Zachary
―Pai. ― Eu disse, meu pai sorriu.
Eu o segurei no corredor.―Obrigada por ter vindo.―Essa moça deve ser muito importante para você. Senti isso, pela ansiedade na sua voz.Eu sorri levemente.―Ela é.―Enquanto eu a examino, vá até a sala. Seu irmão me trouxe e está lá.Meus olhos se estreitaram. Senti como se meu coração falhasse. O meu entusiasmo desapareceu.―Nicholas o trouxe? ―Repeti como se não acreditasse nos meus próprios ouvidos.―Sim, ele me trouxe. Estou sem carro, lembra? Hoje é dia que sua mãe visitar Elizabeth na casa de repouso.Elizabeth era uma tia de mamãe. Ela sofria de Alzheimer. Mamãe sempre que podia pegava o carro de papai e ia visitá-la aos sábados.―É verdade. ― Suspirei, me sentindo mal com essa informação, contrariado. ―Então, entra. Maria Eduarda o espera. Vou lá falar com Nicholas.Precisava falar com ele algumas coisas, mesmo que ele não entenda.―E pai... ―Ele se virou para mim. ― Não toca no assunMaria Eduarda Despertei me sentindo melhor. Zachary estava sentado em uma cadeira perto de mim. Seus olhos estavam fixos num ponto. Pensativos. Meu coração se agitou no peito quando ele percebeu meu movimento e me fitou.—Está melhor? —Ele perguntou se sentando na cama do meu lado.—Sim. —Eu balbuciei.Ele sorriu, mas era um sorriso triste. Esse sorriso eu não conhecia.—Seu pai é uma pessoa maravilhosa. Muito atencioso. Parece um ótimo pai. Você tem sorte. —Eu disparei dizendo. Estava nervosa com a presença dele. Sozinha, na intimidade do quarto. Zachary Assenti e desviei meus olhos dos dela. Tentando ordenar meus pensamentos, pois de repente o medo se apoderou de mim. Mas eu precisava esclarecer todo o mal entendido.Então eu a encarei, resoluto, firme.—Quero que se sente, pois tenho algo a lhe falar, e não quero te ver na posição frágil. Quero que me encare de igual para igual.Ela me fitou correndo os olhos pelo meu rosto, tentando m
Maria Eduarda Uma espécie de sexto sentido me dizia que ele não queria se aproximar só do filho, e isso me deixava transtornada. Mas não confusa, pois só Zachary teve esse poder sobre mim. Hoje vejo, que não foi só atração sexual que eu sentia por ele. Zachary parecia enxergar através de mim. Coisa que Nicholas, "o superficial", foi incapaz. Eu o fitei. Ele me olhou sério. Esfregou as mãos nas minhas costas, me dando conforto. Eu podia sentir sua cautela. Ele então, me deu um sorriso tranquilizador. Mas aquele cafajeste de volta não me deixava calma. Respirei fundo. — Pensando bem. Acho que você está certo. Quanto mais rápido eu enfrentá-lo, melhor. — Disse confiante. — E quanto a esposa dele? O que ela pensa sobre isso tudo? — Ele se separou. Estava esperando sair o divórcio para conversar com você. —Ele inalou bruscamente e se afastou de mim e percebi que ele também não estava tão confiante assim com a situação. Z
ZacharyDepois que sai do quarto de Maria, me juntei ao pessoal, tentando me distrair. Mas os meus pensamentos me deprimiam.Nunca bati de frente com Nicholas, era a primeira vez que isso estava acontecendo.Depois que fomos morar com os Walters, Nicholas foi se afastando de mim. Tentei me aproximar do meu irmão. Mas sua postura tornou-se fria e distante, nosso contato passou a ser o mínimo necessário.Assisti-lo tão diferente do Nicholas que eu conhecia, não foi fácil. Era como se ele quisesse me esconder seus demônios internos. Com seu afastamento, fui entendendo que Nicholas não era tão forte assim. Nosso passado o marcou de alguma forma negativa, deixou cicatrizes.Passei a não mais reconhece-lo. Quando jovens, sofremos muito preconceito na escola por causa de nossa herança latina. Eu simplesmente os ignorava. Nicholas não, foram muitas brigas. Ele se impôs com seu jeito de Bad Boy e afastou os inimigos, por causa dele, deixamos de ser perseguidos.Fitei Prisci
Desviei meus olhos de Nicholas com dificuldade e fitei Zachary na entrada da sala. Tremendo. Sem pensar em nada, avancei para ele e o abracei. Eu observei com prazer a carranca que Nicholas fez. Era novidade isso para mim. O macho Alfa, que não era tão alfa assim, se sentir ameaçado por Zachary, o homem que cada vez mais tomava conta do meu coração.Nicholas trocou seu peso do pé. Frustração cobriu suas feições, pois ele estava acostumado a estar no controle, dentro e fora do quarto. E agora o jogo tinha mudado de mãos.Ele deu um passo para nós, eu abracei mais Zachary.—Você está cega. Eu tenho certeza que está confusa. Mas eu estou aqui, para abrir seus olhos. E mesmo porque, temos um fruto. Você deveria estar me ouvindo, ao invés de tomar essa atitude. Isso chega a ser quase infantil.—Caia na real, você! Não percebe que Maria Eduarda, não quer mais nada com você! —Zachary disse impaciente.A mandíbula de Nicholas se cerrou.—Zachary, você está cometendo um
