- É isto mesmo. Ele é seu neto e não seu filho. A decisão é minha e não sua. Quero que o menino fique com Vanessa. Aliás, se não estivesse com ela, sequer saberíamos seu destino. – Explodi, furiosa.
- É meu neto... Sangue do meu sangue. Não posso deixá-lo!
- Ele tem o sangue daquele desgraçado! – gritei – Será que não entende? Como acha que seria para mim ver a criança todos os dias, me remetendo a todas as lembranças ruins do que vivi? Eu não tenho capacidade para isto! Confesso que muito tenho tentado mudar minhas atitudes e me pôr no lugar dos outros... Mas quem se põe no meu lugar neste caso? Acha que foi fácil para mim tomar a decisão de levar a gravidez adiante e depois entregar a criança? Entende que o largar na porta do orfanato foi um ato de altruísmo? Eu quis sim que ele tivess
A casa dos Sturman não tinha uma luz sequer acesa. Certamente Lourenço estava no hospital e torci intimamente para que tivesse quebrado todos os ossos. Mal aquela família sabia que o seu calvário estava apenas começando. Lourenço não ocuparia meus pensamentos para o resto da vida. Eu seguiria com a minha vida enquanto ele... Seguiria com a dele, mas da forma como merecia: sofrendo.Embarquei no único táxi da cidade e pedi para o motorista me levar para à cidade vizinha. Relaxei o corpo e lembrei da situação do padre José, que ainda precisava contar a Killian sobre a paternidade.Eram muitos acontecimentos juntos nos últimos dias. E eu não conseguia relaxar ou mesmo descansar. Para tudo que eu tinha passado nos últimos tempos, até que eu estava bem. E estupro foi algo horrível, mas me parecia que o que veio depois dele foi ainda pior.Quan
Que porra eu fiz da minha vida por tantos anos? Por que deixei tantos homens inúteis me tocarem, me possuírem, sendo que nunca houve sentimento ou mesmo desejo da minha parte? Era para punir-me, para sentir dor, como eu imaginava que merecia.Eu nunca saberia se ele me tratava daquele jeito porque era um padre... Ou simplesmente porque era Killian e Killian era um homem gentil e carinhoso. Mas eu entendia agora o motivo pelo qual me apaixonei por aquele homem!- Pode me tocar – confirmei, com segurança – Eu estou pronta. Mas... Talvez você não esteja.Ele riu:- Eu sei que já faz um tempo que não faço isto... Aliás, muito tempo! Mas... Não esqueci como beijar... Então creio... Que não seja algo muito difícil... Até porque... Está tudo funcionando perfeitamente bem. – Ele olhou para o próprio pau.Gargalhei:- Eu me
Retirei minha calça desajeitadamente e assim que a joguei longe, nos vimos completamente nus, finalmente. Eu sabia que não iria parar em momento algum aquilo. Ao mesmo tempo que temia, esperei muito tempo para estar daquela forma com Killian, completamente entregue e o tendo finalmente só para mim.Nossos lábios se encontraram novamente e foi devastadora a forma como nos beijamos. Eu não tinha noção do que era uma boceta escorrer de tanto desejo. Mas agora entendia perfeitamente como aquilo entrava sem que doesse. Ainda não tinha noção de como seria a experiência, mas duvidava que fosse ruim, já que parecíamos completamente sincronizados e eu tinha certeza de que se me sentisse desconfortável ou doesse, Killian saberia parar.Assim que o beijo encerrou, desci meus lábios pelo seu pescoço, sentindo seu cheiro, seu gosto, a pele morna aquecendo minha líng
