- Eu... Não compactuei com o que Lourenço fez. E sequer... O visitei na cadeia. Ele teve um advogado público... Porque não paguei um advogado para defendê-lo. – Aquela foi a forma de Nicolle de se defender.
- Se não compactuou... Por que me culpa pelo que o seu filho fez? – Perguntei, de forma sincera.
- Inclusive tenho provas – ela pegou mais alguns papéis e levantou-os, de forma vitoriosa – A prova de que nunca visitei meu próprio filho na cadeia.
Suspirei e balancei a cabeça, incrédula:
- Isto só prova que você é uma péssima mãe. E tudo com que se importa é a porra do seu cargo. Só se preocupou em mostrar que não visitou seu filho. Ou seja, não ficou do lado dele... Nem do meu. Quer se esquivar, não tomar posicionamento com relação a nada... Porque tudo com que se preocupa &eacut
- Já tenho dúvidas de quem realmente quebrou toda a sala da prefeitura... – Marialva balançou a cabeça, confusa – Afinal, é palavra contra palavra... O que não podemos levar em conta. Eu só gostaria de dizer que quanto às crianças do orfanato, Danna tem razão. Se cada um de nós fizer a nossa parte, realmente não precisamos de um orfanato em Machia. Tantos de vocês tiveram os filhos crescidos que partiram. Ou infelizmente os que partiram para o céu... Anjos que Deus não quis que ficassem por aqui. Eu estive no orfanato... São crianças maravilhosas. Sem contar que se precisarmos de ajuda para qualquer coisa... Sempre teremos Killian... Ou mesmo Danna para nos instruírem de como agirmos para que estes pequenos sejam acolhidos e felizes. Eu... Penso em adotar Ananda. Sou uma pessoa solitária... E sinceramente nunca pensei que uma criança
Eu não devia… Nem imaginava que algum dia poderia reagir daquela forma. Mas senti pena de Juliana Sturman. Por algum motivo me vi nela… Amargurada, vingativa, querendo que o mundo se curvasse aos meus pé. Era exatamente eu há algum tempo atrás, antes de chegar em Machia. Talvez Killian tivesse um pouco de razão quando dizia que o seu Deus tratava de punir os pecadores sem que precisássemos intervir muito.- Não pensa em esquecer o seu passado traumático e seguir em frente? - Perguntei.Juliana riu de forma irônica:- Isto tudo é o medo?- Não… É pena! - Confessei, incerta se era realmente para magoá-la que proferi aquelas palavras sinceras.- Poupe-me de suas palavras venenosas, Danna Dave. Elas não me atingem.- Já vivi de passado e fui exatamente como você. E me dei em conta do tanto de tempo que perdi com isto
- Claro que não, Deise – respondeu Alegra, que tinha sorvete até no nariz – Ela é filha da prefeita e prefeitas não abandonam filhos.Juliana abaixou o olhar, parecendo ficar com o pensamento longe. A conversa com Deise certamente a fez refletir sobre algo que a deixou visivelmente entristecida.- Bem... Acho que está na hora de irmos, meninas. – Observei – Se quiser ir ao casamento, será bem-vinda, Juliana. Não sei se você tem maturidade para isto... Tampouco serei cínica a ponto de lhe oferecer um lugar na primeira fila. Confesso que quando decidi convidar você e sua mãe, contra vontade de Killian, inicialmente foi para que me invejasse. Mas... Isto mudou quando percebi que não preciso provar para ninguém, especialmente a você, que venci. Eu sou feliz e amada e sei disto. E basta.Virei as costas e saí, mas consegui ouvir Deise se despe
- E qual foi? Danna ganhou, não é mesmo? – Meu pai perguntou nervoso.Killian iluminou o rosto com um belo sorriso e eu não tive dúvidas do resultado.- Dentro de um mês Danna Dave assumirá a prefeitura de Machia. – A voz dele era carregada de emoção.- Eu sabia! – Meu pai gritou, eufórico, retirando-me do chão e girando meu corpo no ar.Abri meus braços, feliz e satisfeita. Não havia sido em vão todo meu esforço. E também o quanto de desaforo e humilhação que passei para obter aquele resultado.Quando meu pai me soltou, corri até Killian, pulando em seu colo. Eis algo que ainda não tínhamos feito: mostrar a todos o quanto nos amávamos, se é que alguém naquela cidade ainda não sabia. Porém demonstrações públicas de afeto não era alg
