POV DANNA DAVE
Eu estava próxima da porta do quarto de Killian, no corredor, do lado de fora. Assim que fechou os 15 minutos que dei à Nicolle e Juliana, abri a porta e entrei novamente. As duas permaneciam no mesmo lugar: Nicolle ao lado de Killian, na cama, e Juliana mais próxima da porta.
Todos me olharam assim que acessei o quarto.
- Eu disse 15 minutos... Nem um segundo a mais. – Olhei no relógio, disposta a realmente mandar aquelas duas para a puta que pariu.
- Espero que pense a respeito do que conversamos. – Nicolle começou a se dirigir para a porta, olhando para Killian.
- Eu não tenho o que pensar, Nicolle. Minha decisão está tomada. E nada me fará voltar atrás.
Me aproximei de Killian e perguntei:
- O que ela quer que você pense?
- Sobre minha decisão de deixar a igreja.
Eu ri, com ironia:
- A decisão f
Killian balançou a cabeça com um sorriso e depois seu olhar mudou, parecendo preocupado:- Você disse que irá... Na casa de Vanessa?- Sim. Ela esteve aqui duas vezes visitando-o e eu nem fui ver a miniatura dela. Não quero que minha prima fique chateada.- Eu... Entendo. Só espero que... – imaginei que ele fosse dizer qualquer coisa, menos o que falou – Espero que cuide bem de Alegra.- É claro que cuidará. Ela é o meu anjo. – Alegra sorriu e correu na direção de Killian, lhe dando um abraço.E assim fui dar uma volta para espairecer, levando comigo Alegra. Meu pai e Nadine estavam hospedados no Hotel da cidade de Machia, que já estava reformado, embora certamente não tivesse nenhuma estrela. E o fato de os dois pouco se importarem com as condições das acomodações me impressionou. Eles só queriam fic
Por sorte Jorge estava chegando na mesma hora que Nadine desmaiou e logo a pôs no carro, levando-a até o posto de saúde onde Calum trabalhava.Nadine despertou antes mesmo de chegarmos e embora tivesse garantido que estava bem, ainda assim passou pela consulta com Calum.- Foi só um mal-estar. – Calum disse quando a trouxe de volta à recepção, onde a esperávamos.- Pode ser por causa do calor. – Jorge sugeriu.Suspirei:- Coitada de Vanessa... Deve estar preocupada – olhei pra Nadine, que realmente parecia melhor, embora ainda estivesse pálida – Jorge, pode ir para casa e tranquilizá-la.- Tem razão, Danna. – Jorge saiu e aproveitou para levar antes Alegra de volta ao orfanato.- Como você está depois do que houve? – Calum perguntou, referindo-se ao fato de Killian ter levado o tiro.- Péssima... E
- Faça um exame de DNA... E descobrirá que Gabriel é seu filho.Dei um passo para trás, atordoada, sentindo meu coração acelerar. Olhei minhas mãos e lembrei que a criança tinha pegado meu dedo.- Você não tem como reconhecer depois de tanto tempo. – Insisti.- Seu filho nasceu com uma pinta próxima do lábio inferior, como a sua.Meneei a cabeça, confusa:- Não... Isso é impossível.- Ele tem o mesmo sinal que você tem... – Nadine se aproximou e tocou meu sinal – Exatamente no mesmo lugar.- Eu não vi... Talvez você esteja imaginando coisas.- O sinal era bem pequeno. E com o passar dos meses diminuiu ainda mais. Mas está lá... Para provar que ele é seu. Eu tive aquela criança nos braços, Danna. O alimentei, acalentei seu choro, lhe dei banho e vel
- Senhor Dave, sente-se, por favor. – Killian pediu, oferecendo uma parte da cama para que meu pai sentasse.- Estou bem de pé. – Ele disse, agitado.- Pai, sente-se... A história é... Longa.- Longa? Você teve um filho e não contou nada a ninguém? Onde está a criança? O que Vanessa tem a ver com isto?Respirei fundo e comecei:- Tudo aconteceu numa tarde de sábado... Enquanto eu andava por uma rua secundária da cidade, que dava acesso à cachoeira...Não contei a história nos mínimos detalhes... Porque ele não precisava passar por toda aquela dor que eu sabia que meu pai sentiria. E também porque eu não queria voltar naquele dia, relembrando cada pormenor que tentei esquecer com duas sessões semanais de terapia, sendo que ainda tinham resquícios dentro da minha mente.- Quem foi? – Aquel