No dia seguinte, não levantamos cedo. Dez horas. A festa tinha acabado tarde. Não seria educado sair sem nos despedir de todos. Eu já estava na sala com minhas mala pronta e o vestido de festa apoiado sobre ela.Dez minutos depois, Zachary apareceu com sua mala na mão. Vestido com uma calças jeans clara, bem ajustada no corpo. Camiseta branca, tênis. Os cabelos molhados pelo banho o deixavam mais sexy.Me levantei do sofá e fui até ele. Um sorriso surgiu em seu rosto quando ele correu os olhos pelo meu vestido branco com preto e o cabelo arrumado em um coque. Hoje, era a primeira vez que eu teria que enfrentar as diferenças entre Zachary e eu. Seu mundo e o meu. Estávamos saindo da mansão como namorados e agora ele conheceria a casa simples que eu morava, a intimidade do meu lar.Ele abriu os braços e eu me aninhei neles. Ryan nessa hora apareceu na sala. A risada familiar de Priscila chamou minha atenção e ela surgiu ao lado de Sebastian.—Já estão indo? —Sebast
ZacharyA dor apertou meu peito, mas eu lutei para ignorá-la. Sim, meu irmão tinha arruinado a vida de Maria Eduarda, mas Jonathan era a coisa mais linda que eu já tinha visto. Doce, meigo e sensível. Eu estava encantado. Era natural que ela o protegesse. O contato com o filho dela, meu sobrinho, pude enxergar isso, mais claramente.A doçura e o jeito frágil de Maria tinha sido alvo fácil para meu irmão. A lembrança daquela noite veio à tona, fazendo-me sentir raiva. Meu irmão faria de tudo para tê-la. Naquele dia, prometi a mim mesmo, que eu iria protege-la.Embora toda a situação estivesse ao meu favor, não seria fácil... Eu não sabia o que esperar de Nicholas. A impressão que eu tinha, era que eu podia esperar de tudo.Fomos ao restaurante italiano. Uma cadeira de criança foi colocado para Jonathan que comeu com gosto o macarrão que Maria tinha cortado para ele encurtando-os para facilitar.Maria mexia comigo, num emaranhado de emoções. Eu tinha certeza que eu
Maria EduardaA expressão de Zachary era determinada. Como se ele tivesse tomado alguma resolução. Isso me preocupava. Nicholas entrou na sala, e depois de me fitar longamente desviou sua atenção para Jonathan, se sentando com ele no sofá.—E aí, amigão. O que está você está assistindo?Eu fitei Zachary novamente. Senti uma estranha sensação. Ele estava muito tenso.—Vamos conversar no meu quarto.Ele respirou fundo, fechou os olhos, e correu as duas mãos pelos cabelos, antes de me seguir. Caminhamos por um pequeno corredor estreito nele tínhamos acesso ao banheiro e no final meu quarto.Tranquei a porta.— O que houve? Por que precisa falar comigo?—Conversei com Nicholas. —Ele me avaliou e respirou fundo. —E cheguei à conclusão que preciso dar um tempo com você. Nicholas me disse que está disposto a se redimir.—Eu não acredito no que eu estou ouvindo? Você está abrindo caminho para seu irmão tentar se aproximar de mim?Ele me estudou em silêncio.
Cinco anos atrás...Era uma segunda feira, à tarde, quando ele apareceu. Na época ele disse que que estava viajando a trabalho. E tinha sumido por quase uma semana.Eu estava saindo do banho quando uma batida pesada na porta me assustou. Vesti rápido meu vestido de algodão, com o coração agitado. Corri os dedos pelo meus cabelos porque eu não teria tempo para escová-los. Corri para a sala e quando eu cheguei à porta da frente, eu respirei fundo antes de abrir.De pé na minha porta está Zachary (Nicholas), o cabelo ligeiramente úmido, com uma calça preta e uma camisa branca, parecendo tão lindo que faz meu coração doer.— Brasileirinha. — Ele murmurou com um sorriso torto, seus olhos fixaram-se nas gotas de água pingando do meu cabelo e escorrendo pelo meu corpo.— Zachary. — Eu sussurrei, encontrando seus olhos quando os dele procuram os meus novamente.Seu rosto dele estava cheio de luxúria.— Você vai me convidar para entrar?Eu engoli em seco e me afastei.