LucasO motor do carro rugia baixo enquanto eu dirigia sem rumo, os pensamentos girando em minha cabeça como um furacão impossível de controlar. A casa de Ester sempre me deixava inquieto. Não era apenas a lembrança constante do que ela havia feito com minha mãe, mas também a sensação sufocante de que eu nunca fui importante o suficiente para ninguém ali.Dante nunca pediu desculpas. Ele seguiu em frente como se as escolhas dele não tivessem causado danos irreparáveis. E Ester... bom, ela era um capítulo à parte. Toda vez que tentava forçar uma simpatia falsa, usando o título de madrinha que um dia teve na minha vida, eu só conseguia sentir desprezo.Hoje, ela foi além."Você e Olivia são tão próximos," ela comentou casualmente, enquanto eu colocava o presente que comprei para o bebê sobre a mesa. "É bonito de ver.""Ela é incrível," respondi, com uma sinceridade que não consegui esconder. "Apesar de ter algumas questões com meu pai, claro."Foi aí que a semente foi plantada."Ah, sim
OliviaEnquanto aquele silêncio ensurdecedor se fazia presente, preenchendo o espaço físico entre nós, eu vi algo nos olhos de Dante que ultrapassava o desejo e a luxúria. Sabia que aquilo não era a decisão mais sábia a se tomar, mas aquele ponto, eu já não sabia sequer o que estava fazendo da minha vida. Deixei tudo chegar a um ponto onde já parecia tarde demais recomeçar, embora fosse esse meu objetivo ao vir trabalhar nessa empresa, deixando meus amigos para trás. Parecia que Dante sempre voltava a ser o centro de tudo. Eu apenas orbitava ao redor dele, assim como a lua e a terra. A gravidade era o amor que eu sentia por ele, me fazendo ficar presa ao chão sem conseguir voar para onde quisesse. Me perguntei, naquele instante, se um dia eu seria capaz de superar esse sentimento avassalador e ser livre. Mas, ao mesmo tempo, eu me perguntei: quando me senti mais livre do que no dia em que senti o desejo que ele me causou? Até então, eu apenas existia. Vivia uma vida cronometr
Dante SalvatoreA chuva batia com força contra as janelas, um som rítmico e quase hipnotizante que só fazia aumentar o peso no meu peito. Estar na casa de Olivia, nesse momento, parecia uma ironia do destino. Eu nunca deveria ter vindo. Sabia que isso era um erro desde o instante em que ela me mandou aquela mensagem dizendo que se sentia insegura. Mas algo dentro de mim — algo que eu tentava ignorar há meses — não me deixou hesitar. Eu precisava vê-la. Precisava garantir que ela estava bem.E agora, aqui estávamos.Eu deveria ter ido embora logo depois de me certificar de que estava tudo em ordem, mas a verdade é que não consegui. Havia algo nela, algo na maneira como me olhava, que fazia com que toda a lógica desaparecesse. Eu sabia que estava jogando com fogo, mas também sabia que não conseguia me afastar.Eu me movi pela casa em passos curtos, tentando conter a tensão crescente. A lavanderia parecia o único lugar onde eu poderia respirar. Abri a porta e me apoiei contra a parede, t
Olivia Fernandes Aquela noite se estendeu como se fossem meses, mas ao mesmo tempo, sinto que tudo foi rápido demais. Dante e eu nunca estivemos tão conectados, explodindo em uma intensidade que me fez ir próximo ao nirvana. Ele me faz entrar em um transe que é difícil de despertar. E eu sempre, sempre quero mais. Era engraçado estar ali, parada em cima da secadora enquanto ela fazia seu trabalho, se sacudindo enquanto eu estava presa nos braços dele. Minhas pernas ao redor dele, o agarrando com uma força que poderia fazê-lo grudar em mim para sempre.Aquele momento parecia existencialmente irônico. Eu, no lugar mais mundano da casa, imersa na intensidade de Dante Salvatore. Uma noite que se esticava como o elástico do tempo, prestes a romper. O barulho suave da secadora preenchia o ambiente, mas tudo parecia surdo diante do som abafado de nossas respirações. Eu sentia cada movimento dele enquanto meus pensamentos gritavam para que o mundo lá fora desaparecesse. Não havia certo ou
