No dia seguinte, não levantamos cedo. Dez horas.
A festa tinha acabado tarde. Não seria educado sair sem nos despedir de todos. Eu já estava na sala com minhas mala pronta e o vestido de festa apoiado sobre ela.Dez minutos depois, Zachary apareceu com sua mala na mão. Vestido com uma calças jeans clara, bem ajustada no corpo. Camiseta branca, tênis. Os cabelos molhados pelo banho o deixavam mais sexy.Me levantei do sofá e fui até ele. Um sorriso surgiu em seu rosto quando ele correu os olhos pelo meu vestido branco com preto e o cabelo arrumado em um coque.Hoje, era a primeira vez que eu teria que enfrentar as diferenças entre Zachary e eu. Seu mundo e o meu. Estávamos saindo da mansão como namorados e agora ele conheceria a casa simples que eu morava, a intimidade do meu lar.Ele abriu os braços e eu me aninhei neles. Ryan nessa hora apareceu na sala. A risada familiar de Priscila chamou minha atenção e ela surgiu ao lado de Sebastian.—Já estão indo? —SebastZacharyA dor apertou meu peito, mas eu lutei para ignorá-la. Sim, meu irmão tinha arruinado a vida de Maria Eduarda, mas Jonathan era a coisa mais linda que eu já tinha visto. Doce, meigo e sensível. Eu estava encantado. Era natural que ela o protegesse. O contato com o filho dela, meu sobrinho, pude enxergar isso, mais claramente.A doçura e o jeito frágil de Maria tinha sido alvo fácil para meu irmão. A lembrança daquela noite veio à tona, fazendo-me sentir raiva. Meu irmão faria de tudo para tê-la. Naquele dia, prometi a mim mesmo, que eu iria protege-la.Embora toda a situação estivesse ao meu favor, não seria fácil... Eu não sabia o que esperar de Nicholas. A impressão que eu tinha, era que eu podia esperar de tudo.Fomos ao restaurante italiano. Uma cadeira de criança foi colocado para Jonathan que comeu com gosto o macarrão que Maria tinha cortado para ele encurtando-os para facilitar.Maria mexia comigo, num emaranhado de emoções. Eu tinha certeza que eu
Maria EduardaA expressão de Zachary era determinada. Como se ele tivesse tomado alguma resolução. Isso me preocupava. Nicholas entrou na sala, e depois de me fitar longamente desviou sua atenção para Jonathan, se sentando com ele no sofá.—E aí, amigão. O que está você está assistindo?Eu fitei Zachary novamente. Senti uma estranha sensação. Ele estava muito tenso.—Vamos conversar no meu quarto.Ele respirou fundo, fechou os olhos, e correu as duas mãos pelos cabelos, antes de me seguir. Caminhamos por um pequeno corredor estreito nele tínhamos acesso ao banheiro e no final meu quarto.Tranquei a porta.— O que houve? Por que precisa falar comigo?—Conversei com Nicholas. —Ele me avaliou e respirou fundo. —E cheguei à conclusão que preciso dar um tempo com você. Nicholas me disse que está disposto a se redimir.—Eu não acredito no que eu estou ouvindo? Você está abrindo caminho para seu irmão tentar se aproximar de mim?Ele me estudou em silêncio.
Cinco anos atrás...Era uma segunda feira, à tarde, quando ele apareceu. Na época ele disse que que estava viajando a trabalho. E tinha sumido por quase uma semana.Eu estava saindo do banho quando uma batida pesada na porta me assustou. Vesti rápido meu vestido de algodão, com o coração agitado. Corri os dedos pelo meus cabelos porque eu não teria tempo para escová-los. Corri para a sala e quando eu cheguei à porta da frente, eu respirei fundo antes de abrir.De pé na minha porta está Zachary (Nicholas), o cabelo ligeiramente úmido, com uma calça preta e uma camisa branca, parecendo tão lindo que faz meu coração doer.— Brasileirinha. — Ele murmurou com um sorriso torto, seus olhos fixaram-se nas gotas de água pingando do meu cabelo e escorrendo pelo meu corpo.— Zachary. — Eu sussurrei, encontrando seus olhos quando os dele procuram os meus novamente.Seu rosto dele estava cheio de luxúria.— Você vai me convidar para entrar?Eu engoli em seco e me afastei.
