Início / Romance / O babá / Bônus do vovô Léo
Bônus do vovô Léo

Passar o dia com meus netos foi uma experiência revigorante. A casa da Priscila tem uma energia tão positiva que finalmente entendi por que o Max está sempre lá.

A cozinheira da Priscila é excelente, e a Josefa é uma mulher encantadora. Vi como ela se preocupa com Priscila, e até com o meu filho e o Liam.

Voltar para casa não foi fácil, mas fiquei feliz em saber que voltaria no dia seguinte.

Cheguei em casa todo feliz, mas meu sorriso morreu ao ver a Marina sentada no sofá da minha sala.

— Finalmente chegou — ela falou impaciente. — Onde está o meu filho?

— Em Brasília, ele foi pela manhã. Qual é o problema?

— Fui na casa dele ontem e a governanta me informou que ele não estava. Fui na Maria Clara e ele também não estava. Eu sei que o Max não estava mais saindo com aquela mulher mundana — ela falou, e eu sabia que estava se referindo a Priscila. Odiei quando ela falou assim da menina.

— A Priscila é uma pessoa maravilhosa e eu ficaria muito feliz se eles se casassem...

— Você se esqueceu de como o Max conheceu ela? Já disse a você que meu marido deixou bem claro...

— Você é mulher, deveria se sensibilizar com a situação dela, não a julgar. E olha que você reclama da Priscila, mas se ela falasse do jeito que você a trata para o Max, ele nunca mais falaria com você — fui realista. Meu filho gosta tanto da Priscila que não duvido que realmente faria isso.

— Por isso que eu não quero que ele pergunte sobre ela. E o Max precisa se casar. Daqui a pouco ele será responsável pelo império, precisa ter um herdeiro...

— Pare com isso, Marina. Nosso filho vai casar quando encontrar a pessoa certa. Eu só quero vê-lo feliz, diferente de você que ensinou só coisas ruins para seus filhos. A sorte é que nem todos deram ouvidos. E me fala logo quanto você quer — falei, pegando o celular de cima da mesa e abrindo o aplicativo do banco.

— Uns 20 mil já ajudam, aí você desconta do salário do Max — ela falou com uma voz fina. Fiz o Pix dos 20 mil, mas claro que não descontaria do meu filho, ele tem que cuidar da vida dele.

— O Max tem a vida dele para cuidar. Você deveria parar de pegar dinheiro dele assim. Afinal...

— Nem começa, tá, Leopoldo? E o Max tem dinheiro de sobra...

— Mas o dinheiro é dele, ele trabalha. Hoje, em pleno domingo, ele poderia estar aproveitando a filha, saindo um pouco, mas ele está em Brasília trabalhando, dando conta do trabalho dele e dos outros, mostrando que não é mais um moleque. E ele não precisa de você para atrapalhar...

— Eu sou a mãe dele, eu dei a vida para ele. Isso aqui não é nada e o Max, nem se importar, só quer ver a mamãe feliz. Espero ter convencido ele a falar com você para não promover a Priscila. Não quero ela com ele no Canadá — ela falou e revirei os olhos. Ainda não sei como um dia fui casado com esta mulher.

— Vá embora da minha casa, estou cansado...

— Onde você estava? Na empresa você não foi, eu te procurei lá e suas secretárias não sabiam nada.

— Eu não te devo satisfação nenhuma — falei, colocando meu celular na mesa. Ela o pegou na mesma hora.

— Vamos ver quem é a prostituta com quem você está saindo — ela falou, olhando para minha tela de bloqueio. — Não me diga que você teve uma filha com esta idade — ela falou com cara de nojo, olhando para a foto da Nina.

Pela reação dela, soube que o Max não contou que era pai.

— Não, infelizmente não sou pai de novo e não tenho mais idade para isso. Tenho que curtir os meus netos. Ser avô é maravilhoso, mas infelizmente essa alegria é para poucos.

— Você está caducando — ela falou e, quando estava indo pegar meu celular, uma mensagem do Max chegou. Pelo som, eu sabia que era do meu filho.

Peguei meu celular, mas ela já estava com um semblante diferente.

— Essa bebê é filha de quem? Não me diga que é daquela mulherzinha.

— Respeite a mãe da sua neta. E saia da minha casa, já te dei o que você queria.

Saí da sala e a deixei sozinha. Tive um dia tão maravilhoso ao lado dos meus netos, da Marta e da Josefa. Depois de tomar um banho e me arrumar para dormir, peguei meu celular para responder ao meu filho.

