- Ele nunca esteve morto para você.
- Me prove!
Killian apoiou as mãos no travesseiro e pôs seu pau na minha entrada, sem dificuldade, sem errar o alvo, como se fosse automático, como um imã. Nossos olhos se encontraram e quando ele entrou, não senti a dor que imaginava sentir, como quando aconteceu no passado que eu não queria lembrar.
Era hora de o passado ficar no passado. Ver aqueles os olhos azuis intensos nos meus era como uma borracha que tinha o poder de apagar tudo. Eu via amor. Eu via gentileza. Eu via tudo que sempre sonhei um dia. Eu via um futuro.
Futuro? Filhos?
- Você tem... Preservativo? – Perguntei.
Killian parou, ainda dentro de mim:
- Eu... Sou um padre. Claro que não tenho preservativos.
Gargalhei em meio a tensão do momento:
- Estou fazendo amor... Com um padre?
- Bem, eu era um padre... Há poucas semanas atr&aacut
POV ISLAQuando ouvi a batida na porta e fui atender, deparei-me com Júlio Dave. Na mesma hora meu coração acelerou e a primeira coisa que fiz foi observar se ele estava sozinho ou havia alguém o acompanhando.Júlio estava sozinho. E sequer esperou convite para entra. O fez de forma espontânea.- Isla, precisamos conversar! - Ele disse seriamente.- Precisamos? - Fiquei me perguntando se de alguma forma ele tinha sabido sobre aquela noite, incerta se minha irmã havia guardado segredo.Ri de mim mesma por aquele pensamento. Se Júlio soubesse, não esperaria tanto tempo para me punir ou mesmo reivindicar seus direitos sobre Vanessa.E se ele estivesse ali para me dizer que terminou com Nadine e descobriu que gostava de mim? Por mais que parecesse insano, não era impossível!E o que eu lhe diria?- Irei… Preparar um café!- Não &
Deus, aquilo era absolutamente complicado e impossível de aceitar! Júlio queria tirar o filho de Vanessa, mesmo com Danna não concordando?- Se esta criança foi gerada por um estupro - senti minha pele arrepiar-se ao me dar conta do que tinha acontecido com minha sobrinha e eu sequer fiquei sabendo - Como pode tomar a decisão pela sua filha?- Como eu já disse… É sangue do meu sangue.- Por que não se preocupa em acabar com o estuprador filho da puta em vez de incomodar a minha filha?- Quanto a Lourenço, já estou providenciando o fim dele.Levantei-me e sorri, com escárnio:- Aposto que seu dinheiro resolveu tudo! - abri a porta da casa - Lutarei pela minha filha e meu neto. Sim… Meu neto! - pus a mão no peito, com força - Porque Vanessa e Jorge são legalmente os pais de Gabriel. E sei que ninguém neste mundo tirará
Na recepção, pedi para falar com Júlio. O atendente me disse que ele estava no quarto e iria avisá-lo.- Antes de chamá-lo, poderia por favor me dizer se a esposa... Está com ele?- A senhora Dave saiu há pouco. Quer aguardá-la?- Não... Quero falar com Júlio mesmo. Não precisa avisá-lo... Eu mesma irei até lá. Sei exatamente o caminho, pois já trabalhei aqui, há muitos anos atrás. Embora tenha mudado alguma coisa com a reforma – observei tudo mais moderno – Os quartos seguem nos mesmos lugares de sempre.- Eu não sei se seria prudente a senhora entrar sem ser anunciada. Afinal, é o senhor Júlio Dave. Não queremos que ele tenha qualquer coisa a reclamar do nosso Hotel... Pois isto poderia nos prejudicar para o resto da vida, destruindo nosso negócio.Eu ri:- Não se preoc