OliviaNinguém nunca vai ter uma explicação perfeita sobre o que acontece quando dois corpos se conectam. Quando duas mentes se entendem e formam um vínculo inexplicável. Explicações cientificas podem exemplificar como ocorrem algumas sensações, mas o que pode definir um encontro de Almas? A chance de nunca conhecer alguém é muito maior do que a de conhecer, e me pergunto, dentre tantas pessoas e tantos caminhos que eu poderia trilhar, porque a vida me encaminhou para o destino de Dante? Me perguntaria isso por toda a eternidade, simplesmente porque nada para mim conseguiria explicar o que eu sinto quando ele me toca. É quase desumano que uma sensação vinda de outro seja tão acolhedora e reconfortante, tão necessária. Eu não sei lidar com o quanto peciso tê-lo perto de mim, em mim. É torturante quando estamos separados. Mas quando estamos juntos, é como se tudo tivesse se alinhado justamente para isso acontecer. Os toques fazem sentido, tudo se encaixa perfeitamente bem. O beijo é
Dante SalvatoreOlivia era o meu ponto fraco. Cada gesto, toque, olhar que ela direcionava a mim, me fazia ceder um pouco mais. Entre um toque e outro, embriagados pelos próprios beijos, cheiros e o calor que aumentava, eu me peguei pensando o quanto isso era certo, ao mesmo tempo que tão errado.O gosto do proibido se fez doce no instante em que eu a provei na ponta da minha língua, pincelando seu clitóris delicadamente enquanto a sentia tremula de prazer. Apesar da voracidade daquele tesão que parecia incontrolável, eu era gentil em todos os toques. Queria que ela aproveitasse cada detalhe, cada segundo do jeito que merecia, tratando a região sensível com a delicadeza que necessitava. Quando o ápice se mostrou, eu parei. Mesmo que aquilo fosse difícil, pois não existia nada que eu quisesse mais do que vê-la gozar na minha boca, eu queria provocar e ver até onde ela iria.A expressão frustrada em seu rosto se fez nítida quando vi um biquinho de frustração em seus lábios. Mas quan
Olivia FernandesO silêncio que se instalou na sala depois que Dante abriu a porta foi tão pesado que parecia ter o poder de esmagar qualquer palavra antes mesmo que ela pudesse ser dita. E então, lá estava ela. Beatriz. A mulher que já foi o centro da vida de Dante e que, de certa forma, ainda tinha uma presença imponente em tudo que ele fazia.Eu assistia a tudo como uma espectadora, o sangue congelando em minhas veias. Beatriz parecia deslocada, mas havia algo nos olhos dela que indicava que não estava ali por acaso. Ela entrou na sala sem esperar por convite, e Dante deu um passo para trás, como se estivesse se preparando para um impacto que sabia ser inevitável.Beatriz não olhou para mim imediatamente, e eu agradeci por isso. Sentada no sofá, ajustei apressadamente o robe que ainda estava vestido, tentando desesperadamente parecer menos... vulnerável. Menos culpada. Porque, naquele momento, eu me sentia como uma intrusa na história deles.— Dante — ela começou, a voz controlada,
OliviaO silêncio que se seguiu após a saída de Beatriz foi mais ensurdecedor do que qualquer discussão que Dante e eu já tivemos. Mesmo depois que ele foi embora, depois que a porta se fechou atrás dele, eu ainda podia sentir o peso daquela conversa pairando no ar.Eu não dormi. Me revirava na cama, encarando o teto, sentindo cada parte do meu corpo ainda impregnada do toque de Dante, mas, pela primeira vez, isso não era reconfortante. Era sufocante.Beatriz tinha razão.Eu e Dante nos jogávamos um no outro como se o resto do mundo simplesmente não existisse, como se estivéssemos presos em um ciclo vicioso que só terminaria quando não sobrasse mais nada de nós. Mas sempre sobrava. Sempre havia algo que nos fazia voltar.Mas até quando?Levantei da cama quando o sol começou a nascer. Não havia motivo para continuar fingindo que conseguiria dormir. Tomei um banho longo, tentando me livrar da sensação de culpa grudada na minha pele, mas não adiantou.Na empresa, Dante evitou qualquer in