- Ele nunca esteve morto para você.- Me prove!Killian apoiou as mãos no travesseiro e pôs seu pau na minha entrada, sem dificuldade, sem errar o alvo, como se fosse automático, como um imã. Nossos olhos se encontraram e quando ele entrou, não senti a dor que imaginava sentir, como quando aconteceu no passado que eu não queria lembrar.Era hora de o passado ficar no passado. Ver aqueles os olhos azuis intensos nos meus era como uma borracha que tinha o poder de apagar tudo. Eu via amor. Eu via gentileza. Eu via tudo que sempre sonhei um dia. Eu via um futuro.Futuro? Filhos?- Você tem... Preservativo? – Perguntei.Killian parou, ainda dentro de mim:- Eu... Sou um padre. Claro que não tenho preservativos.Gargalhei em meio a tensão do momento:- Estou fazendo amor... Com um padre?- Bem, eu era um padre... Há poucas semanas atr&aacut
POV ISLAQuando ouvi a batida na porta e fui atender, deparei-me com Júlio Dave. Na mesma hora meu coração acelerou e a primeira coisa que fiz foi observar se ele estava sozinho ou havia alguém o acompanhando.Júlio estava sozinho. E sequer esperou convite para entra. O fez de forma espontânea.- Isla, precisamos conversar! - Ele disse seriamente.- Precisamos? - Fiquei me perguntando se de alguma forma ele tinha sabido sobre aquela noite, incerta se minha irmã havia guardado segredo.Ri de mim mesma por aquele pensamento. Se Júlio soubesse, não esperaria tanto tempo para me punir ou mesmo reivindicar seus direitos sobre Vanessa.E se ele estivesse ali para me dizer que terminou com Nadine e descobriu que gostava de mim? Por mais que parecesse insano, não era impossível!E o que eu lhe diria?- Irei… Preparar um café!- Não &
Deus, aquilo era absolutamente complicado e impossível de aceitar! Júlio queria tirar o filho de Vanessa, mesmo com Danna não concordando?- Se esta criança foi gerada por um estupro - senti minha pele arrepiar-se ao me dar conta do que tinha acontecido com minha sobrinha e eu sequer fiquei sabendo - Como pode tomar a decisão pela sua filha?- Como eu já disse… É sangue do meu sangue.- Por que não se preocupa em acabar com o estuprador filho da puta em vez de incomodar a minha filha?- Quanto a Lourenço, já estou providenciando o fim dele.Levantei-me e sorri, com escárnio:- Aposto que seu dinheiro resolveu tudo! - abri a porta da casa - Lutarei pela minha filha e meu neto. Sim… Meu neto! - pus a mão no peito, com força - Porque Vanessa e Jorge são legalmente os pais de Gabriel. E sei que ninguém neste mundo tirará
Na recepção, pedi para falar com Júlio. O atendente me disse que ele estava no quarto e iria avisá-lo.- Antes de chamá-lo, poderia por favor me dizer se a esposa... Está com ele?- A senhora Dave saiu há pouco. Quer aguardá-la?- Não... Quero falar com Júlio mesmo. Não precisa avisá-lo... Eu mesma irei até lá. Sei exatamente o caminho, pois já trabalhei aqui, há muitos anos atrás. Embora tenha mudado alguma coisa com a reforma – observei tudo mais moderno – Os quartos seguem nos mesmos lugares de sempre.- Eu não sei se seria prudente a senhora entrar sem ser anunciada. Afinal, é o senhor Júlio Dave. Não queremos que ele tenha qualquer coisa a reclamar do nosso Hotel... Pois isto poderia nos prejudicar para o resto da vida, destruindo nosso negócio.Eu ri:- Não se preoc
Quando chegamos à casa de Vanessa meus olhos já estavam inchados de tanto chorar. Mas eu não tinha muita opção. Ou contava junto ou ele contaria sozinho, o que pioraria as coisas para mim. Eu conhecia bem a minha filha… O suficiente para saber que ela ficaria furiosa quando soubesse que a enganei por anos.- Vamos! - Júlio me pegou pelo braço, sem me dar chance de contestar.Ele mesmo bateu na porta, de forma firme, autoritária, ansiosa. E quando Vanessa abriu, seus olhos foram diretamente para os dedos de Júlio no meu braço.- Podemos entrar? - Ele perguntou para Vanessa.- O que… Está acontecendo? - Ela preocupou-se de imediato.Jorge apareceu com Gabriel no colo e vi os olhos de Júlio lacrimejarem.- Está… Tudo bem? - Jorge ficou confuso.Júlio suspirou e entrou, não aguentando esperar. E finalmente consegui