VALERIA— ¡Elena, fique quieta e acompanhe o criado que levará Edward para descansar! Michael, vá buscar o médico agora mesmo, conversaremos depois você e eu! – o Alfa começou a distribuir ordens.Eu permaneci em silêncio atrás de Aldric, com a testa franzida, sem nada mais a fazer.Observei enquanto levavam o filhote, agora com um pouco mais de cor nas bochechas e sem sangrar, o que trouxe alívio ao meu coração.Aparentemente, fui a única a testemunhar a maldade daquele homem contra seu irmão, e não sou ninguém para me envolver em assuntos familiares.Só espero ter interpretado mal.— Majestade, que vergonha esta recepção. Peço desculpas a você e à sua criada. Meu filho mais novo nasceu com uma deficiência rara nas pernas para nossa espécie e não consegue andar direito.— Ainda assim, é muito travesso e sempre nos coloca em situações complicadas. Ele vai se recuperar, não se preocupe, senhorita — o Alfa continuava se desculpando e se inclinando perante o Rei.Graças à sua alteza, ain
VALERIAO quarto era realmente bonito, com uma cama, um armário, uma pequena penteadeira e uma ampla janela com vista para um belo lago.— Este é o seu quarto, e ali está o banheiro compartilhado, com a banheira que prometi — explicou, apontando para uma portinha no fundo.— Espere um momento, mas para sair daqui eu preciso passar pelo quarto de sua majestade? Este quarto não tem saída para o corredor! E banheiro compartilhado? O Rei não tem um banheiro privado? Ele vai ter que atravessar todo o meu quarto para usar o banheiro? — apontei o óbvio.Quem projetou esses aposentos tão inconvenientes?— Lamento, mas não temos mais quartos disponíveis — respondeu com uma cara mais dura que o chão de pedra.— Majestade! — me virei indignada para Aldric, que me observava feliz da vida na porta entre os quartos.— Você preferiu ficar aqui, Valeria, então agora não podemos desrespeitar o Alfa Garret. Este é o quarto disponível, pare de fazer birra — respondeu, com um olhar mais satisfeito do que
VALERIAO altar era lindo, isso era evidente. Quem o criou dedicou muito esforço, mas não possuía aquela vibração intensa e sombria que senti no outro.Aos pés de várias montanhas cobertas de neve, com enormes cascatas ao longe, em uma clareira cercada por pinheiros, erguia-se um altar com uma base redonda adornada por arabescos que, na realidade, não diziam absolutamente nada.No topo, uma escultura em forma humana de uma bela mulher com um véu e uma túnica delicada e sensual, representando a Deusa. Suas mãos estavam abertas e a cabeça erguida em direção ao céu. Atrás dela, asas saíam de suas costas, como se estivesse prestes a alçar voo rumo às estrelas, e um grande disco redondo repleto de detalhes esculpidos complementava a obra.Por um momento, todos ficaram impressionados. Até mesmo Aldric, e o Alfa sorria satisfeito com o altar lunar de sua matilha.Me perguntei se ele sabia que aquilo era falso, como muitas outras coisas estranhas nesta matilha.Quem parecia alheio a tudo era
VALERIACaminhei rapidamente em direção à cama, com o coração apertado no peito, mas suspirei aliviada quando vi seus olhinhos azuis se abrirem, vivo e bem.— Muito obrigado, senhorita Valeria, por me ajudar no parque — disse com uma voz infantil educada que derreteu meu coração.O mais triste, dada a minha possível infertilidade, é que sempre amei crianças.— Não foi nada, pequeno Edward. Só fiz o que qualquer pessoa faria — respondi, sentando-me à beira da cama.Ele sorriu docemente, e sua mãozinha macia saiu para agarrar a minha, que descansava sobre o edredom.Ele parecia tão solitário naquele quarto escuro e sombrio. Não precisava passar muito tempo ali para perceber que o filho "defeituoso" não era o favorito.— Pode abrir as cortinas, por favor? Está muito escuro aqui — pedi à criada, e por um segundo senti Edward apertar minha mão. Mas, ao olhar para ele, parecia tranquilo e logo relaxou.As pesadas cortinas se abriram, e a luz do sol inundou o amplo quarto.De repente, lembre
