POV DANNA DAVE
Vi Vanessa, Gabriel, Jorge, meu pai e Nadine e me dirigi até eles. No caminho fui abordada pelo novo padre da paróquia, Celso Trajano.
- Gostaria de parabenizá-los pelo casamento. – Ele disse.
- Ah, obrigada... Padre.
Analisei o homem que aparentava uns 40 anos, talvez um pouco mais. Era moreno e os cabelos castanho-escuros, cortados de forma tradicional e muito bem penteados para trás. Embora estivesse usando batina, não me parecia acima do peso. Procurei uma barriga saliente e não encontrei. E... Sério que eu estava pensando naquilo?
- Eu soube que está fazendo uma campanha para adoção das crianças do orfanato.
- Sim, estou. – Confirmei.
- É um ato de amor e altruísmo, Danna. Se não se importa, eu gostaria de ajudar de alguma forma, quem sabe usando o espaço da missa e até mesmo outros meio
Senti braços me envolvendo com força pela cintura e não precisei olhar para baixo para saber quem era:- Minha miniatura polvo – brinquei – parece que tem mil braços cada vez que me envolve.- Mamãe, dança comigo? – Ela pediu.- Claro, minha miniatura preferida!Quando fiz menção de largar Gabriel para Vanessa, o silêncio se fez de forma abrupta no lugar. Eu ainda tinha o menino erguido e vi o olhar de desespero de Vanessa com os braços para ele.- Não largue o menino. – Ouvi a voz atrás de mim e senti algo frio nas costas.Agarrei Gabriel com força, protegendo-o junto do meu peito. E com a outra mão apertei Alegra.- Vire-se devagar! – A voz de Nicolle foi fria como gelo.Virei-me e deparei-me com a arma que ela carregava apontada na direção do meu sobrinho.- Encerrada a palha&cce
- Eu... Não acredito que esteja aqui! – meneei a cabeça, incrédula – Isto é só um pesadelo e vai passar! – Disse para mim mesma, fechando os olhos com força.Mas quando os abri Lourenço ainda estava lá, com aquele sorriso que eu odiava, sempre cínico e carregado de ironia.- Oi! – ele acenou – lamento informar que se é um pesadelo, o estamos tendo juntos. Mas... – suspirou – Para mim, estar com você e nosso filho é um sonho.Luane acertou uma cotovelada nele, que gemeu de dor e logo em seguida empurrou-a com força, fazendo com que ela caísse nas pedras cheias de limo cobertas pela água que ia em direção à cachoeira.Puxei Alegra com agilidade, trazendo-a para junto de mim, fazendo com que Nicolle não a tivesse mais a sua frente, como escudo. Eu não queria que a menina visse aqu
Nicolle golpeou-me com a ponta do revólver, fazendo com que eu sentisse uma dor horrível. Toquei a testa e quando olhei para meus dedos percebi o sangue.- Acha que estou blefando, sua idiota? – Ela me empurrou com força, fazendo com que eu me desequilibrasse e caísse.O vestido de noiva molhou por inteiro e tive dificuldade para levantar-me por conta do tecido que ficou pesado. Fiquei atordoada e fiz menção de tocar o ventre, preocupada, mas não o fiz, a fim de não alertá-la para a minha gravidez. Assim que fiquei de pé, rasguei a cauda, que me daria mais mobilidade.Vi Killian e Lourenço ainda sobre as rochas, agarrados um ao outro aos socos e tentei acreditar que meu marido venceria aquela briga, já que num passado não tão distante quase matou Lourenço com seus golpes certeiros e fortes.- Pagará pelo que fez, Danna – disse Nicoll
Fiquei em transe enquanto via Luane ser algemada e levada pela polícia. Mas me sentia protegida e então me flagrei que Killian estava me abraçando com força, e era aquilo que me fazia ficar de pé naquele momento.Retribui o abraço, deixando Gabriel entre nós, parecendo a única garantia de que ele poderia estar protegido. Tinha a impressão de havia sido um sonho e em seguida eu acordaria e nada teria acontecido de fato.Killian limpou minhas lágrimas e enfim tive coragem para fitá-lo, com os olhos também marejados:- Está tudo bem, meu amor! – ele garantiu – Ninguém lhe fará mal novamente... Nunca mais. Eu prometo!Ainda havia barulho à nossa volta e me admirei da quantidade de policias nas redondezas e imaginei que fosse por conta de meu pai, que certamente havia movido o mundo para manter a mim e seus netos vivos.Gabriel estava com a respiração um pouco acelerada e os olhinhos parecendo pesados. O deitei em meus braços e falei, quase sem voz:- Descanse, meu amor! Agora tudo ficará
