Priscila Barcella Saímos da escola e fomos a uma sorveteria ali perto. Eu precisava esfriar a cabeça e tentar acalmar meu coração acelerado. Íris estava visivelmente abalada. — Eu estou suspensa? — a Íris perguntou chocada, com os olhos começando a marejar. — Está, meu anjo, mas a Violeta também. Se ela mexer com você, será expulsa — falei, tentando acalmar a tensão enquanto tomava meu sorvete de chocolate com calda de morango. — É, vamos ver, mas obrigada mesmo assim. Meus pais nunca iam fazer isso. Meu pai ia ter me batido sem nem me ouvir. Bom, mas isso eu já sabia que a senhora nunca ia fazer já aprontamos muito e nunca apanhamos — ela falou, e eu percebi a dor oculta em suas palavras. Eu queria rebater o que ela tinha dito sobre o pai não a deixar bater nela, mas decidi mudar de assunto para aliviar a situação. — Eu tirei o dia hoje para ficar com você. Acha que está bem para irmos às compras? — sugeri, tentando animá-la. — Você não vai trabalhar para ficar comigo? — ela p
Priscila Barcella Fomos almoçar em casa para amamentar a minha bonequinha, e já estou morrendo de saudades; eu nunca passo mais de três horas longe dela. — Mamãe! — a Belinha gritou, vindo até mim. — Oi, minha princesa — falei, beijando-a. — Que bom que você chegou, já ia ligar — disse Liam, vindo com a Nina em prantos. — Oh, amorzinho da mamãe, me perdoa, eu não esqueci de você — falei, pegando-a do Liam e já levantando minha blusa e sutiã para dar o que ela queria. — Que bom que a senhora chegou, já não sabíamos o que fazer com a pequena — disse Josefa. — Que péssima mãe eu sou, né, meu amorzinho? — falei, me sentando. Estou me sentindo péssima. Fiquei ali segurando a mão da minha bebezinha enquanto ela mamava com tanta força. — Você não é péssima, só tem muitos filhos — disse Liam, me fazendo sorrir. — Vovó, vem ver o que a tia comprou para o meu quarto, e estas roupas... — Eu vou também — disse Belinha, subindo com elas. Notei que Liam está olhando para mim,
Priscila Barcella Quando chegamos em casa, a sala estava cheia dos amigos do Ítalo. Eram cinco meninos jogando videogame. Havia uma maquete muito bem feita na mesa de jantar, uma caixa de pizza na mesinha de centro e alguns copos com refrigerante.Se fosse há alguns dias, eu teria surtado.— Boa noite — falei, já que eles não notaram nossa presença.— Sujou — comentou um menino.— Nossa, como vocês estão lindas! Estamos só jogando um pouco. — Ítalo falou sorrindo.— Tudo bem, campeão. Muito obrigada. Agora, não vai me apresentar os seus amigos? — perguntei, e ele sorriu.— Claro. Este aqui é o Paulo — ele apontou para o menino que tinha dito "sujou". — Ele tem uma cara de esperto.— Prazer — falei, estendendo a mão.— Este é o Gabriel — disse, indicando um menino gordinho que estava comendo mais pizza.— Oi, tia — ele falou, sorrindo.— Oi, prazer — respondi, sorrindo de volta.— Eu sou o Davi, tia — disse um menino loiro de cabelos cacheados, o menorzinho do grupo.— Prazer, Davi —
Max Fos Estava louco para conversar com a Priscila, já que contei para todo mundo sem querer sobre a minha filha. Ela não pode nem pensar em negar que eu assuma a paternidade, mas conhecendo a Priscila, é bem capaz que ela faça isso.Acordei até mais cedo e ia até o apartamento dela para podermos conversar, mas meu pai pediu uma reunião logo cedo.Assim que cheguei no escritório, ele já estava na minha sala segurando a minha foto com a Priscila na nossa formatura. Eu guardo essa foto na minha gaveta, então não entendi por que ele estava segurando-a.— A reunião é como o senhor Fos ou como meu pai? — perguntei, e ele sorriu.— Os dois. Pelo visto, você e ela se assumiram — ele falou, colocando a foto na minha mesa. — A Priscila é uma ótima pessoa, e espero que vocês me deem muitos netos. Imagine minha casa cheia de crianças correndo e gritando "vem brincar, vovô" — meu pai falou, todo animado.E como eu queria que fosse verdade.— Ai, pai, não é nada disso — falei, sentando-me, meio f
