Capítulo 71

CLARA

Os dias que se seguiram ao confronto foram um turbilhão de emoções. Mesmo com o líder do grupo preso e a polícia garantindo que estávamos fora de perigo, era difícil desligar a sensação de alerta constante que eu carregava. A casa estava mais quieta agora, e, em muitos momentos, o silêncio parecia ensurdecedor.

Henrique e eu estávamos vivendo em um misto de alívio e incerteza. Por mais que tentássemos voltar à rotina, as cicatrizes daquilo que passamos ainda estavam presentes, mesmo que não falássemos abertamente sobre elas. Henrique estava mais reservado do que o normal, suas noites de sono interrompidas por pesadelos que ele nunca comentava, mas que eu percebia.

Eu também não conseguia relaxar completamente. Acordava várias vezes durante a noite, com a sensação de que ainda estava sendo observada. Meus olhos percorriam o quarto no escuro, procurando sombras onde não havia, e meu coração disparava à menor sugestão de perigo.

Naquela manhã, o sol entrou pela janela suavemente, i
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