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6 -Santa ingenuidade!

A Limusine parou em frente a uma linda entrada. A propriedade era cercada por grandes muros brancos e altos. Logo dois seguranças surgiram. Depois de nos identificarem, autorizaram a abertura dos grandes portões.

Conforme o carro foi avançando eu comecei a me sentir nervosa, e não era por conhecer o ator, pessoalmente. Meu nervosismo era outro, bem pior.

A limusine avançou por um tempo, um caminho inteirinho formado por paralelepípedos, margeado por árvores altas.

Entramos num local aberto. O motorista rodeou a fonte que tinha aparência de uma cascata onde por ela descia águas cristalina e caia numa espécie de lago artificial, cheio de carpas coloridas. Elas eram tão grandes que deu para eu ver de dentro do carro.

Logo que ele estacionou em frente a lindíssima mansão, Zachary saiu ao lado de Ryan. Não consegui deixar de fazer uma comparação entre os dois homens.

Ryan parecia um projeto de homem em desenvolvimento. Era a juventude batendo de frente com a beleza da maturidade. Quando eu olhava Zachary eu via força, determinação e ao mesmo tempo algo selvagem nele.

Os dois ali, lado a lado, era como se colocassem um cavalo puro sangue ao lado de um pangaré.

Ryan vestia jeans, camiseta branca agarrada ao corpo, braços tatuados, cabelos castanho-escuros espetados. Bem diferente do filme que ele viveu. Onde ele fez o jovem judeu. Um homem sofrido e mais maduro.

Já Zachary, usava uma calça social preta que ajustava-se perfeitamente ao seu quadril. A camisa branca evidenciava os ombros largos. Ela estava um pouco aberta no peito, revelando aqueles pelos negros. Senti um arrepio no corpo quando me lembrei que eu já tinha sentido a maciez deles.

Ele ainda estava casado? Me perguntei.

Meu Deus! Não! Não! Exclamei para mim, quando me dei conta dos meus pensamentos e da forma que eu olhava novamente. Cobiçando, desejando.

Eu era um caso perdido. Caso para internação!

Logo que descemos, Sebastian desencantou. Pois foi até Ryan, com um sorriso e estendeu a mão para ele.

—Sou Sebastian Holt, o fotógrafo. É uma honra te conhecer. Admiro muito seu trabalho.

Ryan sorrindo apertou sua mão e logo a soltou. Eu relancei meus olhos para Zachary.

Ele que me olhava fixamente, quando percebeu que eu o fitei, desviou seus olhos de mim.

Tenho que admitir. Há algo nele que eu não enxergava antes. Isso me intrigava. E o pior de tudo era sentir como se uma força oculta me puxasse para ele. Muito mais forte agora do que no passado.

Vai entender!

Afastei meus olhos com dificuldade dele e fitei Ryan que me fitava com evidente interesse.

—Ninguém irá me apresentar essa moça encantadora? —Ele disse com uma voz grave e bonita.

Eu sorri para Ryan, lhe dando meu melhor sorriso.

—Maria Eduarda Lindsay Silva. —E estendi a mão para ele.

Ele se aproximou de mim com um sorriso de protagonista que quer conquistar a mocinha. Como um predador.

—Sabia! Brasileira? — Ele segurou minha mão mais tempo que o normal e depois a soltou.

— Meu pai era brasileiro. —Eu disse, achando graça de tudo.

Ele sem despregar os olhos de mim disse:

—Zachary, não me disse que teríamos uma brasileirinha entre nós.

Eu fitei Zachary que parecia me fuzilar com os olhos.

—É não disse. —Ele disse seco.

Priscila se aproximou de nós.

—Meu nome é Priscila Spencer, estou feliz em conhecê-lo senhor Stuart.

—Pode me chamar de Ryan, por favor. —E sorrindo disse. — Priscila, a rainha do deserto...Prazer em conhecê-la.

Percebi que Priscila não gostou muito de ser comparada com esse filme.

—Bem vamos entrar.

Ryan enfiou seu braço no meu e entramos na mansão. Podia sentir os passos de Zachary atrás de nós. Priscila foi até o braço de Ryan e enfiou o dela no dele, fazendo-o sorrir.

Caminhamos por um grande salão cheio de lindas estátuas e plantas e quadros. Depois uma belíssima sala confortável.

—Trouxeram biquíni? —Ele nos perguntou.

—Não. Não trouxe. —Eu disse com um esboço de um sorriso.

—Eu trouxe. —Priscila disse sorrindo. —Nunca se sabe.

—Menina esperta. —Ryan disse sorrindo para ele, e depois se virou para mim. —Tenho um quarto com roupas femininas. Escolha um biquíni para você.

—Posso escolher também? O meu está tão velhinho. —Priscila disse com um jeitinho bem feminino.

—Claro.

Nessa hora, o motorista colocou o carrinho com nossas malas e os vestidos, num canto.

Ryan pegou um sino e o agitou. Logo apareceu uma empregada. Uma senhora de meia idade, creio que a governanta.

—Senhora Wagner, conduza as moças ao quarto rosa. Elas escolherão um biquíni. Depois leve a senhorita Silva e Spencer até seus quartos.

A empregada se inclinou para ele.

—Sim senhor. —Ela nos fitou séria. —Me acompanhem.

O motorista nos seguiu com o carrinho através de um enorme corredor cheio de portas, as paredes revestidas de quadros e vários aparadores enfeitando o ambiente com lindos vasos, cheios de flores do campo.

A senhora Wagner abriu uma porta dourada.

— Esse é seu quarto. —Disse para mim.

Eu assenti para ela. O motorista me esperou indicar qual era a minha bagagem, onde ele as colocou na cama. Na porta ao lado ficava o de Priscila, onde o motorista fez o mesmo com as malas dela.

Logo fomos levadas ao quarto rosa. A casa era linda, o quarto era uma promessa de amor intenso. De rosa tinha muito pouco. O quarto era muito grande e os móveis brancos. Apenas detalhes na colcha da cama e das cortinas que eram rosas.

—Fiquem à vontade. Temos dois caminhos para irmos até a piscina. Um deles é seguindo por esse corredor até o final dele.

—Obrigada. —Dissemos quase em coro.

Quando ela se afastou, Priscila correu até o closet e o abriu. Deu um assobio, quando viu seu interior. Eu curiosa fui até lá para ver. Fiquei boquiaberta com a quantidade de roupas, uma mais linda que a outra. Tudo muito bem organizado em cabides e gavetas.

— Por que será que ele mantém um closet com tantas roupas maravilhosas?

Eu sorri.

Santa ingenuidade!

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