Gabrielly, — Não me lembro. Se eu apaguei, foi porque escrevi errado. — Ele dá risada e se encosta no encosto da cadeira, ficando me olhando com uma mão na boca. — Será? Meu celular tem um aplicativo que recupera as mensagens apagadas, sabia? — Ele só está brincando. Não pode ter um aplicativo desse. — Vamos ver o que você escreveu. Pego o meu celular e bloqueio o número dele. Espero que ele não consiga ver nada. — Porque a sua foto sumiu? — Tirei a foto do meu perfil. — Ele desliga o celular, e eu posso respirar sossegada. Imagina ele vendo eu implorando para ele não me deixar? Vai ficar com o ego do tamanho do universo, maior do que já tem. Saímos da empresa juntos, e como foi combinado, ele me levou até a imobiliária. Na mesma que eu aluguei o apartamento. Ele pede para ela mostrar as fotos das casas para mim, e ela vai passando o folheto. Acabou escolhendo uma que tem na rua da casa dele. Não é uma mansão, mas não é pequena. Mas, para mim, será enorme. Assino os document
Riccardo Quero odia-la, mas não sei o que está mulher tem que me fazer querer ficar perto dela, mesmo querendo ficar longe. Luto ao máximo contra a minha mente, contra o meu corpo que ser se levantar, pegar ela no colo e a colocar me cima dessa pia, fazer ela gemer como não pode gemer naquele quarto de hotel. Droga, só de imaginar o meu päu já começa a ficar duro. Fecho os meus olhos, pois sinto que ela está me provocando ao mexer a comida na panela, mexendo a sua bunda junto. Acho melhor eu ir embora, ou ela vai acabar me seduzindo com seu canto da sereia. — Estou indo embora, deixa o almoço para outro dia. — falo e me viro de costas. Olho para trás e ela continua lá na mesma posição, como se não tivesse ouvido eu falar. — Gabrielly? — Ela se vira me olhando. — Eu disse que vou embora. — Tudo bem, você sabe onde é a saída. — me viro, e tenho certeza que ouvi a voz dela bem baixinho me chamando de covarde. — O que você falou? — Eu não disse nada. — Fala sem me olhar, e eu
Riccardo, — Você é astuta, planejou tudo isso, não é atoa que é uma projetista, não é? — Do que está falando? — Para Gabrielly, me seduziu só para eu te perdoar? — Ela fecha a cara e me empurra, mas eu não saio de cima dela. — Sai de cima de mim, vai embora para sua casa. Você não é um ser humano não, você é um robô. Vou me comportar profissionalmente com o senhor, pode deixar. — Ele tenta me empurrar mais uma vez. — Dá para sair de cima de mim? — Não, eu não posso sair daqui, eu queria muito não ter te conhecido, porque você acabou com a minha vida, Gabrielly. Eu era o tipo de homem transava com uma mulher, me vestia e seguia a minha vida sem nenhum problema. Agora, eu não consigo mais seguir a minha vida, porque você está me atrapalhando. — Como é... — Tampo a sua boca para ela se calar. — Eu não terminei de falar, seja educada. Você entrou na minha vida e eu achei que seria só mais uma, um foda brasileira e depois que voltasse para a Itália, tudo seria esquecido. Mas aí, você
Riccardo, — Você não quer ter filhos? — Pergunto, desanimado. Parece que só eu vou criar uma família de verdade. — Não é isso. Eu quero sim um filho, dois na verdade. Quero ter um casal. Mas, acho que agora não é o momento. Eu tenho um plano de vida: trabalhar, namorar, noivar, casar e depois ter filhos. Não posso pular uma etapa tão grande assim. — Não seja tão certinha desse jeito. Deixa as coisas acontecer como tem que acontecer. Eu quero ser pai, e gostaria que fosse com você. Principalmente, quero que se pareça com você. — Riccardo, você é uma pessoa com o humor instável. Você agora está aqui, me falando essas coisas bonitas como fez da outra vez, mas basta acontecer alguma coisa, que você logo j**a tudo no lixo. Eu preciso de uma segurança emocional. Preciso de alguém que vai resolver os problemas quando eles surgirem, e não fugir de tudo. E eu não quero ser uma mãe solteira. Então, não vai dar certo. — Vai sim, Gabi. — Ela vai até a sala e começa a colocar a roupa dela. — E