Ele pôs o braço sobre meu ombro, olhando para o movimento da água que descia em direção à cachoeira:- Seria muito egoísmo da minha parte agradecer a Deus por ter me deixado desposá-la antes? – A voz dele saiu baixa.- Eu... Não tenho certeza. – Fui sincera.- Se Lourenço não tivesse se jogado na frente, eu teria feito.- Não tenho dúvidas. Você esteve aqui o tempo todo, ao meu lado.- Passou pela sua cabeça que a lua de mel seria assim? – ele riu, em meio ao caos recente que havíamos passado.- Não consigo imaginar nada mais aventureiro e divertido! – Ri, com ironia.- Se eu contasse que vi pessoas que não eram de verdade em meio a isto tudo, pensaria que estou ficando louco? – Ele não me olhou.- Vultos?- Não eram vultos... Pareciam reais, de carne e osso. Mas... Não tinha como serem... Por conta...- De suas roupas. Não eram do nosso tempo. – Completei, sentindo um frio percorrer minha espinha.- Talvez os Kasenkinos e o povo de Machia... Os “espíritos antigos”, como o povo da flo
Abaixei a cabeça, entristecido. Por mais que eu tentasse me convencer de que não havia sido somente minha culpa, ainda assim aquele assunto me doía. Principalmente quando eu via Juliana naquela cadeira de rodas. Certamente quem não a conheceu antes, tão cheia de vida, não entendia o motivo de eu ter me tornado padre por conta do acontecido. E atualmente eu já tinha dúvida se foi por amor a ela que fiz aquela promessa ou por saber o quanto destruí sua juventude, beleza e vontade de viver.Me aproximei dela mais do que deveria e agachei-me, olhando em seus olhos. Lembrei das tantas vezes em que me perdi neles, fosse por carinho ou desejo. Ainda teria um pedacinho da Juli ali dentro? E se existisse, seria possível resgatar algum dia?Juliana alisou meus cabelos e sorriu de forma sincera e gentil.- Me perdoe! – Falei num sussurro, deixando que as lágrimas descessem pelas minhas bochechas – Por favor, me perdoe por aquela noite.Dizendo aquilo a abracei, deitando minha cabeça nas suas per
- Crianças são anjos sem asas. E sim, são capazes de tirar toda sua dor e tristeza se forem regadas com amor, carinho e atenção. Sugiro que comece as visitas semanais. Depois pode levá-la para conhecer a sua casa. É melhor ir aos poucos, para que possa conhecer melhor Deise. Mas já antecipo que ela é uma menina incrível.- Eu sei... Tive o prazer de conhecê-la, mesmo que brevemente. E... Depois daquele dia me flagrei pensando nela várias vezes. Confesso que não sei se estou preparada para ser mãe... Mas se não tentar, não saberei, não é mesmo?- Danna também achou que não sabia... E tem se saído uma excelente mãe.- Dizem na cidade... Que ela está grávida. – Sua voz saiu carregada de sentimentos contidos.- Ela está – tentei não a magoar com a confirmação – Mas eu estava me referindo à Alegra sobre ela estar sendo uma boa mãe.- Ela certamente também será uma boa mãe para o filho de vocês. – Juliana sorriu. Antes que eu pudesse dissertar, ouvimos uma batida leve na porta e Vanessa en
- Eu... Acho que sim. – Mencionei, confuso de ter que dar aquele veredito, mas achando que era necessário que ela escutasse aquilo.- Meu irmão sempre amou crianças – ela sorriu e olhou para o menino – Era um sujeito metido, machista, cheio de vícios – engoliu em seco – Mas quando não estava sob efeito disto... Era um bom sujeito. Lamento por Danna... E... Por tudo mais que ele fez. Mas Lourenço pagou por seus atos, da pior forma possível. E no fim... Demonstrou que realmente havia se arrependido, dando sua própria vida pelo... – ela pareceu pensar antes de dizer – Seu filho, Vanessa.O silêncio se fez presente, carregado de dúvida e rancor. - Eu... Volto outro dia, Killian – ela girou a cadeira em direção a porta – Foi bom ter falado com você. Confesso que, apesar da dor, aceito minha condição de ser somente... A senhorita Sturman para você. Vanessa... – olhou para Gabriel, com um brilho nos olhos – Seu filho é... Lindo! E... Não me deixou concluir, mas eu diria que ele é muito pare