Quando chegamos à casa de Vanessa meus olhos já estavam inchados de tanto chorar. Mas eu não tinha muita opção. Ou contava junto ou ele contaria sozinho, o que pioraria as coisas para mim. Eu conhecia bem a minha filha… O suficiente para saber que ela ficaria furiosa quando soubesse que a enganei por anos.- Vamos! - Júlio me pegou pelo braço, sem me dar chance de contestar.Ele mesmo bateu na porta, de forma firme, autoritária, ansiosa. E quando Vanessa abriu, seus olhos foram diretamente para os dedos de Júlio no meu braço.- Podemos entrar? - Ele perguntou para Vanessa.- O que… Está acontecendo? - Ela preocupou-se de imediato.Jorge apareceu com Gabriel no colo e vi os olhos de Júlio lacrimejarem.- Está… Tudo bem? - Jorge ficou confuso.Júlio suspirou e entrou, não aguentando esperar. E finalmente consegui
Minha mãe teve Danna e a entregou ao pai para criá-la e então Celli assumiu a menina e…- Danna não é filha de Isla, Vanessa - Júlio foi direto - Você é a criança que foi gerada naquela noite.Sentei-me novamente, não conseguindo segurar o próprio corpo de tanto que minhas pernas tremiam.- Não… Não pode ser verdade! - tentei me convencer - Eu sou filha… Do meu pai.- Sim, e eu sou seu pai. - Júlio foi ainda mais claro.Agora eu entendia os olhos dela inchados e avermelhados. E também a forma como Júlio a carregava pelo braço.-E você… Também não sabia da verdade… - Olhei-o, certa de que Júlio havia ficado sabendo ainda naquele dia, talvez algumas horas antes.- Assim que eu soube obriguei Isla a vir para cá e contar-lhe a verdade. Fomos enganados, Va
- E eu não aceitei... – A voz dela saiu baixa.- Eu nunca imaginei que você aceitaria, mãe. Não somos o tipo de gente que ele está acostumado a lidar.Ela deu um sorriso triste para mim, certamente imaginando o quanto eu estava destruída. E sim, eu estava. Mas ainda assim precisava dizer umas verdades àquele homem.- Talvez... Você precise de um tempo para digerir toda esta história... Assim como eu. – Júlio foi em direção a porta – Não desistirei de você, Vanessa. Virei todos os dias aqui, até que se canse e resolva me aceitar... E me dar uma chance.- Sabe qual é a única coisa boa nesta história?- Qual? – Ele quis saber.- Danna... – sorri – Ela é a única coisa boa nisto tudo... Porque é a minha irmã. Como não imaginei que a nossa ligaç&atil
POV DANNAComo eu sempre afirmava e ninguém acreditava, a hora de Lourenço chegaria. Mas tive muito empecilhos que me fizeram demorar para chegar naquele momento. Primeiro foi a luta pelo amor por Killian, o qual não desisti, mesmo estando quebrada pelo ocorrido na viatura da polícia naquela tarde. Depois a gravidez, que me pegou de surpresa e por meses tive que conviver com aquela barriga e esperar mais uma vez para derrubar Lourenço. Outrora precisei me encontrar e colocar objetivos na minha vida. Então decidi contar a Killian a verdade. E por fim até meu pai acabou sabendo. Eu tinha certeza que não era um segredo para mais ninguém da minha família. Assim como não me passava pela cabeça que a mãe e a irmã de Lourenço não soubessem o motivo pelo qual todos queriam matá-lo com as próprias mãos e ao agir daquela forma mencionavam meu nome. N&atil
O delegado ficou me encarando, confuso:- São acusações bem graves, senhorita Dave.- Você não precisa fazer nada a não ser a porra do DNA e prendê-lo. Já fiz praticamente tudo sozinha. E o estupro não é tudo que tenho para revelar, delegado. Lourenço Sturman também reúne jovens todas as quintas-feiras na floresta e algumas vezes na cachoeira. Lá ele vende drogas e oferta bebidas alcoólicas inclusive para menores de idade. Ele engravidou uma garota de 16 anos… Obrigando-a a abortar. Eu não sou a primeira, entende? E se o senhor não fizer nada, não serei a última.- As festas nas quintas-feiras à noite… É ele?- Eles sabem da perseguição da polícia, por isto se reúnem em lugares diferentes a fim de despistarem. Sem contar que por ser policial certamente Lourenço tem