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7- Você fica linda quando sorri. Deveria sorrir mais vezes.

—Ele deve trazer mulheres para cá, que vem no impulso de seu convite, cheio de sedução. Chegam desprovidas e usa as roupas que aqui estão. Ou tem alguma namorada fixa. Vai saber!

Ela negou.

—Se fosse uma namorada fixa ele não nos deixaria usar as roupas dela, acho que nem ela ia gostar, e com certeza estaria com ele agora. —Priscila me disse sonhadora.

Ela foi abrindo as gavetas até que achou a dos biquínis e maios.

— Olha esse. —Ela me mostrou o amarelo.

—Usa. Você está bronzeada, ficará bem em você. —Eu a incentivei.

—Vou experimentar.

Eu fucei na gaveta e achei um branco e preto. Fui ao banheiro me trocar, Priscila ficou com o quarto para essa tarefa. Quando pronta, me fitei no espelho.

Ele era absurdamente lindo. Nem que eu procurasse, acharia tal joia. Priscila quando me viu, se mostrou surpresa.

—Sortuda! Pegou um mais bonito que o meu.

—Quer trocar? Não me importo.

Ela sorriu.

—Não, eu não sou muito peituda, para mim não ficaria bem.

Eu dei de ombros. Fui até o closet e achei um chapéu de palha com desenhos circulares preto e uma saída preta. Peguei uma rasteirinha de couro cru.

—E então? —Eu girei na frente de Priscila.

—Perfeita. —Ela disse com admiração nos olhos. —Vou pegar um chapéu também.

Ela entrou no closet e saiu com um chapéu de palha, estilo clássico, uma saída preta, uma rasteira amarela.

—Gostou? —Ela perguntou.

—Ficou linda! — Eu disse para ela.

—Peguei um bronzeador. —Ela sorrindo, agitou o tubo na mão.

—Ótimo! Vamos!

Saímos juntas rumo à piscina. Nessa hora meu pulso acelerou e eu respirei fundo me lembrando de manter a calma. Mas só de pensar em ficar tão exposta aos olhos de Zachary, me deixava nervosa. Precisava desligar minhas emoções. Sempre fui fera nisso.

Caminhamos pelo corredor cheio de portas e saímos para uma linda varanda fechada por vidros corrediços. Priscila o empurrou para o lado e abriu uma passagem.

A piscina azul clara compunha um belo cenário. Se estendia até o interior da casa, onde uma parte dela ficava encoberta.

Atrás desse cenário, um jardim com a vegetação local que deixava o ambiente mais natural. Algumas espreguiçadeiras da cor branca embaixo de grandes guarda-sóis. Estavam posicionadas em direção ao sol, num convite para o relaxamento.

Então eu os avistei. Eles estavam do meu lado direito. Ryan logo que nos avistou, sorriu e caminhou em nossa direção.

Ele usava apenas uma sunga preta. Sebastian estava bem a vontade de bermudão ao lado de Zachary, que não tinha trocado de roupa e estava sentado embaixo do guarda-sol. Droga! Só de vê-lo, eu me arrepiei toda.

—Meninas. Estão lindas! Fiquem à vontade.

Eu agradeci com um sorriso. Priscila sorriu e disse melosa:

—Obrigada Ryan.

— Eu vou para a água. Qual das duas me acompanha?

— Eu vou. — Disse Priscila disse animada.

Ryan sorrindo se afastou para dar um pulo na piscina, fazendo um rodopio no ar, com a desenvoltura de um atleta olímpico, espalhando água por todos os lados. Priscila jogou sua saída na cadeira e tampando o nariz deu um mergulho de cabeça.

Eu desviei meus olhos deles e vi uma porção de toalhas brancas em um canto. Peguei uma e a estendi na espreguiçadeira. Sentada, tirei a saída de banho, e sem me conter relanceei os olhos em Zachary. Ele me encarava sério. Pensativo.

Me sentindo agitada, arrumei a espreguiçadeira de forma que eu ficasse com a cabeça na sombra e o corpo no sol. Deitada, logo uma empregada gentilmente me ofereceu suco de abacaxi. Sei que era desse sabor, pois rodelas dele rodavam lindamente no grande e grosso copo, enfeitado com um canudo de guarda-sol.

Fiquei um tempo, quieta. Bebericando meu suco, observando tudo. Ouvi os gritinhos de Priscila e sorri quando vi Ryan nadando e Priscila tentando acompanha-lo. Estendendo a mão, coloquei o copo vazio na mesa ao meu lado.

Senti uma sombra se projetando em cima de mim. Zachary, puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado, dividindo a sombra que meu guarda-sol fazia.

Eu que sorria, fechei a cara e o encarei séria. Ele correu seus olhos pelo meu rosto. Ele sorriu.

—Você fica linda quando sorri. Deveria sorrir mais vezes.

Zachary realmente estava estranho, eu estava ali, de biquíni e ele estava reparando no meu sorriso, ao invés de babar pela visão do meu corpo. Mesmo assim eu fechei a cara, fazendo com que os lábios dele se torcessem num riso irônico.

—Você precisa parar de me olhar como se eu tivesse chifres e rabo. —Ele avisou.

Eu desviei os olhos dos dele e fitei Sebastian que agora entrava devagar na piscina, experimentando a agua.

—Sinto muito ser tão óbvia. — Disse sem olhá-lo.

—Então me olha assim? —Ele insistiu.

—Não, acredito que te vejo pior que isso. Uma ovelha, mas é só a capa, pois por dentro se esconde um lobo.

Eu percebi que ele sorriu.

—E se eu te disser que está enganada comigo?

Eu o fitei, a expressão dele era tão cheia de sinceridade que eu achei incrível.

Como ele conseguia?

Bem, eu não deveria me espantar. Já tinha visto isso antes e terminei com o coração destroçado.

Droga! Por que eu tinha que ser tão transparente? Estraguei tudo. Antes, ele me tratava com a frieza de um profissional. Agora não.

—Zachary. Eu estava gostando mais quando você queria levar tudo para o lado profissional. Esquece tudo que te falei lá na sala. Pois acho que você já esqueceu. Seguiu em frente.

Ryan saiu da piscina e caminhou na minha direção.

—Vem brasileirinha. A água está uma delícia. — Ele disse parado na minha frente, exibindo seu corpo magro molhado e bronzeado.

Percebi que Zachary virou o rosto com desagrado. Pude perceber o quanto ele estava tenso.

Zachary não estava gostando? Ah! Ele aguenta!

Ele era bom para rir das próprias emoções, enquanto que eu, não. Estava me sentindo destruída por sentimentos que não podia controlar.

Pra provocá-lo, aceitei o convite de Ryan com um lindo sorriso:

—Claro!

Ryan me estendeu a mão e eu a peguei, ele me ajudou a me levantar com um leve puxão. Caminhamos juntos até a piscina. Ele deu um pulo. Eu ao contrário, me sentei e fui me acostumando aos poucos, só depois entrei.

Ryan nadou até o meu lado.

—É impressão minha, ou nosso amigo ali, não gostou muito?

Priscila nadou para perto de nós.

—Não, não é impressão não. Eu já falei para Maria. Nosso chefinho ali, já está começando a dar bandeira.

Ouvi aquelas palavras com uma triste sensação de prazer.Eu lancei um olhar para Zachary que nos encarava sério. Pensativo. Eu desviei meus olhos com tristeza, me sentindo vulnerável e frágil como vidro.

— Vocês estão enxergando demais. Ele só quer que sejamos profissionais. Viemos para trabalhar. —Eu disse cortando aquele tipo de assunto e nadei para o outro lado.

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