76: A Semente

Lucas

Eu não gostava de ir à casa do meu pai e de Ester, mas havia momentos em que a obrigação falava mais alto. Hoje era um desses dias. Comprei um presente para o bebê, um gesto pequeno e, se eu fosse honesto, completamente forçado. Mas eu estava tentando. Tentando porque, no fundo, havia uma parte de mim que ainda queria acreditar que poderia existir alguma harmonia entre nós.

Dirigir até a casa deles era sempre desconfortável. A cada quilômetro, a mágoa que eu sentia pelo meu pai parecia crescer. Não era só o fato de ele ter se envolvido com Ester enquanto ainda era casado com a minha mãe, Beatriz. Era todo o histórico. Ele sempre foi o tipo de homem que atraía atenção, que conquistava as pessoas sem precisar fazer esforço. E, ainda assim, ele falhou em ser o pai que eu precisava.

Minha mãe, por outro lado, era a fortaleza. Forte, exigente, impecável. Crescer com Beatriz significava viver sob um padrão inatingível. Eu tinha que ser perfeito, porque, aos olhos dela, eu era o reflex
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