- Meu irmão está se recuperando. – Ela disse com a voz fraca, parecendo amedrontada.- Ou Lourenço sai agora mesmo ou juro pelo que é mais sagrado que a situação dele ficará pior. Ele tem duas opções: sair ou eu entrar e trazê-lo para fora pelas suas bolas, que farei questão de arrancar fora e dar de comida aos abutres.- Meu filho não sairá – Nicolle apareceu – Chamarei a polícia se continuar ameaçando a minha família.- Não estou ameaçando a sua família, Nicolle. A ameaça é direta ao desgraçado do seu filho. Sinceramente, eu não deveria ter nenhum respeito por vocês depois do que fizeram a minha filha... Mas são mulheres... E por isso estou tentando não invadir a casa.- Não tem direito de entrar na minha casa, Júlio. – Elas se mantinham a
- Eu não quero saber porra nenhuma! Tudo que quero é que meu filho fique bem. E... – olhou para toda a multidão ao redor – Vão para suas casas, seu curiosos inúteis. Procurem o que fazer, desocupados.Aos poucos todos foram saindo, como se ela fosse o poder e ordem naquela cidade. Analisei Nicolle e naquele momento decidi que iria destituí-la do poder. Eu tinha meu pai ao meu lado. E faria tudo que fosse possível para ser a nova prefeita de Machia.Maria Cecília não moveu um dedo para ajudar Nicolle, enquanto Luane agia ao contrário, auxiliando-a em tudo. A mulher veio na minha direção e disse com a voz delicada:- Eu... Quero sim saber o que houve... Da sua boca!- Não! – Lourenço gritou – Não dê ouvidos a ela, meu amor... Danna é uma mentirosa.Peguei Maria Cecília pelo braço, fazendo quest&at
- É isto mesmo. Ele é seu neto e não seu filho. A decisão é minha e não sua. Quero que o menino fique com Vanessa. Aliás, se não estivesse com ela, sequer saberíamos seu destino. – Explodi, furiosa.- É meu neto... Sangue do meu sangue. Não posso deixá-lo!- Ele tem o sangue daquele desgraçado! – gritei – Será que não entende? Como acha que seria para mim ver a criança todos os dias, me remetendo a todas as lembranças ruins do que vivi? Eu não tenho capacidade para isto! Confesso que muito tenho tentado mudar minhas atitudes e me pôr no lugar dos outros... Mas quem se põe no meu lugar neste caso? Acha que foi fácil para mim tomar a decisão de levar a gravidez adiante e depois entregar a criança? Entende que o largar na porta do orfanato foi um ato de altruísmo? Eu quis sim que ele tivess
A casa dos Sturman não tinha uma luz sequer acesa. Certamente Lourenço estava no hospital e torci intimamente para que tivesse quebrado todos os ossos. Mal aquela família sabia que o seu calvário estava apenas começando. Lourenço não ocuparia meus pensamentos para o resto da vida. Eu seguiria com a minha vida enquanto ele... Seguiria com a dele, mas da forma como merecia: sofrendo.Embarquei no único táxi da cidade e pedi para o motorista me levar para à cidade vizinha. Relaxei o corpo e lembrei da situação do padre José, que ainda precisava contar a Killian sobre a paternidade.Eram muitos acontecimentos juntos nos últimos dias. E eu não conseguia relaxar ou mesmo descansar. Para tudo que eu tinha passado nos últimos tempos, até que eu estava bem. E estupro foi algo horrível, mas me parecia que o que veio depois dele foi ainda pior.Quan