VALERIANão sei qual é o mistério que o Rei está tramando agora, mas espero que não seja outra das suas armadilhas de conquistador.— Srta. Valeria, preciso fazer xixi — me diz de repente a tímida voz de Edward, puxando a manga do meu vestido.— Agora? Consegue segurar um pouquinho até seu pai voltar? — pergunto, mas ele diz que não, balançando-se inquieto na cadeira de rodas."Ah, Deusa, e agora? Como resolvo isso?"Pensei em levá-lo até os arbustos no bosque, mas perguntei a uma senhora sentada ao meu lado, e ela me disse que havia banheiros públicos ali perto.Peguei a cadeira de Edward e começamos a caminhar na direção indicada.Os banheiros ficavam em uma das ruas próximas à praça, no final de um beco estreito. Mas, ao chegar, vi homens entrando e saindo por uma velha porta de madeira que dizia "Banheiro Comunitário", e me deparei com outro problema.Como eu iria entrar em um banheiro cheio de homens?Isso era impossível, então considerei levá-lo ao banheiro feminino ao lado.— E
VALERIAEmpurrei a porta de madeira quase caída das dobradiças, que rangeu com um som agudo e assustador.Lá dentro, o cheiro de mofo, madeira podre e decomposição atingiu meu nariz como um tapa, enquanto meus olhos tentavam se ajustar à escuridão.Olhei ao redor e vi alguns pedaços de madeira de uma antiga moldura de porta. Peguei um deles com minhas mãos trêmulas, me preparando para brincar de heroína mais uma vez.Sabia que isso era extremamente perigoso e nada inteligente, mas não podia deixar que levassem Edward bem diante dos meus olhos. Não podia perder outro filhote, não poderia me perdoar.Avancei, passo a passo, por um cômodo que parecia ser o hall de entrada e depois uma sala. Eu mantinha os olhos no chão, onde algumas tábuas estavam levantadas, formando buracos profundos e sombrios, sem fim aparente.— Srta. Valeria! — A voz chorosa de Edward chamou por mim, vinda de cima. Levantei a cabeça rapidamente e o vi no alto da escada, entre sombras e alguns raios de luar que pass
ALDRICQuando cheguei àquela praça e não vi Valeria, senti meu sangue congelar.Tentei chamá-la pelo vínculo, mas parecia estar muito longe.Segui seu cheiro como um louco, até encontrar a cadeira de rodas do filho do Alfa abandonada em um pátio interno. Algumas pessoas me contaram o que tinham visto ou ouvido.Ela estava, mais uma vez, em perigo, imprudentemente perseguindo um desconhecido.Eu sabia que fazia isso pelo filhote, mas arriscar sua vida dessa forma, se expondo ao perigo, fazia meu sangue ferver de raiva e me dava vontade de puni-la com umas boas palmadas.“Valeria, eu prometo que não vou castigá-la se estiver a salvo. Nem vou repreendê-la. Só, por favor, fique viva.”Suplicava em minha mente, correndo na minha velocidade máxima pela alcateia, quase me transformando em minha besta, deixando o Alfa para trás enquanto me seguia.Quando cheguei àquela casa velha, senti os ratos escapando pela parte de trás. Mas não tinha tempo para persegui-los agora; depois eu os caçaria.N
ALDRICAgora que ela estava se alimentando do meu poderoso sangue de lycan, tóxico e venenoso para qualquer outra fêmea, qualquer dúvida que eu pudesse ter desapareceu completamente.— Calma, pequena, não se apresse, Val... Eu não vou a lugar nenhum. É sua, toda a minha vida é sua — sussurrei, beijando sua testa suada enquanto sentia como ela enlouquecia, sugando meu pescoço e me mordendo profundamente com presas afiadas.O puxão de sua boca em minha veia provocava arrepios de prazer que desciam direto para meu membro, fazendo-me soltar um leve rosnado.Meu corpo reagia, mesmo contra a minha vontade. Dar vida e força à sua companheira era o maior prazer de qualquer lobo, e eu não era uma exceção.Agora que estava certo de que poderia salvá-la, arrisquei tirar aquele ferro afiado do peito dela.— Resista um pouco, pequena. Vai doer por um instante — avisei, querendo poupá-la dessa agonia, embora soubesse que era impossível.Dobre o tubo com minha mão até ouvir o “crack” da fratura, qua