Dante SalvatoreMesmo depois de anos separados, estar ali novamente me fazia sentir como um intruso.Lucas estava sentado entre nós, um tanto quanto retraído, evitando contato visual, com o peso da confissão que estava prestes a fazer pendendo sobre ele. Beatriz, minha ex-esposa, estava sentada ao meu lado, com uma expressão controlada, porém afiada. Sabíamos que estávamos prestes a ter uma conversa difícil, e apesar de nosso relacionamento cordial nos últimos anos, a tensão entre nós era palpável.— Então? — Beatriz quebrou o silêncio primeiro, sua voz firme, mas sem emoção. — O que exatamente aconteceu, Lucas?Lucas respirou fundo, passando a mão pelos cabelos. Sua postura relaxada habitual estava ausente; ele parecia desconfortável e nervoso. Eu não sabia o que esperar, mas o incômodo já estava crescendo no meu peito. — Não fiz por mal — começou ele, com um tom hesitante. — A confusão… não foi exatamente como parece.— E como foi, então? — perguntei, minha voz mais calma do que o
Dante SalvatoreNão sei exatamente como, ou se ela sabia com exatidão o que estava acontecendo entre mim e Olivia, mas algo Beatriz sabia. Aquele olhar não mente, muito menos para mim.O instinto dela sempre foi afiado, sempre capaz de captar nuances que eu tentava esconder, tanto de mim quanto dos outros. Não era diferente agora. A verdade estava pendurada no ar, e ela, como uma sombra, parecia se deleitar com o fato de que eu não tinha controle sobre isso.
Olivia FernandesTomar decisões sábias não havia sido minha especialidade nas últimas semanas. Quebrei o padrão pacífico que comandou minha vida durante adolescência e início da juventude, caminhando para uma floresta escura e perigosa de um futuro desconhecido. Poderia minha vida ser arruinada pelas decisões que eu tomasse daquele momento em diante? Afinal, nossas ações não passam de sementes que plantamos para colher em um futuro distante, e eu sabia disso. Sabia que cada ato que eu cometesse me colocava à beira de um precipício, um dos mais altos, onde mal podia ver o final. Mesmo assim, eu continuava. Seguia cegamente na esperança de que fosse apenas uma crença limitante e que, no final das contas, eu nunca precisasse passar por nada desconfortável graças as minhas péssimas escolhas. Mas isso era uma ilusão. Quando voltei para o dormitório, Natália e os outros já haviam saído mais uma vez. Me pergunto onde eles dormiam ou passavam a maioria dos dias, pois ela apenas aparecia
Dante SalvatoreO silêncio pairou sobre nós como uma onda densa. Eu me ajeitei no sofá, sentindo o peso da tensão no ar, a minha mente correndo em direção àquela conversa desconfortável com Lucas mais cedo. Mas agora, observando Olivia, eu sabia que não era apenas uma brincadeira. O peso nos ombros dela, o brilho úmido em seus olhos, me diziam que Lucas havia ocultado a verdadeira gravidade da situação. Eu já me preparava para o pior.— Eu já sei, Olivia — interrompi, antes que ela se afundasse ainda mais no desconforto. — Lucas me contou sobre as... fotos.Ela levantou os olhos, surpresa e, por um breve segundo, aliviada. Mas aquele alívio foi momentâneo. Sua expressão endureceu quase que instantaneamente, como se soubesse que o que Lucas havia dito não era o suficiente, que a versão que ele me entregou era só a ponta do iceberg.— Ele te contou tudo? — perguntou ela, a voz mais firme agora, mas ainda marcada por uma vergonha que a tornava vulnerável.Hesitei. Lucas havia pintado a