No dia seguinte me levantei cedo, deixei Jonathan na escola, Consegui chegar ao trabalho no horário. Entrei com meu carro no estacionamento interno e olhando ao redor, procurei uma vaga. Logo a encontrei. Sai do carro e alisei minha saia lápis preta e acertei a camisa branca dentro dela. Peguei minha bolsa com o gravador contendo a entrevista que tínhamos feito com Ryan e me dirigi aos elevadores.Enquanto eu o esperava, logo senti passos atrás de mim. Meu Deus, aquele perfume...Logo senti a presença de alguém ao meu lado. Me virei para ver, sem conseguir evitar o impacto dentro do meu coração fitei Zachary, olhando para mim, lindo e perfeito, tudo o que um homem deve ser. Mas não na aparência, eu conseguia enxergar sua alma transparente em seus olhos e naquele sorriso. Eu foquei na sua covinha, e seus olhos negros, e da forma como todo o seu rosto se iluminava ao me ver, agradeci silenciosamente por Deus colocá-lo em meu caminho.Vê-lo ali, me alegra, me faz perceber que
Maria EduardaMe dirigi até a minha mesa e ocupei minha cabeça, Por um momento me dei conta da situação absurda que me encontro.Hoje sou uma mulher madura, não mais a garota de dezoito anos. Ele deve ter alguma explicação plausível para tudo isso. Não é possível que eu tenha me enganado tanto...Se acalme, faça o seu serviço e quando tiver oportunidade, esclareça as coisas.Respirei fundo e me envolvi com meu trabalho, na hora do almoço, Priscila me convidou para descermos até o restaurante, eu dei uma desculpa e fiquei por ali. Ia almoçar mais tarde. Não estava afim de falar mais nada sobre a loira. Cheguei à conclusão que não adiantava me descabelar, sofrer adiantado.Droga!Mas a imagem dela não saia da minha cabeça...Rachel...RachelÉ claro! Ele tinha me falado dela...Sim! A ex dele se chamava Rachel, só podia ser ela!Na tarde que ficamos juntos conversando na casa de Ryan, ele tinha me contado de uma mulher que segundo ele, o tinha deixado
Meia hora depois, eu entrava com o carro na rua da minha casa, ao longe avistei Nicholas. Ele estava encostado ao seu carro, do outro lado da rua. Vestia roupas esportivas. Uma calça marrom, camiseta branca e jaqueta de couro preta.Eu embiquei o carro e abri os portões e voltando para o carro, entrei com ele dentro de casa. Quando desci do carro, Nicholas já entrava no meu quintal estreito. Desviei meus olhos da figura dele e abri a porta do passageiro para tirar Jonathan da cadeirinha.Droga! Jonathan dormia. Se ele permanecesse dormindo, eu teria que enfrentar Nicholas sozinha.Antes de eu me inclinar para tirá-lo, Nicholas se aproximou de mim.— Pode deixar! Eu o levo para dentro.Ele deu uma risada suave e se moveu para frente. Eu endireitei os ombros.—Tudo bem. —Disse seca.Fui até a porta e a abri. Entrei na casa, abrindo todas as janelas para tirar o cheiro de casa fechada. Queria poder tomar um banho sossegada, e relaxar. Esse mês seria um inferno. Min
ZacharySai da casa de Maria Eduarda pensando em tudo que ela me disse sobre Nicholas. Se seguisse meu raciocínio lógico, não iria atrás dele, essa era a verdade. Para mim ele era um idiota arrogante, um cafajeste que enganou Maria Eduarda, que se aproveitou de Nádia, e poderia estar jogando para ganhar Maria Eduarda.Mas meu coração me impulsionava a fazer ao contrário. Acho que era aquela coisa do "sangue". Afinal, ele era meu irmão.Outra coisa também que me instigava era a curiosidade de querer entender por que Maria Eduarda ficou tão abalada quando conversou com ele.Antes que eu percebesse eu já estava em frente ao meu apartamento embicado na entrada esperando o porteiro abrir para mim. Os portões se abrem. Nessa hora uma sombra projeta sobre mim, e uma batida no capô do meu carro.—Nicholas.—Quero conversar.Confuso de vê-lo em frente ao meu prédio, com certeza esperando que eu chegasse, eu disse:—Claro! Entre no carro.Nicholas deu a volta e abri
No dia seguinte fui a revista com Zachary, fui tratar da minha demissão. Todo o pessoal da revista, quando me viram entrar ao lado dele, vieram me cumprimentar, os olhares logo se direcionavam ao meu anel de brilhantes na minha mão direita. Isso me fez pensar de como Zachary realmente pensava em tudo.Essa característica dele de planejar, arquitetar para sair tudo de acordo, e quando isso, saía fora de seu controle, ele se perturbava. Isso explicava muito sua reação ontem.Priscila estava na fila para me abraçar. Quando ela assim o fez, me apertou nos braços e depois me afastou com um sorriso, de orelha a orelha. Foi a maior vibração de felicidade que senti em relação a todos. Creio que por ter melado um pouco o meu relacionamento com Zachary, me falando aquele dia de Rachel. Deve ter sido um alívio ao saber que estávamos bem. Ela disse para nós dois com os olhos cheios de lágrimas:—Estou nas nuvens por vocês dois. E devem se amar muito, pois vocês se decidiram muito r