Priscila Barcella Fomos para o Terraço Italiano, um restaurante belíssimo aqui em São Paulo. O trânsito estava normal, então consegui chegar só cinco minutos atrasada e ele já estava me esperando.— Priscila — ele falou, levantando-se e me cumprimentando com dois beijos na bochecha.— Olá, Afonso. Desculpe o atraso, mas sair de casa é uma verdadeira loucura.— Imagino. Eu só tenho uma filha e já acho que dá trabalho, imagina com quatro — ele falou sorrindo e puxou uma cadeira para eu me sentar. — A Clarinha queria muito vir. Pelo visto, sua filha fala muito bem de você, a minha acha você maravilhosa — ele falou, e eu sorri involuntariamente.— Infelizmente não posso dizer o mesmo, meus filhos não ficaram muito contentes...— Deixa eu adivinhar, você nunca saiu desde a chegada deles? — ele perguntou.— Sim, esta é a primeira noite, o primeiro momento que tenho para ficar sem eles...— Sei como é. Ser pai solteiro não é nada fácil, mas não sei o que faria sem a minha princesa.— É difí
Max FosLiguei para a Priscila e o celular estava desligado, então resolvi ir até a casa dela, já que a Joyce não me deu o endereço do jantar com medo de eu fazer um barraco.Assim que cheguei, o Liam abriu a porta para mim. Ele estava com roupas simples do dia a dia, sem uniforme, como se estivesse na casa dele, bem à vontade. Isso me incomodou um pouco, pois mostrava que Priscila não o tratava como funcionário.— Priscila não está — ele informou, visivelmente incomodado.Minha frustração era visível. Eu não queria, de forma alguma, que ela estivesse fora, mas me atrasei.— Que merda — falei, entrando, e Liam me olhou de cara feia.— Olha a boca — ele repreendeu, indo até a mesa de jantar onde havia um copinho rosa com canudo. — Vai ficar? — perguntou de costas para mim.— Não posso? — perguntei, querendo entender qual era a dele.Liam se virou lentamente, segurando o copinho rosa com firmeza, seus olhos fixos em mim, deixando claro que não estava nem um pouco satisfeito com a minha
Priscila Barcella Assim que entrei em casa, vi Liam sentado no sofá com minha bonequinha acordada no colo. Ele estava de pijama e com uma expressão cansada, além de um pequeno machucado no rosto.Com certeza as crianças aprontaram na minha ausência.— Oi, meus amores — falei, indo até eles e pegando minha bonequinha nos braços. — Estava morrendo de saudades da minha menininha linda.Olhei para Liam com preocupação.— O que aconteceu? — perguntei, alisando o rosto dele onde estava machucado. — As crianças aprontaram de novo?— Não, as crianças não têm nada a ver com isso. Eu que caí e me machuquei. Mas parece que o encontro foi muito bom — ele respondeu com um tom de irritação.— Foi ótimo. Amanhã ele vai vir aqui... — comecei a explicar, mas ele me interrompeu.— Você sabe que tem filhos? — ele perguntou irritado e, para mim, estava claro que ele está com ciúmes.— E você sabe que sou eu quem paga o seu salário?Liam franziu a testa, claramente mais irritado.— Ok...— Estou brincand
Priscila BarcellaEu realmente queria beijar o Liam, sentir os seus lábios nos meus, e só nos afastamos quando começamos a apertar minha bonequinha e ela reclamou.— Vem com o titio — ele disse pegando-a. Eu estava em transe, por que ele tem que ser tão bom?Eu o quero. Sei que ele é diferente, mas tenho medo de machucá-lo. Ainda assim, preciso dele.Liam estava tentando acalmar a Nina, mas ela não parava de chorar.— Acho que ela está com fome. Acabei de trocar a fralda — ele disse, despertando-me dos meus pensamentos.— Vamos para o meu quarto — falei, pegando minha bolsa. Ele subiu comigo, um pouco confuso. Quando chegamos ao meu quarto, já fui tirando os saltos.— Você vai tomar banho primeiro? — ele perguntou.— Não, mas preciso de ajuda para tirar a roupa — respondi. Ele me olhou com um sorriso safado.— Tem certeza? — perguntou ele.— Achei que você fosse querer ver minha lingerie — falei para provocá-lo, adorando as caras que ele fazia. E sabia que ele era uma boa pessoa o Max