POV KILLIAN DE ALCÂNTARAEu já estava vestido para o casamento. Me olhei no espelho e arrumei a gravata azul marinho com listras bordôs e brancas, que segundo Danna combinava com o terno cinza escuro. Me passou pela cabeça se eu não era pouco para ela. E se merecia tê-la, depois de tudo que a fiz sofrer por minha causa.Suspirei, tentando não voltar a sentir culpa, sabendo o quanto aquilo me deixava pesaroso. Era um dia feliz... O nosso casamento.Assim que saí pela porta do orfanato e vi o cenário arrumado, fiquei imaginando como tudo ficou tão perfeito em tão pouco tempo que tivemos para organizar. E então me dei em conta que Nadine, Vanessa e Isla juntas conseguiram fazer o maior evento de Machia em menos de 30 dias. Com uma boa quantia em dinheiro, óbvio, que os Dave tinham para dar em vender.Tudo foi feito no gramado verdejante e bem cuidado do orfanato, que era
POV ISLAVer minha sobrinha desfilando por aquele corredor na direção do padre Killian era simplesmente emocionante. E não consegui conter minhas lágrimas ao pensar no quanto Celli ficaria orgulhosa da filha. Danna estava linda com aquele vestido curto e ao mesmo tempo comprido, algo que certamente mandou um estilista famoso criar especialmente para ela, conforme sua personalidade: ousada e ao mesmo tempo ingênua. Jamais imaginei um vestido que trouxesse os dois elementos em um: tradicional e ao mesmo tempo ultra moderno.Mas era Danna Dave... A mulher que se casaria com o padre de Machia. Então acho que ninguém esperava menos dela.Limpei as lágrimas, mas ao ver o padre Killian chorando as derramei novamente. Eu não sei o motivo do choro dos outros, mas cheguei a imaginar que os mais velhos choravam porque o padre realmente não voltaria para a igreja. As garotas certamente debulhavam-se em l&a
Senti o sangue subir às minhas bochechas e enquanto pensava em como me defender daquele ultraje ele puxou-me para si, encarando-me:- Eu já disse o quanto gosto da sua bunda?Olhei para os lados, preocupada:- Calum, tem pessoas próximas!- Eu não me importo que saibam que gosto da sua bunda – ele riu divertidamente – Aliás, não só da bunda... Gosto do corpo inteiro. – fez questão de falar para o casal Ford, que estava próximo a nós, que não entendeu nada, mas arregalaram os olhos apavorados ao ouvirem a palavra “bunda”.- Assim você me deixa envergonhada! – Confessei.Calum beijou minhas bochechas, uma de cada vez, e sussurrou no meu ouvido:- Você não fica envergonhada quando meu pau está na sua bunda... Vertendo desejo.- Entre quatro paredes, seu safado! – Mordi o lóbulo da
- Estou brincando, mãe. Tudo que quero é que se entregue a este amor. E seja a pessoa mais feliz do mundo.Senti um braço sobre meu ombro e a voz rouca dele, olhando para a pista:- Pelo visto alguém resolveu perdoar. – Mencionou em tom irônico.- Meu perdão significa 30% da minha mãe para você. Porque os outros 70% são para mim e Gabriel. – Vanessa deixou claro, de forma autoritária.- Desde que as noites sejam minhas! – Ele deu de ombros, com aquele sorriso safado.- Você não era assim, Calum! – Vanessa riu, fingindo espanto.- Não podia confessar para você que estava de olho na sua mãe gostosa.- Eu não sabia do seu lado sem-vergonha e atrevido.- Se ela tivesse me dado uma chance antes, teríamos passado Killian e Danna para trás no casamento.- Uau! – Vanessa riu &nda