por Lucian A noite caiu como um manto pesado sobre mim, enquanto eu me sentava no silêncio sombrio do meu escritório, a única luz sendo a fraca chama de uma vela que eu esquecera de apagar. Meus pensamentos estavam enevoados, e minha mente girava em torno do que havia acontecido mais cedo. Milena... Milena nos flagrou. A dor em seus olhos, a mágoa em seu rosto, estavam gravadas em minha memória como um punhal cravado no coração. Débora entrou silenciosamente no escritório, fechando a porta atrás de si. Ela se aproximou com um olhar de preocupação e um toque de arrependimento, sentando-se ao meu lado. Sua presença era ao mesmo tempo confortante e repulsiva. Ela havia sido parte do desastre, mas agora era a única que parecia entender o peso do momento. — Lucian, você está bem? - sua voz era suave, quase um sussurro, enquanto ela colocava a mão sobre a minha. Eu a afastei gentilmente, incapaz de lidar com seu toque naquele momento. — Como você pode perguntar isso, Déb
por Milena A dor parecia envolta em uma neblina sufocante, envolvendo-me em suas garras implacáveis. Desde que vi Lucian na cama com Débora, minha vida se tornou um redemoinho de desespero e angústia. — Como ele pôde? - murmurei para mim mesma, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. — Como ele pôde fazer isso comigo? Não que tivéssemos um acordo de fidelidade total. Mas ele me devia respeito, ao menos, por ser sua esposa em um documento. Tenho para mim que ele não foi consultado quanto ao nosso casamento, simplesmente parece que seus pais determinaram e ponto! Mas mesmo que tenha sido assim, ele deveria ao menos respeitar a minha pessoa. Que levasse Débora para um dos hoteis da rede Donovan. Que fosse para um motel com ela, mas debaixo do mesmo teto que estou. É muita humilhação! Voltei para o meu quarto, o lugar que passará a ser um refúgio para mim nessa casa estranha. Sentei-me na cama, segurando um travesseiro contra o peito, tentando acalmar a tempes
por Débora Desde aquela noite, minha vida parecia se desenrolar em uma sequência de movimentos calculados e frios. Cada passo que dava em direção a Lucian era meticulosamente planejado, mas, apesar de tudo, algo estava errado. Ele não estava tão na minha como eu esperava. A chama da paixão que inicialmente acendemos parecia vacilar, deixando-me inquieta e ansiosa. Parei diante do espelho no quarto de hóspedes que Lucian pediu para as empregadas arrumarem para mim, observando meu reflexo. O rosto que me encarava parecia sereno, mas por dentro, a turbulência crescia. Eu precisava manter a calma. O jogo ainda não estava perdido. — Preciso pensar - murmurei para mim mesma, tentando ordenar os pensamentos. — Lucian é mais resistente do que eu previa. Milena ainda tem uma influência sobre ele que eu subestimei. Passei os dedos pelos cabelos, tentando afastar a frustração. Milena era um obstáculo constante, uma sombra que pairava sobre meus planos. Se eu quisesse cons
Por Milena O dia estava nublado, e o vento frio que cortava a cidade parecia refletir a tempestade que assolava meu coração. Caminhei pelas ruas com passos hesitantes, a mente ainda presa aos eventos daquela noite devastadora. Peguei um táxi até a clínica, ansiosa e assustada. Dispensei meu motorista, queria um pouco mais de normalidade. Precisava confirmar que meu bebê estava bem, especialmente depois da quantidade de álcool que ingeri naquela maldita festa. Meu coração pesava com culpa e incerteza, mas havia uma chama de esperança que me empurrava para frente.Ao entrar na sala de espera, meus pensamentos se voltaram para Lucian e Débora. O choque de encontrá-los juntos ainda reverberava em minha mente, uma ferida aberta que teimava em sangrar. Mas agora, precisava me concentrar no meu bebê. Precisava saber que ele estava bem, que não havia sido afetado pela minha imprudência.A porta do consultório se abriu, e a enfermeira me chamou. Entrei, e o Dr. Henrique, meu obstetra,