Gabrielly, Às 10:00 em ponto, chego na casa dele, e quem abre a porta para eu entrar é a dona Marly. Ela me olha sorrindo. Acho que o Riccardo disse para ela que voltamos. — Entra. Ele está terminando de tomar café, Gabi. — Obrigada, dona Marly. — Entro, e ela me leva até a cozinha. Me oferece para tomar café, mas como eu já comi na minha casa, eu nego, agradecendo. — Vamos para o meu escritório. Me espera lá que eu vou buscar o meu notebook no meu quarto. Tive algumas ideias ontem, e quero te mostrar. — Ele fala, se levantando e pedindo para a mãe dele me levar até o escritório. — Já estou sabendo. — Ela fala, enquanto entramos no cômodo. — E estou feliz por vocês dois. Meu filho é ignorante, mas você consegue deixá-lo leve e com um bom humor. Espero que tudo dê certo entre vocês, e que se casem logo. — Calma, dona Marly. Tudo no seu tempo. — Dou risada com a sua empolgação. Ela mal saiu de uma nora e já quer outra? — Te vira, Sophie. — Riccardo entra no escritório, fala
Gabrielly. Decidimos dormir na minha casa, mas ele deixou avisado para a mãe dele. Já que ele disse que ela teve um surto quando ele chegou em casa por não avisar onde estava. Levamos os projetos para minha casa, e ele me ajudou a passar os projetos para o computador. Riccardo é trabalhador, não é aquele chefe que só manda fazer. Ele coloca a mão na obra, e faz tudo com perfeição. Estávamos tão cansados por causa da noite anterior, que tomamos um banho junto, e resolvemos dormir. Acordamos cedinho. Ele vai para casa dele, e eu vou me trocar. Vamos sair atrás dos mestres de obras para começarmos a dar o primeiro passo da nossa vida financeira. O senhor Neville é o nosso primeiro cliente, e virão muitos mais depois dele. Depois de trocada, desço para esperar o Riccardo no portão. Ele vem com o carro, e quando eu abro a porta, é o motorista dele. — Estou aqui, moça bonita. Hoje, eu quero te namorar o caminho todo. — Sorrio e fecho a porta da frente, abro a de trás e me sento. —
Gabrielly Depois de 14 horas de voo, chegamos no Brasil. Como ainda é 5:00 da manhã, decidimos ir para um hotel, pois a minha mãe, por ter saído do trabalho, está dormindo ainda a essa hora. Dormimos o voo todo, então, estamos bem descansados. Tomamos café da manhã no saguão do hotel, e assim que terminamos, ligo para minha mãe, só para ter certeza que ela já acordou. — Oi, Gabi. — Ouço barulho de carros no fundo. — Pode falar, meu amor. — Estou indo na sua casa. Cheguei aqui agora no Brasil com o meu chefe e a mãe dele. — Oh, tá vindo agora? — Sim, liguei só para ter certeza que você já estava acordada. Onde a senhora está que estou ouvindo barulho de trânsito? — Estou... na padaria. Pode ir indo para casa que eu já chego com o paizinho quentinho. — Digo "ok", e desligo a chamada. Ela está estranha. Espero de coração que ela não esteja me enganando, e esteja trabalhando. Dou o endereço da minha casa para o taxista que pegamos na frente do hotel, e com menos de uma hora
Gabrielly, Por um minuto, a casa fica toda no silêncio. Ninguém dá um pio sequer. Dona Marly fica ao lado da minha mãe e sussurra em seu ouvido. É quando a minha mãe parece acordar do transe. — Como pode fazer isso comigo? — Minha mãe fala com a voz embarcada. — Eu acreditei em você, te esperei por todos esses anos, e você faz isso? — Ela está mentindo, Elza. Eu não tenho outra família em São Paulo, não. Eu sempre te amei, e você sabe disso. — Mentira, mãe. Riccardo, cadê o documento? — Ele coloca a mão para trás e tira o documento todo enrolado do seu bolso. Me aproximo da minha mãe e entrego para ela. — Aqui está o relatório dele. Ele ainda se casou no papel com ela, coisa que nunca fez com a senhora. Ele se aproxima de nós duas, tentando pegar o papel da mão da minha mãe, mas eu entro na frente, barrando a sua passagem. — Eu sou o seu pai. Você me deve respeito, sua moleca. — Não te devo nada. Devo a minha vida à minha mãe. Quando a gente abandona uma pessoa, a gente ab