Khalil ficou com ela por mais um tempo, sabendo que Aisha já estava dormindo naquele momento. Ele estava cômodo agora, ela aceitou muito bem. Não era de se estranhar que ela dissesse coisas do tipo sentimental, eles quase não falavam de Hassan, não em momentos normais. Aquele não era um momento normal, mas também não era nada triste, como as muitas datas que seguiam depois de sua perda.Na manhã seguinte, Aisha se aproximou dele. — Agora vai permitir que ele venha conhecer a todos? — ouviu sua mulher perguntar enquanto ele se arrumava. — Sim. Ele tem esse direito. — disse concentrado no que fazia. — Concordo. — diz Aisha. Fingindo que iria o ajudar com a camisa, quando Khalil deixou, ela abriu sua roupa, o fazendo estranhar sua ação. — Não está bom. Vou resolver! — ele concordou, acreditou que era a melhor opção.Aisha sorrir, tira sua camisa e passa para suas calças. — Agora entendi. — um sorriso malicioso beira os lábios dele.Aisha o puxa pelo cós de sua calça, o sheik a acom
A garota dos olhos bonitos e cabelos pretos seria mais tarde alguém na vida do filho, mas Aisha não tinha como saber no momento. Assim que o dia encerrou, o telefone de Khalil tocou. Olhando na tela, ele constatou que não era ninguém de sua agenda, mas poderia imaginar quem era, já que esta pessoa disse ter seus meios. — Emir Khalil. — falou a outra pessoa.Khalil poderia ter falado com ele pouquíssimas vezes, mas aqueles momentos foram importantes em sua vida, então ele reconheceu a voz. — Naim. Como vai? — Khalil estava calmo — Muito bem! Obrigado por perguntar. — usou um tom de brincadeira. — Devo perguntar como conseguiu o número? — Khalil foi direto. — Isso faz muito tempo, acredito que não. Como está passando? — mudou de assunto. Aquilo era o de menos, pois o sheik tinha em mente que Naim já sabia deles há muito tempo, então havia conseguido tudo que precisasse com calma.Khalil respondeu enquanto olhava para seu escritório. — Perfeitamente aceitável. — também estava lhe
Samia se aproximou de Aisha, ela estava muito feliz, fazendo a amiga notar rapidamente. — Posso saber o que aconteceu? — Aisha perguntou curiosa.Samia sorrir maior ainda. — Claro! — ela tira algo da bolsa, mostrando a Aisha.Feliz com o que estava vendo, Aisha a abraça forte, desejando muitas bençãos para Samia. — Por Alá, que benção! — diz a outra emocionada, sendo quase apertada pela sheika. — Calma, eu preciso respirar ainda. — brinca, conseguindo que Aisha a soltasse se desculpando. — Me empolguei. Por Alá! Agora você vai saber como é maravilhoso, cada sensação. — Aisha compartilhava de sua alegria. — Samuel já sabe? — perguntou curiosa, já que Khalil não dissera nada. — Não. Acabei de descobrir. — revelou Samia, em seu rosto demostrava ansiedade. — Calma, não se preocupe, ele vai amar a notícia. — passou uma das mãos pelas costas de Samia, franzindo de leve e alisando sua roupa. — Então façamos o seguinte? — Aisha teve sua atenção.A loja estava cheia, então ela a puxou
Algo branco e brilhante no bolso de sua farda chamou sua atenção. A antiga funcionária havia deixado na roupa que usava. Curiosa, ela abriu o convite, notando ser o mesmo que havia visto na lixeira outro dia, perto do caixa de atendimento. Parou de caminhar por alguns segundos para ler o conteúdo: Você está convidada para a festa de aniversário do príncipe Khalil. Ele pediu que compareça às oito horas. A festa terá início às sete. Sinta-se bem-vinda para fazer companhia ao sheik. Iremos lhe fazer uma visita antes do prazo. Aisha sorri com o conteúdo, mesmo parecendo sério. Ela sorriu por ser o segundo convite para uma mulher que se demitiu assim que recebeu o primeiro, ou seja, as chances de encontrá-la eram mínimas, ainda mais se ela tivesse saído do país. O conteúdo esclareceu que o tal sheik não pedia o seu comparecimento e sim, exigia, diferente do que estava escrito. De volta ao caixa, ela saúda sua colega ao lado. Põe o convite em cima da bancada e pergunta: — Quantas
