de tudo.— Você tá bem, Math? — perguntei, tentando entender o que estava passando pela cabeça dele.Ele desviou o olhar e cruzou os braços, os dedos apertados a ponto de deixar as veias salientes. O Matheus que eu conhecia, que eu amava, parecia distante.— Lizz... — ele murmurou. — Preciso te contar uma coisa, mas talvez não seja o momento certo.Tentei puxar assunto, mas ele se levantou, claramente desconfortável, fazendo a cadeira ranger. Pagou a conta e saiu sem olhar pra trás. Fiquei lá, confusa, tentando entender o que havia acontecido. O silêncio da lanchonete parecia gritar, e cada bar
Capítulo 03 Eliza CamposO despertador tocava sem parar, me tirando do sono. Resmunguei, me sentando na cama, ainda grogue. A discussão com a minha mãe martelava na cabeça, mas decidi deixar para lá por enquanto. Fui para a cozinha esquentar o café de ontem.O cheiro familiar do café me envolveu, e eu fechei os olhos por um instante. O apito do micro-ondas me puxou de volta à realidade. Peguei a xícara e me sentei à mesa, tomando goles do café morno. O silêncio do apartamento era uma paz temporária. Sabia que não ia durar muito.E não durou. O telefone tocou, me tirando dos meus pensamentos.— Alô? — atendi, tentando parecer calma.— Oi, Eliza! Aqui é a Carla, da Monteiro. Seu currículo chamou nossa atenção! Podemos marcar uma entrevista amanhã, às 10h?Meu coração disparou.— Sério? Sim, tô livre!— Ótimo! A gente quer conhecer suas experiências e como você pode se encaixar aqui. Ah, e traz seu portfólio, tá?— Pode deixar! Obrigada pela oportunidade!— De nada, Eliza. Estamos ansios