Logo que alcancei meu quarto, as lágrimas desceram fáceis de meus olhos. Estava acontecendo algo comigo que estava me deixando confusa e perplexa: Jamais pensei, depois de tudo que Zachary me fez, eu ficasse tão balançada por ele.
Eu não conseguia ignorar aquilo que nosso encontro tornara abundantemente claro. Que parte de mim ainda buscava uma forma de fugir do que eu estava sentindo. Em alguns momentos, o outro lado sobressaía dizendo para eu acreditar nesse novo homem que eu estava vendo, então vinha o outro e lutava contra.E eu que acreditava que tinha superado Zachary...Burra!Quando eu o avistei no meu trabalho, já foi algo que, nem nos mais terríveis pesadelos eu imaginaria. Zachary trabalhando? Diretor de uma revista de prestígio?E pior, sendo meu chefe.Isso me deu um nó na cabeça, pois para mim ele era um sanguessuga, um boa vida. Essa imagem dele tão profissional, eu não tinha comigo. E eu tinha me apegado ao pior dele como uma tábua de salvação. AfloEle se colocou a minha frente. Senti o perfume dele, Ele se inclinou para frente. Estava muito próximo.Meu Deus! Próximo demais.Eu desviei meus olhos do rosto dele e fitei sua camiseta. Quieta.Percebi pelo descer e subir de seu peito que sua respiração estava tão ofegante quanto a minha. Seu corpo estava tenso, eu podia ver. Ele mudou de perfume, não usava aquele que ele tanto gostava. Não tem mais o cheiro que ele costumava a ter. Talvez por isso eu não consiga raciocinar direito, pois parece que estou diante de outra pessoa. Queria empurrá-lo para longe para que ele entendesse que eu era feliz, até ele chegar. Eu estava indo bem. Agora eu me sinto triste. Eu senti o sangue ferver, estava estranhamente emocionada por ele estar tão perto de mim, sentindo uma coisa estranha por desejá-lo, como nunca o desejei antes, nem no passado, eu sentia o que estava sentindo agora. E isso estava me deixando confusa.Algo nele, alguma mudança dele estava fazendo isso comigo
Quando sua boca tocou a minha, fechei meus olhos e deixei que tudo acontecesse eu não consegui deixar de abrir os lábios para recebe-lo. Sentir a umidade morna da boca dele, foi algo tão maravilhoso que eu estremeci e me segurei nele para não cair. Ele me apertou em um dos braços, enquanto uma mão segurava a minha cabeça, seus lábios passaram a se mover sobre os meus famintos.Eu não o resistia, não conseguia, fiquei atordoada com a sensação maravilhosa de estar nos braços dele, sentindo seu calor, sentindo seu perfume maravilhoso.Quando eu estava para corresponder seus beijos, a imagem dele me dizendo que era casado, me veio muito forte, e minha razão falou mais alto que meu coração, ela me lembrava agora que: eu fui um joguete nas mãos dele, talvez eu fosse seu brinquedinho novo.Tive que ter muita, mas muita força de vontade para empurrá-lo.Ele não me impediu de afastá-lo e eu tenho certeza que se ele quisesse, ele poderia me dominar, mas o beijo, pareceu satisfazê-
Zachary Eu sabia que tinha de ser paciente com Maria. Não era que ela estava sendo dura, ou razoável. Mas ela não conseguia entender. Ele não fazia ideia de quem eu era – três meses juntos. Isso ainda doía em meu coração. TRÊS MESES.Meu irmão a conseguiu enganar por todo esse tempo. No fundo, ela e meu irmão tinham uma história juntos. E eu? Não tinha absolutamente nada. Ela nem sabia que eu existia.Ainda...Não queria falar desses tempos estéreis. Do passado vivido entre os dois. Eu queria que ela na verdade, o esquecesse. E só o lembraria para não o repetir.Meu irmão sempre foi um inconsequente. Uniu-se a Nádia, em um casamento sem amor, e nunca me escondeu isso. Eu o responsabilizava por todas as coisas estúpidas que havia feito a Maria. A dor que ele causou.Então, eu teria que colocar a minha explicação em palavras muito cuidadosamente. Explicar porque eu ainda não tinha revelado quem eu era. Mostrando a ela, que eu na verdade estava sentindo o terreno
