Liam RodriguesPassei a noite toda acordado, trabalhando na campanha. Estava com raiva da Priscila, claro que estava, mas como poderia pensar que ela ia gostar de mim? Max, ele com certeza é muito rico e o pai da filha dela, ela ainda deve gostar muito dele.Pela manhã, tentei evitar a Priscila e consegui, pois ela estava atrasada. Fui para o quarto das meninas ver a minha bonequinha.— Oi, bonequinha, você podia não parecer com a sua mãe, né — falei pegando ela no colo. A Priscila sempre a deixa limpinha, mas hoje pelo visto não deu tempo.Peguei uma roupa bem bonita. A Priscila gosta de deixá-la parecendo uma verdadeira boneca. Dei um banho nela, que agora ama brincar na água, é muito fofo assistir.— Sabe, bonequinha, eu gosto da sua mãe, e é difícil fingir que não sinto nada por ela. Mas não quero ficar longe de vocês, sabe, eu já amo vocês — falei, abraçando-a e beijando-a.Arrumei a bolsa dela e fui para o meu quarto. A Priscila comprou uns ternos para eu usar, mas eles não são
Priscila BarcellaEu odeio o Felipe. Sério, se ele não fosse sobrinho da esposa do senhor Salles, não estaria aqui. Sinto que o Max compartilha do mesmo sentimento. Estava com tanta raiva! Quem é ele para falar assim com o Liam? Tive que me segurar para não fazer nada na frente da minha filha, nem do Afonso. Não posso perder o emprego.Mas queria saber o que o Max tem na cabeça para dizer que a Nina é filha dele. Isso não faz o menor sentido. E ele ainda fala isso na frente de toda a empresa e do Afonso.Falando em Afonso, que cara insistente! Não sei mais como dar um fora educadamente. Não posso me envolver com ninguém, nem com o Afonso gostosão. Um relacionamento não está nos meus planos. Não posso me envolver assim com ninguém, especialmente agora com as meninas.Max levou o Felipe para a sala dele, e consegui me esquivar do Afonso. Entrei na minha sala com a minha bebê, mas precisava ter uma conversa urgente com o Max para entender o que está acontecendo.— Ai, minha filha linda,
Priscila Barcella Ontem foi uma verdadeira batalha colocar a minha Nina para dormir. Ela estava muito animada, e a Belinha também parecia estar ligada no 220 volts. Já eu, estava completamente sem bateria e acabei adormecendo primeiro. Quando acordei, estava enrolada entre as minhas meninas, com uma filha de cada lado me abraçando. Sorri ao ver a cena. Como sou apaixonada pelas minhas meninas. Fiquei ali observando as duas. Eu estava tão cansada que nem acordei de madrugada. Minha filha se virou, tinha tirado meu seio e, quando queria, pegava novamente. Ontem nem usei a sonda, pois meu leite está saindo mais forte. Meu corpo já entendeu que eu sou mãe. Sem condições de me levantar, fiquei fazendo carinho nas duas. Senti uma paz indescritível naquele momento. – Tia – ouvi a voz da Íris, nervosa. – Oi – respondi, notando seu desconforto. – Minha menstruação desceu – ela disse, envergonhada, com os olhos cheios de lágrimas. Ela já tem 14 anos, então eu não imaginava que ainda não
Priscila Barcella Fomos até a diretoria, e havia uma menina sentada com um curativo no nariz e um casal de costas para a gente. Agradeci mentalmente por Liam ter vindo conosco, pois, conhecendo-me bem, eu poderia acabar fazendo besteira. – Esta é a Violeta – Íris sussurrou no meu ouvido. – Bom saber – respondi. – Mãe, foi essa garota que me bateu – a tal Violeta disse para a mãe, que se virou. Reconheci a mãe insuportável dela, a mesma mãe da Valentina. – Você – ela disse ao me ver. – Claro, a outra órfã também é sua. Deve fazer coleção – ela falou, levantando-se. – Acho bom você limpar a boca para falar da minha filha, mas o que esperar da filha de uma preconceituosa sem escrúpulos – respondi, aproximando-me dela. – Quem você pensa que é para falar assim comigo? Você não tem a menor classe. Com certeza é uma mulher seca, que precisa se realizar de outras maneiras. – Diferente de você, eu tenho quatro filhos maravilhosos, que não humilham ninguém pela classe social. São crian
