VALERIACaminhei rapidamente em direção à cama, com o coração apertado no peito, mas suspirei aliviada quando vi seus olhinhos azuis se abrirem, vivo e bem.— Muito obrigado, senhorita Valeria, por me ajudar no parque — disse com uma voz infantil educada que derreteu meu coração.O mais triste, dada a minha possível infertilidade, é que sempre amei crianças.— Não foi nada, pequeno Edward. Só fiz o que qualquer pessoa faria — respondi, sentando-me à beira da cama.Ele sorriu docemente, e sua mãozinha macia saiu para agarrar a minha, que descansava sobre o edredom.Ele parecia tão solitário naquele quarto escuro e sombrio. Não precisava passar muito tempo ali para perceber que o filho "defeituoso" não era o favorito.— Pode abrir as cortinas, por favor? Está muito escuro aqui — pedi à criada, e por um segundo senti Edward apertar minha mão. Mas, ao olhar para ele, parecia tranquilo e logo relaxou.As pesadas cortinas se abriram, e a luz do sol inundou o amplo quarto.De repente, lembre
VALERIANão sei qual é o mistério que o Rei está tramando agora, mas espero que não seja outra das suas armadilhas de conquistador.— Srta. Valeria, preciso fazer xixi — me diz de repente a tímida voz de Edward, puxando a manga do meu vestido.— Agora? Consegue segurar um pouquinho até seu pai voltar? — pergunto, mas ele diz que não, balançando-se inquieto na cadeira de rodas."Ah, Deusa, e agora? Como resolvo isso?"Pensei em levá-lo até os arbustos no bosque, mas perguntei a uma senhora sentada ao meu lado, e ela me disse que havia banheiros públicos ali perto.Peguei a cadeira de Edward e começamos a caminhar na direção indicada.Os banheiros ficavam em uma das ruas próximas à praça, no final de um beco estreito. Mas, ao chegar, vi homens entrando e saindo por uma velha porta de madeira que dizia "Banheiro Comunitário", e me deparei com outro problema.Como eu iria entrar em um banheiro cheio de homens?Isso era impossível, então considerei levá-lo ao banheiro feminino ao lado.— E
VALERIAEmpurrei a porta de madeira quase caída das dobradiças, que rangeu com um som agudo e assustador.Lá dentro, o cheiro de mofo, madeira podre e decomposição atingiu meu nariz como um tapa, enquanto meus olhos tentavam se ajustar à escuridão.Olhei ao redor e vi alguns pedaços de madeira de uma antiga moldura de porta. Peguei um deles com minhas mãos trêmulas, me preparando para brincar de heroína mais uma vez.Sabia que isso era extremamente perigoso e nada inteligente, mas não podia deixar que levassem Edward bem diante dos meus olhos. Não podia perder outro filhote, não poderia me perdoar.Avancei, passo a passo, por um cômodo que parecia ser o hall de entrada e depois uma sala. Eu mantinha os olhos no chão, onde algumas tábuas estavam levantadas, formando buracos profundos e sombrios, sem fim aparente.— Srta. Valeria! — A voz chorosa de Edward chamou por mim, vinda de cima. Levantei a cabeça rapidamente e o vi no alto da escada, entre sombras e alguns raios de luar que pass
ALDRICQuando cheguei àquela praça e não vi Valeria, senti meu sangue congelar.Tentei chamá-la pelo vínculo, mas parecia estar muito longe.Segui seu cheiro como um louco, até encontrar a cadeira de rodas do filho do Alfa abandonada em um pátio interno. Algumas pessoas me contaram o que tinham visto ou ouvido.Ela estava, mais uma vez, em perigo, imprudentemente perseguindo um desconhecido.Eu sabia que fazia isso pelo filhote, mas arriscar sua vida dessa forma, se expondo ao perigo, fazia meu sangue ferver de raiva e me dava vontade de puni-la com umas boas palmadas.“Valeria, eu prometo que não vou castigá-la se estiver a salvo. Nem vou repreendê-la. Só, por favor, fique viva.”Suplicava em minha mente, correndo na minha velocidade máxima pela alcateia, quase me transformando em minha besta, deixando o Alfa para trás enquanto me seguia.Quando cheguei àquela casa velha, senti os ratos escapando pela parte de trás. Mas não tinha tempo para persegui-los agora; depois eu os caçaria.N
ALDRICAgora que ela estava se alimentando do meu poderoso sangue de lycan, tóxico e venenoso para qualquer outra fêmea, qualquer dúvida que eu pudesse ter desapareceu completamente.— Calma, pequena, não se apresse, Val... Eu não vou a lugar nenhum. É sua, toda a minha vida é sua — sussurrei, beijando sua testa suada enquanto sentia como ela enlouquecia, sugando meu pescoço e me mordendo profundamente com presas afiadas.O puxão de sua boca em minha veia provocava arrepios de prazer que desciam direto para meu membro, fazendo-me soltar um leve rosnado.Meu corpo reagia, mesmo contra a minha vontade. Dar vida e força à sua companheira era o maior prazer de qualquer lobo, e eu não era uma exceção.Agora que estava certo de que poderia salvá-la, arrisquei tirar aquele ferro afiado do peito dela.— Resista um pouco, pequena. Vai doer por um instante — avisei, querendo poupá-la dessa agonia, embora soubesse que era impossível.Dobre o tubo com minha mão até ouvir o “crack” da fratura, qua
VALERIAMe ameaçou, e logo em seguida inclinou-se sobre o criado-mudo, remexendo algo na gaveta.Não consegui ver direito, mas percebi que colocou algo na boca e, antes que pudesse questionar, já estava sobre meu corpo, me prendendo na cama e devorando meus lábios.Segurou meu cabelo em um punho, enquanto sua outra mão apertava meu pescoço, impedindo qualquer fuga da sua deliciosa invasão. Sua língua se enroscava na minha, dominando cada espaço.De repente, senti algo deslizar pela minha garganta, e entrei em pânico. O que ele me deu para engolir?Seus dedos pressionaram minhas bochechas, forçando-me a manter a boca aberta."Não lute, Valeria, confie em mim. É um remédio para que não fique cicatriz."Parei de resistir, submetida à sua dominação. Confiar novamente em um homem... Esperava não cometer o mesmo erro de antes.Ele não teria salvo minha vida para depois tirar.Engoli o que parecia uma pequena esfera viscosa, e imediatamente senti um calor intenso se espalhar por todo o meu c
ALDRICChegou um relatório urgente da patrulha informando que encontraram os restos daqueles três homens nos limites da alcateia.— É óbvio que eliminaram as testemunhas. Como conseguiram se infiltrar na alcateia se, supostamente, estavam exilados? — pergunto ao Alfa, que me olha nervoso.— Eles... parece que se misturaram com as pessoas do teatro itinerante, que viaja de uma alcateia para outra.— Os guardas não verificaram direito a caravana — responde, desviando o olhar da minha expressão de "você é um incompetente gerindo sua segurança".— Alfa, preciso das informações que me disse sobre o Altar — Quinn interrompe, falando de repente.Parece que, dessa vez, ele não conseguiu decifrar tão facilmente aquelas malditas inscrições.— Agora? Mas a festa... — ele se cala ao ver minha expressão de "não dou a mínima para essa festa ridícula".Fui à festa por pura cortesia, mas estava morrendo de vontade de ir atrás da minha Valeria.— Cla... claro, Guardião... já volto — ele se levanta, ab
VALERIA— Mas... Aldric, o altar é sagrado... — dou um passo para trás enquanto ele se aproxima, sem hesitar.Um arrepio percorre meu corpo ao ver o olhar perigoso e decidido que ele me lança.— A única coisa sagrada aqui é o que vou fazer com você agora. Não me faça repetir, Valeria. Você me queria aqui, e aqui estou — ele para, sua presença ameaçadora me envolve, o ar parece mais denso, como se sua aura estivesse tocando minha pele.— A partir de agora, não sou mais o seu rei nem o seu chefe. Sou o seu macho, e você vai me chamar pelo meu nome. Obedeça agora! Com mãos trêmulas, levanto o vestido até as coxas e baixo minha calcinha, deslizando-a por meus tornozelos e tirando-a por cima dos meus botins negros.Tento escondê-la atrás de mim, envergonhada pela mancha úmida na peça, mas a mão rápida de Aldric a arranca sem hesitar.— Vejo que essa borboleta está bem quente e sedenta hoje. Suba na plataforma, Valeria.Seus olhos cinzentos semicerrados me observam como os de um predador à