por Milena Estava uma manhã ensolarada, o céu azul contrastando com o turbilhão de emoções que eu carregava dentro de mim. Aceitar o convite de Beatrice, a mãe de Lucian, para um almoço parecia uma oportunidade de respirar um pouco, de encontrar algum apoio em meio ao caos. Afinal, ela sempre foi carinhosa comigo, desde o início do meu casamento com Lucian. Mas, a sombra de Débora pairava sobre cada passo que eu dava, tornando difícil encontrar consolo.A casa de Beatrice era um refúgio de tranquilidade, com seu jardim florido e a brisa suave que sempre parecia soprar ali. Ela me recebeu com um abraço caloroso, um gesto simples que trouxe lágrimas aos meus olhos, tão faminta eu estava de afeto verdadeiro.— Milena, querida, é tão bom te ver - disse Isabel, guiando-me para a sala de estar onde a mesa já estava posta.— Obrigada, Beatrice. Precisava muito de um pouco de paz - respondi, tentando sorrir.Nos sentamos à mesa, e enquanto Beatrice servia o almoço, tentávamos manter uma
por Lucian A noite caía sobre a cidade, mas eu não conseguia encontrar paz. Débora estava ao meu lado na cama, sua presença ao mesmo tempo familiar e estranha. Por mais que meu corpo tivesse se entregado a ela, meu coração estava em pedaços. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Milena, a dor nos olhos dela, o choque e a desilusão quando nos encontrou juntos. Levantei-me silenciosamente, deixando Débora adormecida na cama. Caminhei até meu escritório em silêncio, adentrei ao cômodo e segui até a janela gigantesca que há nele, olhando para o céu estrelado, tentando organizar os pensamentos que me atormentavam. A noite estava clara lá fora e eu estava em busca dessa mesma clareza para os males que estavam me atormentando. Era um conflito entre o certo e o incerto, uma batalha entre desejo e dever. Desde o início, Débora sempre soube como me seduzir, como fazer com que eu me sentisse desejado e poderoso. E por mais que Milena fosse a esposa perfeita aos olhos dos meus pa
por Débora Voltei para o quarto irritada, o coração martelando no peito com uma fúria crescente. Quem ele pensa que é, afinal?Eu sou uma mulher única e incrível, e ele quer mais o quê? Esse joguinho de indecisão de Lucian estava me tirando do sério.Fechei a porta com força, sentindo o veneno borbulhando dentro de mim, pronta para destilar a raiva e a frustração. Lucian estava se afastando, cada vez mais perdido em suas dúvidas e remorsos. Ele precisava entender, de uma vez por todas, que eu era a mulher certa para ele, e Milena era apenas um obstáculo insignificante.— Preciso agir rápido — murmurei para mim mesma, a determinação crescendo dentro de mim como uma chama ardente.Caminhei pelo quarto, cada passo alimentando meu plano. Lucian tinha que ver que Milena era apenas um erro que ele precisava corrigir. Eu seria a pessoa a mostrar isso para ele, de uma vez por todas. Minha mente já começava a desenvolver mais um plano onde trariam Luciandiretamente para mim.— Lucian
por DéboraDepois de plantar a dúvida na mente de Lucian, era hora de agir com mais precisão. Milena precisava ser eliminada de vez, e para isso, eu precisava de algo mais contundente. Algo que não deixasse nenhuma dúvida na mente de Lucian sobre a natureza destrutiva de Milena.Desci as escadas e entrei no escritório, fechando a porta atrás de mim. Peguei meu telefone e fiz uma ligação para o mesmo contato que havia procurado antes. Desta vez, precisava de algo mais concreto, mais devastador.— Alô, preciso do material o quanto antes - disse, minha voz fria e determinada. — Algo que acabe com qualquer chance dela recuperar a confiança do marido.Desliguei o telefone e comecei a planejar como executar meu próximo movimento. Enquanto aguardava a resposta, decidi começar a preparar o terreno. Precisava criar uma situação em que Milena parecesse culpada e desleal aos olhos de Lucian.Liguei para uma das empregadas da casa, uma mulher que sempre teve uma língua afiada e um olho ate