Max: Como foi, pai? Te deram trabalho? Minha filha é uma verdadeira boneca, né? Tão linda. Já estou morrendo de saudades.

Sorri. Meu filho, como sempre, sendo um fofo.

Contei como tinha amado tudo e que minha neta era realmente tão encantadora quanto a mãe. Já ia dormir quando resolvi mandar uma mensagem para a Josefa.

— Oi, Josefa? Como você está? — mandei a mensagem, um pouco nervoso e com medo de ser invasivo.

Meu sorriso surgiu quando vi "digitando..." embaixo do nome dela.

— Oi, Léo. Estou cansada. Pensei até em dormir no meu cantinho, mas, pelo movimento no quarto da Priscila, vim dormir no quarto de hóspedes. E você, como está? — sorri lendo o que ela mandou.

— Cansado também, mas amanhã vou cedo para te ajudar — digitei com um sorriso. Era bom saber que a Josefa estava por perto, uma constante em meio ao caos.

A resposta veio rápida, quase instantânea, o que me fez sorrir mais uma vez.

— Obrigada, Léo. Sua presença faz toda a diferença. Vou tentar descansar um pouco mais. Nos vemos amanhã. Boa noite.

Desliguei o celular, deixando-o na mesa de cabeceira. Deitei-me na cama, os pensamentos vagando entre os acontecimentos do dia. Pensei no sorriso de Nina, nos olhos preocupados de Priscila, na força tranquila de Liam, e na bondade serena de Marta e Josefa. Além dos meus pequenos, a doçura da Belinha, da Íris e do Ítalo.

Mas a lembrança de Marina invadiu meus pensamentos, trazendo de volta a amargura. Como ela podia ser tão insensível, tão cruel? As palavras dela sobre Priscila ainda ecoavam em minha mente, cada insulto um golpe no meu coração.

Eu sabia que precisava proteger Priscila e Nina daquela mulher. A relação de Max com Priscila era preciosa demais para ser envenenada por Marina. O amor de Max por sua filha era evidente, e isso me dava esperança de que tudo ficaria bem, desde que permanecessem unidos.

Na manhã seguinte, acordei cedo, sentindo-me renovado. O sol nascia lentamente, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Vesti-me rapidamente, ansioso para voltar à casa de Priscila e ver meus netos novamente.

Chegando lá, fui recebido pelo sorriso caloroso de Josefa e pelo cheiro delicioso do café da manhã sendo preparado por Ana. O ambiente era leve, acolhedor, um refúgio contra as dificuldades do mundo exterior.

— Bom dia, Léo! — disse ela, arrumando seu uniforme. Ela estava ainda mais linda que no dia anterior. — Priscila saiu cedo, mas já está tudo pronto aqui. As crianças foram para a escola. Aceita um café?

— Bom dia, Josefa. Quero sim, obrigado. — respondi, tentando disfarçar a preocupação.

— Problema na empresa? — ela perguntou, me servindo e sentando na minha frente.

Eu acho interessante que eles aqui ficam todos bem à vontade.

Ela começou a arrumar a comida dela com uma classe que me impressionava a cada movimento.

— Não, está indo tudo bem lá, mas por que a pergunta? — questionei.

— A Priscila estava com a mesma carinha de preocupação. Se não é trabalho, é alguma coisa com o Max? — ela perguntou, preocupada.

Eu achava isso incrível. A Josefa tinha um carinho pela Priscila como se fosse realmente mãe dela.

Acabei contando tudo para ela. Era fácil conversar com ela, seu olhar atento e compreensivo me dava a segurança de que podia confiar nela.

— Então está explicado por que a Priscila pediu para mandar a Nina. Me desculpe dizer isso, mas eu não gosto nem um pouco da Marina. Ela sempre perturbou a minha menina.

— Mas ela não vai fazer nada com a minha neta — afirmei, tentando acalmar a preocupação de Josefa.

Ela sorriu para mim, e naquele momento, senti uma onda de calor e conforto. A presença de Josefa era uma âncora em meio às turbulências, e eu sabia que queria tê-la por perto, sempre.

©©©©©©©©

Continua...

Oi, meus amores, desculpem a demora. Hoje eu tive alguns problemas, mas no final da tarde recebi uma péssima notícia: a cachorrinha da minha prima faleceu, e ela está arrasada. Estou dando suporte a ela.

Vou tentar postar pelo menos um capítulo amanhã.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo