Depois da conversa nada amigável que Eliza teve com Giulietta; ela chegou na galeria na manhã seguinte, mais cedo do que o habitual. Assim que entrou foi logo se incumbindo de seus afazeres. Aquele dia prometia ser exaustivo e corrido.
Por volta das treze horas, ela deu uma pequena pausa para um lanche rápido e retornou ao trabalho com o mesmo ritmo de antes. Ao término do dia, parou para admirar vislumbrada, as belíssimas obras expostas: era tudo simplesmente encantador.
Aqueles artistas entregaram sua alma em cada pedaço de tinta derramada sobre a tela; era magnífico que os resultados de todo trabalho encantaram à Itália, aqueles jovens artistas conseguiram voar alto, assim como uma águia feroz. Todos eles mereciam receber os aplausos e admirações naquela noite.
Eliza suspirou: a magia de está rodeada das mais belas obras de arte a contagiou de tal forma, que momentaneamente ela fechou os olhos e se imaginou percorrendo os salões da galeria em u
Mais um capítulo postado. Estou muito feliz por poder compartilhar com vocês essa história. Espero que apreciem. Cada capítulo foi escrito com muito amor, para oferecer o melhor para vocês, queridos leitores.
Mesmo com o firme propósito de erguer a cabeça e não permitir que as palavras de Giulio a afetassem novamente; Eliza chegou em casa em frangalhos. Seu corpo e sua mente estavam esmigalhados, como se um trator de dez toneladas a tivesse esmagado.O cansaço em seu rosto era visível: as olheiras grandes, rugas finas ao lado do nariz, olhos avermelhados e sem brilho, assim como o leve tremor que a sacudia por dentro. Embora soubesse que sua condição física e emocional estava translúcida em suas feições, ela tentou escondê-las por meio de um sorriso amarelo, ao dar-se com a presença de Mirella sentada confortavelmente em uma poltrona, assistindo a um show na televisão.— Olá, querida! Chegou cedo! Sente-se aqui ao meu lado. — Mirella cumprimentou-a animada. — Não precisa responder: o coquetel de hoje à noite, certamente está deixan
Como de costume, Eliza acordou cedo, contudo, havia algo de diferente naquela manhã, não era somente a mudança de estação e a brisa levemente fria que entrava pela fresta da janela, mas sim por seus sentimentos. Ela estava sentindo-se um caco, um pedaço da destruição feita por um único homem italiano. Sua lataria não poderia ser polida tão cedo, ainda faltava concerto em seu coração. Porém, seus sonhos apaixonados tornaram-se um calabouço de memórias que a acorrentada dia e noite. Eliza gritava por socorro, mas quem abriria o caminho para sua alma? Ou lhe entregaria a chave de seu coração? Quem de vós teria coragem?Apesar do dia parecer lindo como as folhas caídas do sol de outono e convidativo para uma caminhada matinal, ela não possuía ânimo algum. A única coisa que queria era ficar enfurnada pelo resto do dia, em seu quarto, trancada a sete chaves — esquecida da vida lá fora, principalmente, de Giulio Vallone. A tentação de ficar trancafiada o domingo todo em seu aposento era des
Elas saíram de casa em direção a boate por volta das vinte horas. Para Mirella era uma programação como qualquer outra, já para Eliza; era uma novidade total. O único problema que ela poderia enfrentar era passar-se como a chata do grupo: sem graça, sem diálogo e introspectiva. Mas hoje, ela iria mostrar que se tornará uma nova mulher, cheia de charme e bons papos. Tão logo deixaram o prédio, os olhos atentos de Eliza percorreram o local, para ver se não tinha nenhum movimento suspeito: ultimamente ela estava com a impressão de está sendo vigiada, — talvez essa sensação fosse consequência do que estava vivendo na galeria e de certa forma, esse fato desagradável estava refletindo fora de seu ambiente de trabalho. Sentir o mal-estar de andar sozinha pelas avenidas arrepiava-lhe os pelos do braço, por sorte tinha a companhia de Mirella e se preciso fosse, ela pediria discretamente para segurar-lhe a mão. Eliza respirou e inspirou fundo deixando de lado suas paranoias infindáveis e seg