— Masa'u Al-Khair! (Boa tarde para você também). O que deseja? — Ele perguntou educadamente, tentando dar o máximo de atenção para ela, mesmo estando apressado para procurar alguém no que parecia ser um relatório em cima do balcão. — Poderia me informar se tem um quarto disponível? — Aisha perguntou com um sorriso gentil nos lábios, mesmo que ele não pudesse ver no momento devido ao niqab vinho que só lhe permitia ver seus olhos verdes. Ele, por outro lado, usava apenas o conjunto de roupas longas, que se assemelhava a um vestido masculino, fechando até abaixo do pescoço, com um turbante, um pano enrolado na cabeça, que deixava visível a cor dos cabelos apenas pela pequena parte que sobrava perto das orelhas. O rosto podia ficar visível, diferente dos costumes antigos em que somente os homens poderiam mostrá-lo. Hoje em dia, as mulheres podiam mostrar até os cabelos, no entanto, as roupas longas como os vestidos ainda eram essenciais. — Sim, claro! Um momento! — ele respondeu, olh
Mascarando um bom humor inexistente, Aisha atendeu os novos clientes com eficiência. Não precisava sorrir; sentia que não conseguiria fazê-lo, mesmo se fosse necessário. Levar seu trabalho a sério era o correto. — Quer companhia? — Samia perguntou quando juntas deixavam o banco. — Até a minha casa? — Aisha perguntou confusa. — Sim. Até a sua casa. — Samia não queria tocar no assunto, sabia, porém, que uma hora ou outra ela lembraria. — Ah! Não. Tudo bem! — sorriu para a colega enquanto desciam as escadas. — Certo. — Samia respondeu curto. Aisha estava tão confusa que não conseguiu ver a decepção estampada no rosto da amiga. — As-salam alaykom! — Aisha baixou a cabeça falando baixinho (Que a paz esteja com você). — Wa Alykom As-salam! — Samia refez a mesma ação (Que a paz esteja com você, também). Tomando caminhos diferentes, elas se afastaram. (...) Assim que Aisha colocou os pés no apartamento, o atendente levantou-se de sua cadeira atrás do balcão de atendimento
Aisha fingiu não se importar em tocar no assunto, colocou a burca no banco no fundo do espaço pequeno e abriu a bolsa enquanto falava com Samia. — É o pior vestido que uma mulher decente pode usar, haverão olhares tortos para mim. — respondeu, tirando o celular da bolsa. — Ele mandou algo assim? — Samia perguntou horrorizada. — Não posso vestir aquilo, iria parecer uma mulher sem escrúpulos. — respondeu calma. Ambas caminharam para fora do espaço, indo em direção ao caixa de atendimento. No caminho, cumprimentaram os outros colegas que trabalhavam com o dinheiro na parte mais afastada da entrada. — Como irá fazer? Não pode faltar, seria uma afronta. — se preocupou Samia. — Comprarei outro. Terei de gastar minhas economias, mas irá valer a pena. — respondeu Aisha. — O que pensa em fazer? — perguntou, muito curiosa, sua amiga. — Devolverei seu presente como se fosse meu! — foi firme. — Não pode fazer isso, será uma afronta da mesma forma, talvez uma das piores para alguém como e
A atendente de antes sorriu, muito feliz com a compra de Aisha, e devolveu os vestidos aos seus lugares antes de levá-la ao caixa. — Vejo que lhe agradaram — comentou a atendente, contente. — Não consegui deixá-los — respondeu Aisha, um pouco mais leve. — Eles encantam mesmo — continuou a atendente, passando o cartão da cliente. Após a aprovação, ela colocou os vestidos com todo cuidado dentro de uma caixa para embrulho. — Assim, eles não irão amassar — explicou a jovem. Aisha deu um pequeno sorriso. O cuidado não era exatamente pelas peças sensíveis, mas pelo fato de que um deles estaria em seu corpo naquela noite, apresentado ao sheik Khalil. — Obrigada! As-salam alaykom! — disse a atendente, entregando a caixa. — Wa Alykom As-salam! — respondeu Aisha, antes de se virar e ir embora. No caminho, ela contava os passos. Gostava de caminhar, mas aquele não era o motivo. Tinha medo de chegar cedo demais em casa, como se alguém a estivesse esperando. Nem todo lugar é pacífico. Os