Priscila Barcella Saímos da escola e fomos a uma sorveteria ali perto. Eu precisava esfriar a cabeça e tentar acalmar meu coração acelerado. Íris estava visivelmente abalada. — Eu estou suspensa? — a Íris perguntou chocada, com os olhos começando a marejar. — Está, meu anjo, mas a Violeta também. Se ela mexer com você, será expulsa — falei, tentando acalmar a tensão enquanto tomava meu sorvete de chocolate com calda de morango. — É, vamos ver, mas obrigada mesmo assim. Meus pais nunca iam fazer isso. Meu pai ia ter me batido sem nem me ouvir. Bom, mas isso eu já sabia que a senhora nunca ia fazer já aprontamos muito e nunca apanhamos — ela falou, e eu percebi a dor oculta em suas palavras. Eu queria rebater o que ela tinha dito sobre o pai não a deixar bater nela, mas decidi mudar de assunto para aliviar a situação. — Eu tirei o dia hoje para ficar com você. Acha que está bem para irmos às compras? — sugeri, tentando animá-la. — Você não vai trabalhar para ficar comigo? — ela p
Priscila Barcella Fomos almoçar em casa para amamentar a minha bonequinha, e já estou morrendo de saudades; eu nunca passo mais de três horas longe dela. — Mamãe! — a Belinha gritou, vindo até mim. — Oi, minha princesa — falei, beijando-a. — Que bom que você chegou, já ia ligar — disse Liam, vindo com a Nina em prantos. — Oh, amorzinho da mamãe, me perdoa, eu não esqueci de você — falei, pegando-a do Liam e já levantando minha blusa e sutiã para dar o que ela queria. — Que bom que a senhora chegou, já não sabíamos o que fazer com a pequena — disse Josefa. — Que péssima mãe eu sou, né, meu amorzinho? — falei, me sentando. Estou me sentindo péssima. Fiquei ali segurando a mão da minha bebezinha enquanto ela mamava com tanta força. — Você não é péssima, só tem muitos filhos — disse Liam, me fazendo sorrir. — Vovó, vem ver o que a tia comprou para o meu quarto, e estas roupas... — Eu vou também — disse Belinha, subindo com elas. Notei que Liam está olhando para mim,
Priscila Barcella Quando chegamos em casa, a sala estava cheia dos amigos do Ítalo. Eram cinco meninos jogando videogame. Havia uma maquete muito bem feita na mesa de jantar, uma caixa de pizza na mesinha de centro e alguns copos com refrigerante.Se fosse há alguns dias, eu teria surtado.— Boa noite — falei, já que eles não notaram nossa presença.— Sujou — comentou um menino.— Nossa, como vocês estão lindas! Estamos só jogando um pouco. — Ítalo falou sorrindo.— Tudo bem, campeão. Muito obrigada. Agora, não vai me apresentar os seus amigos? — perguntei, e ele sorriu.— Claro. Este aqui é o Paulo — ele apontou para o menino que tinha dito "sujou". — Ele tem uma cara de esperto.— Prazer — falei, estendendo a mão.— Este é o Gabriel — disse, indicando um menino gordinho que estava comendo mais pizza.— Oi, tia — ele falou, sorrindo.— Oi, prazer — respondi, sorrindo de volta.— Eu sou o Davi, tia — disse um menino loiro de cabelos cacheados, o menorzinho do grupo.— Prazer, Davi —
Max Fos Estava louco para conversar com a Priscila, já que contei para todo mundo sem querer sobre a minha filha. Ela não pode nem pensar em negar que eu assuma a paternidade, mas conhecendo a Priscila, é bem capaz que ela faça isso.Acordei até mais cedo e ia até o apartamento dela para podermos conversar, mas meu pai pediu uma reunião logo cedo.Assim que cheguei no escritório, ele já estava na minha sala segurando a minha foto com a Priscila na nossa formatura. Eu guardo essa foto na minha gaveta, então não entendi por que ele estava segurando-a.— A reunião é como o senhor Fos ou como meu pai? — perguntei, e ele sorriu.— Os dois. Pelo visto, você e ela se assumiram — ele falou, colocando a foto na minha mesa. — A Priscila é uma ótima pessoa, e espero que vocês me deem muitos netos. Imagine minha casa cheia de crianças correndo e gritando "vem brincar, vovô" — meu pai falou, todo animado.E como eu queria que fosse verdade.— Ai, pai, não é nada disso — falei, sentando-me, meio f