Eu me tranquei no quarto até o dia seguinte. Não dormi quase nada, a imagem dele com outra mulher não saía da minha cabeça.Era tarde quando me levantei, com uma dor de cabeça danada. Tomei um banho de imersão para tentar relaxar. A possibilidade de ver Zachary me deixava mal do estômago. Por isso tomei uma resolução. Não ficaria sozinha com ele. Eu precisa estar sempre acompanhada. Resolvi alugar os braços de Ryan.A minha garganta doía muito e dentro da banheira começou a me dar uns calafrios. A dor de cabeça que eu estava se intensificou. Sentia-me mal, as pernas pesadas, a cabeça rodando.Levantei-me da banheira vacilante, peguei a toalha e comecei a me enxugar, mas tive que me sentar no vaso sanitário, pois tudo começou a rodar. Coloquei o meu robe branco ainda meio molhada e me segurando fui até a porta. O quarto de Priscila era ao lado do meu, eu precisava avisá-la que eu não estava bem.E depois eu só queria voltar para a cama. . . A cada minuto eu me sentia pior
Zachary ―Pai. ― Eu disse, meu pai sorriu.Eu o segurei no corredor.―Obrigada por ter vindo.―Essa moça deve ser muito importante para você. Senti isso, pela ansiedade na sua voz.Eu sorri levemente.―Ela é.―Enquanto eu a examino, vá até a sala. Seu irmão me trouxe e está lá.Meus olhos se estreitaram. Senti como se meu coração falhasse. O meu entusiasmo desapareceu.―Nicholas o trouxe? ―Repeti como se não acreditasse nos meus próprios ouvidos.―Sim, ele me trouxe. Estou sem carro, lembra? Hoje é dia que sua mãe visitar Elizabeth na casa de repouso.Elizabeth era uma tia de mamãe. Ela sofria de Alzheimer. Mamãe sempre que podia pegava o carro de papai e ia visitá-la aos sábados.―É verdade. ― Suspirei, me sentindo mal com essa informação, contrariado. ―Então, entra. Maria Eduarda o espera. Vou lá falar com Nicholas. Precisava falar com ele algumas coisas, mesmo que ele não entenda.―E pai... ―Ele se virou para mim. ― Não toca no assun
Maria Eduarda Despertei me sentindo melhor. Zachary estava sentado em uma cadeira perto de mim. Seus olhos estavam fixos num ponto. Pensativos. Meu coração se agitou no peito quando ele percebeu meu movimento e me fitou.—Está melhor? —Ele perguntou se sentando na cama do meu lado.—Sim. —Eu balbuciei.Ele sorriu, mas era um sorriso triste. Esse sorriso eu não conhecia.—Seu pai é uma pessoa maravilhosa. Muito atencioso. Parece um ótimo pai. Você tem sorte. —Eu disparei dizendo. Estava nervosa com a presença dele. Sozinha, na intimidade do quarto. Zachary Assenti e desviei meus olhos dos dela. Tentando ordenar meus pensamentos, pois de repente o medo se apoderou de mim. Mas eu precisava esclarecer todo o mal entendido.Então eu a encarei, resoluto, firme.—Quero que se sente, pois tenho algo a lhe falar, e não quero te ver na posição frágil. Quero que me encare de igual para igual.Ela me fitou correndo os olhos pelo meu rosto, tentando m
Maria Eduarda Uma espécie de sexto sentido me dizia que ele não queria se aproximar só do filho, e isso me deixava transtornada. Mas não confusa, pois só Zachary teve esse poder sobre mim. Hoje vejo, que não foi só atração sexual que eu sentia por ele. Zachary parecia enxergar através de mim. Coisa que Nicholas, "o superficial", foi incapaz. Eu o fitei. Ele me olhou sério. Esfregou as mãos nas minhas costas, me dando conforto. Eu podia sentir sua cautela. Ele então, me deu um sorriso tranquilizador. Mas aquele cafajeste de volta não me deixava calma. Respirei fundo. — Pensando bem. Acho que você está certo. Quanto mais rápido eu enfrentá-lo, melhor. — Disse confiante. — E quanto a esposa dele? O que ela pensa sobre isso tudo? — Ele se separou. Estava esperando sair o divórcio para conversar com você. —Ele inalou bruscamente e se afastou de mim e percebi que ele também não estava tão confiante assim com a situação. Z
ZacharyDepois que sai do quarto de Maria, me juntei ao pessoal, tentando me distrair. Mas os meus pensamentos me deprimiam.Nunca bati de frente com Nicholas, era a primeira vez que isso estava acontecendo.Depois que fomos morar com os Walters, Nicholas foi se afastando de mim. Tentei me aproximar do meu irmão. Mas sua postura tornou-se fria e distante, nosso contato passou a ser o mínimo necessário.Assisti-lo tão diferente do Nicholas que eu conhecia, não foi fácil. Era como se ele quisesse me esconder seus demônios internos. Com seu afastamento, fui entendendo que Nicholas não era tão forte assim. Nosso passado o marcou de alguma forma negativa, deixou cicatrizes.Passei a não mais reconhece-lo. Quando jovens, sofremos muito preconceito na escola por causa de nossa herança latina. Eu simplesmente os ignorava. Nicholas não, foram muitas brigas. Ele se impôs com seu jeito de Bad Boy e afastou os inimigos, por causa dele, deixamos de ser perseguidos.Fitei Prisci