Olivia Fernandes— O que você está pensando? — perguntei, sem aguentar esperar até que ele dissesse algo. Dante caminhou do balcão até a sala, passando por trás do sofá branco, arrastando os dedos sobre a camada da manta que cobria parte do estofado. Ele se virou, ficando de frente para a janela extensa, a única que havia no cômodo que se dividia entre uma cozinha americana e uma sala, observando as luzes lá fora como se fossem a atração mais interessante possível. Eu conseguia ver a hipotética fumaça que saía de seus ouvidos enquanto sua cabeça funcionava, fervilhando em pensamentos e mais pensamentos, mas que nenhum ele compartilhava comigo, me deixando em um limbo de suposições que eu fazia enumeradamente. Dante estava bravo, isso era uma certeza. Mas o que mais ele sentia? Impotência, frustração, medo, decepção? Todas essas opções faziam meu estômago se revirar, e apesar das afirmações que ele fez, enquanto eu contava a desconfortável história de como Lucas havia participado d
Olivia FernandesDante soltou uma risada baixa e rouca, o tipo de som que fazia meu coração disparar e meu corpo todo estremecer. Ele olhou para mim com uma mistura de desejo e incerteza, como se ainda estivesse tentando decidir se isso era real ou apenas um sonho insano no qual ele estava prestes a se perder. Mas eu sabia que ele também sentia aquilo, aquela corrente invisível que nos ligava, a atração inegável que resistia a qualquer lógica ou obstáculo que o mundo tentasse impor.Era eletrizante, incontestavelmente quente, como se pudéssemos ver a sensação que nos rondava de tão palpável.— Você tem essa forma… de me desarmar — ele murmurou, aproximando seus lábios dos meus. — É impossível lutar contra você.Eu sorri, satisfeita por vê-lo ceder, mesmo que ainda houvesse uma pequena resistência em seus olhos. Ele sabia tão bem quanto eu que não éramos uma combinação comum, que as circunstâncias ao nosso redor eram caóticas e problemáticas, mas isso nunca tinha sido sobre o que era
Olivia FernandesQuando ele finalmente se livrou da última peça de roupa, pude sentir o calor do corpo dele ainda mais próximo. Seus olhos, escuros e intensos, estavam fixos nos meus, como se estivesse esperando por algum tipo de permissão, mesmo que o desejo entre nós já fosse claro como o dia.Dante se aproximou de mim, seu corpo pressionando o meu contra o mármore frio da ilha da cozinha, criando um contraste delicioso entre o calor que emanava dele e o gelo que se acumulava sob meu corpo. Eu estava ansiosa, o corpo inteiro formigando de necessidade. Minhas pernas, ainda envoltas ao redor de sua cintura, apertaram-se mais, puxando-o para mim com urgência.— Não vou te torturar, Olivia — ele murmurou com um sorriso diabólico, sua voz rouca e baixa, fazendo meus pelos se arrepiarem. — Vou te dar exatamente o que você quer.Dante segurou o membro rígido em sua mão, eu o via pulsar de desejo, se contraindo em necessidade. Minhas pernas se abriram como um convite, e eu já estava mais
Olivia FernandesHavia se passado uma semana desde que Dante disse que me amava. Uma semana onde fui atingida por emoções devastadoras e intensas. — Podemos levar os aperitivos para o auditório? — Kamila perguntou, me tirando do transe enquanto mordia a tampa da caneta incessantemente. — Sim, claro. — respondi alheia ao tempo que havia passado desde que começamos os preparativos para a recepção dos novos alunos. — É melhor irmos, o senhor Salvatore não parece de bom humor hoje. — Kamila tentou equilibrar uma bandeja na mão direita e duas pastas no braço esquerdo, caminhando na frente enquanto eu permanecia inquieta no mesmo canto. Dante estava, sim, com um mau-humor irredutível, mas não seria por menos. Desde que ele se declarou nós não nos falamos direito. E isso não é culpa dele, é totalmente minha. Desde que eu o conheci, acreditei que tudo que eu gostaria de ouvir da boca de um homem como ele seria isso. O quanto sou amada e intensamente desejada.E não vou mentir, eu gostei