Eliza sentiu-se mais à vontade depois que Carlos foi dançar com Mirella. Mesmo a companhia dele sendo agradável, ele conseguia de certo modo deixá-la constrangida — talvez por que ela não estivesse acostumada com tantos galanteios; visto que no Brasil os homens eram mais diretos quando o assunto envolvia paquera. Assim que Mirella e Carlos retornaram para a mesa, não tardou muito para as outras integrantes do grupo chegarem. De imediato Eliza gostou delas, porém, ela notou uma pitada de ciúmes no olhar de Isabella: a bela ruivinha parecia gostar de Carlos, já ele, nitidamente não percebia esse sentimento. Analisando atentamente o grupo, eles pareciam casais. Só ela era uma figura desbotada daquele quadro. — Há quanto tempo está em Florença? — Isabella perguntou fingindo interesse. Na verdade, o que ela queria mesmo, era afastá-la de Carlos. — Há quatro anos. — Respondeu amigavelmente. — Ainda pensa em retornar para o seu país? — Ela perguntou ansiosa, como quem
Depois de Eliza conseguir despistar Geovane, ela saiu de seu esconderijo com a nítida sensação de que aquele pequeno inconveniente estava longe de acabar. Por alguma razão ela sentia que aquele encontro quase casual com Giulio, não tinha nada de casual. Pelo jeito ele sabia muito bem que a encontraria lá e, isso de certa forma era assustador para ela.Temendo ficar mais tempo naquele lugar e ser descoberta; ela decidiu que era hora de partir. Mentalmente ela se xingou por sua falta de senso. Como ela foi de carona com Mirella, não se deu ao trabalho de levar um dinheiro extra, caso surgisse algum imprevisto. Ainda se recriminando, ela abriu a bolsa para constatar o óbvio: não tinha dinheiro o suficiente para pagar um táxi. Não tinha jeito: ela teria que caminhar no mínimo três quarteirões até seu ponto de ônibus. Sobressaltada, Eliza olhou em volta e não viu o carro de Giulio. Saber disso deu a ela a segurança que precisava para ir embora. O que Giulio estava fazendo com ela?
Ao perceber que Eliza dormiu; Giulio diminuiu a velocidade do carro. O percurso até o apartamento dela não era tão longo e, ele queria aproveitar ao máximo a companhia daquela jovem linda. Ele já não aguentava mais observá-la a distância: queria estar perto dela. Abraçá-la. Beijá-la. Aquela garota definitivamente estava mexendo com suas emoções. Se não a tivesse, enlouqueceria e, o pior, era que ela estava dando uma de durona com ele. Quando mais ela o esnobava, mais ele a desejava: Eliza não era apenas uma garota bonita como outra qualquer; ela era um desafio a ser vencido. Embora que a conquistar fosse uma questão de honra para sua virilidade, ele esperava sinceramente que o encanto por Eliza passasse depois de envolver-se com ela. Ele sempre se cansava das mulheres com quem se envolvia: Eliza não seria uma exceção.Perdido em meio a tantos pensamentos contraditórios, ele vencia a distância que separava a boate do apartamento dela, numa lentidão incrível. Na verdade Giulio queria pr
A entrada intempestiva de Lúcia na sala parecia providencial. Mesmo Eliza querendo arrancar os olhos de Lúcia, a presença desagradável dela pelo menos serviu para algo: pôr fim àquele jogo de palavras ofensivas. Eliza, certamente, não suportaria mais ouvir nenhum desaforo dele. Giulio passou de todos os limites e já era tempo de ele cair fora da vida dela, de uma vez por todas.O mesmo, todavia, não se podia dizer de Lúcia: ela era outra questão a parte e, infelizmente, Eliza ainda teria que aturá-la por mais algum tempo. Enquanto não conseguisse a tão liberdade financeira ou o passaporte direto para o Brasil; seria obrigada a engolir “sapos”, calada. O pior do que ouvir ela a reduzindo a nada; foi constatar o imenso prazer que ela teve ao jogar cada palavra caluniosa em cima dela. Ela não se contentou em apenas pisá-la, para mostrar sua superioridade diante de Eliza. Lúcia foi adiante: ela a humilhou e a caluniou propositadamente, como o único intuito de manchar a imagem de Eliza fre
Eliza estava fisicamente esgotada e emocionalmente abalada quando Mirella chegou ao apartamento. No primeiro momento Mirella ficou surpresa por encontrá-la acordada, porém ao ver seu rosto abatido, ela compreendeu que algo muito grave aconteceu com Eliza. Assim que Mirella soube por Geovane, que Eliza teve uma pequena indisposição na boate, ela pensou imediatamente em retornar mais cedo para casa e conferir o bem-estar de sua amiga, porém Geovane a impedira. Ele a convenceu que Eliza estava bem e que fora apenas um mal-estar causado pela aglomeração de pessoas. Mirella ainda tentou intercalar a favor de sua amiga, mas seus amigos compraram as palavras de Geovane e por fim, ela cedeu, e deixou-se ficar um pouco mais. Olhando agora para Eliza, ela viu que sua decisão de chamá-la para sair, foi um erro. Sua amiga não estava preparada para as festas noturnas e isso se refletia negativamente em seu rosto cansado.— Pensei que iria encontrá-la dormindo. Mais vejo que me enganei. — Mirell