por Milena Minha cabeça estava um caos. Os últimos dias foram um turbilhão de emoções, decepções e traições. A imagem de Lucian me acusando, me colocando como nada fervia dentro de mim. Eu precisava entender, precisava de respostas. Mas, acima de tudo, precisava resolver tudo isso antes que meu coração explodisse de dor. Caminhei pelo corredor em direção ao quarto de Lucian, minha determinação crescendo a cada passo. Eu sabia que nosso casamento era apenas um acordo comercial, mas isso não impedia os sentimentos de florescerem. Eu odiava estar apaixonada por ele, odiava como meu coração acelerava quando ele estava por perto, como um simples toque seu fazia meu mundo tremer. Eu não queria sentir nada do que sinto quanto estamos próximos. Mas isso não iria me impedir de tentar me reconciliar com ele. Mesmo sendo um casamento de fachada, eu queria que pudéssemos ser ao menos, amigos. Respirei fundo ao chegar à porta do quarto de Lucian. Bati levemente, mas não houve r
por Lucian A noite caiu como um manto pesado sobre mim, enquanto eu me sentava no silêncio sombrio do meu escritório, a única luz sendo a fraca chama de uma vela que eu esquecera de apagar. Meus pensamentos estavam enevoados, e minha mente girava em torno do que havia acontecido mais cedo. Milena... Milena nos flagrou. A dor em seus olhos, a mágoa em seu rosto, estavam gravadas em minha memória como um punhal cravado no coração. Débora entrou silenciosamente no escritório, fechando a porta atrás de si. Ela se aproximou com um olhar de preocupação e um toque de arrependimento, sentando-se ao meu lado. Sua presença era ao mesmo tempo confortante e repulsiva. Ela havia sido parte do desastre, mas agora era a única que parecia entender o peso do momento. — Lucian, você está bem? - sua voz era suave, quase um sussurro, enquanto ela colocava a mão sobre a minha. Eu a afastei gentilmente, incapaz de lidar com seu toque naquele momento. — Como você pode perguntar isso, Déb
por Milena A dor parecia envolta em uma neblina sufocante, envolvendo-me em suas garras implacáveis. Desde que vi Lucian na cama com Débora, minha vida se tornou um redemoinho de desespero e angústia. — Como ele pôde? - murmurei para mim mesma, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. — Como ele pôde fazer isso comigo? Não que tivéssemos um acordo de fidelidade total. Mas ele me devia respeito, ao menos, por ser sua esposa em um documento. Tenho para mim que ele não foi consultado quanto ao nosso casamento, simplesmente parece que seus pais determinaram e ponto! Mas mesmo que tenha sido assim, ele deveria ao menos respeitar a minha pessoa. Que levasse Débora para um dos hoteis da rede Donovan. Que fosse para um motel com ela, mas debaixo do mesmo teto que estou. É muita humilhação! Voltei para o meu quarto, o lugar que passará a ser um refúgio para mim nessa casa estranha. Sentei-me na cama, segurando um travesseiro contra o peito, tentando acalmar a tempes
por Débora Desde aquela noite, minha vida parecia se desenrolar em uma sequência de movimentos calculados e frios. Cada passo que dava em direção a Lucian era meticulosamente planejado, mas, apesar de tudo, algo estava errado. Ele não estava tão na minha como eu esperava. A chama da paixão que inicialmente acendemos parecia vacilar, deixando-me inquieta e ansiosa. Parei diante do espelho no quarto de hóspedes que Lucian pediu para as empregadas arrumarem para mim, observando meu reflexo. O rosto que me encarava parecia sereno, mas por dentro, a turbulência crescia. Eu precisava manter a calma. O jogo ainda não estava perdido. — Preciso pensar - murmurei para mim mesma, tentando ordenar os pensamentos. — Lucian é mais resistente do que eu previa. Milena ainda tem uma influência sobre ele que eu subestimei. Passei os dedos pelos cabelos, tentando afastar a frustração. Milena era um obstáculo constante, uma sombra que pairava sobre meus planos. Se eu quisesse cons
Por Milena O dia estava nublado, e o vento frio que cortava a cidade parecia refletir a tempestade que assolava meu coração. Caminhei pelas ruas com passos hesitantes, a mente ainda presa aos eventos daquela noite devastadora. Peguei um táxi até a clínica, ansiosa e assustada. Dispensei meu motorista, queria um pouco mais de normalidade. Precisava confirmar que meu bebê estava bem, especialmente depois da quantidade de álcool que ingeri naquela maldita festa. Meu coração pesava com culpa e incerteza, mas havia uma chama de esperança que me empurrava para frente.Ao entrar na sala de espera, meus pensamentos se voltaram para Lucian e Débora. O choque de encontrá-los juntos ainda reverberava em minha mente, uma ferida aberta que teimava em sangrar. Mas agora, precisava me concentrar no meu bebê. Precisava saber que ele estava bem, que não havia sido afetado pela minha imprudência.A porta do consultório se abriu, e a enfermeira me chamou. Entrei, e o Dr. Henrique, meu obstetra,
por Milena Estava uma manhã ensolarada, o céu azul contrastando com o turbilhão de emoções que eu carregava dentro de mim. Aceitar o convite de Beatrice, a mãe de Lucian, para um almoço parecia uma oportunidade de respirar um pouco, de encontrar algum apoio em meio ao caos. Afinal, ela sempre foi carinhosa comigo, desde o início do meu casamento com Lucian. Mas, a sombra de Débora pairava sobre cada passo que eu dava, tornando difícil encontrar consolo.A casa de Beatrice era um refúgio de tranquilidade, com seu jardim florido e a brisa suave que sempre parecia soprar ali. Ela me recebeu com um abraço caloroso, um gesto simples que trouxe lágrimas aos meus olhos, tão faminta eu estava de afeto verdadeiro.— Milena, querida, é tão bom te ver - disse Isabel, guiando-me para a sala de estar onde a mesa já estava posta.— Obrigada, Beatrice. Precisava muito de um pouco de paz - respondi, tentando sorrir.Nos sentamos à mesa, e enquanto Beatrice servia o almoço, tentávamos manter uma
por Lucian A noite caía sobre a cidade, mas eu não conseguia encontrar paz. Débora estava ao meu lado na cama, sua presença ao mesmo tempo familiar e estranha. Por mais que meu corpo tivesse se entregado a ela, meu coração estava em pedaços. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Milena, a dor nos olhos dela, o choque e a desilusão quando nos encontrou juntos. Levantei-me silenciosamente, deixando Débora adormecida na cama. Caminhei até meu escritório em silêncio, adentrei ao cômodo e segui até a janela gigantesca que há nele, olhando para o céu estrelado, tentando organizar os pensamentos que me atormentavam. A noite estava clara lá fora e eu estava em busca dessa mesma clareza para os males que estavam me atormentando. Era um conflito entre o certo e o incerto, uma batalha entre desejo e dever. Desde o início, Débora sempre soube como me seduzir, como fazer com que eu me sentisse desejado e poderoso. E por mais que Milena fosse a esposa perfeita aos olhos dos meus pa
por Débora Voltei para o quarto irritada, o coração martelando no peito com uma fúria crescente. Quem ele pensa que é, afinal?Eu sou uma mulher única e incrível, e ele quer mais o quê? Esse joguinho de indecisão de Lucian estava me tirando do sério.Fechei a porta com força, sentindo o veneno borbulhando dentro de mim, pronta para destilar a raiva e a frustração. Lucian estava se afastando, cada vez mais perdido em suas dúvidas e remorsos. Ele precisava entender, de uma vez por todas, que eu era a mulher certa para ele, e Milena era apenas um obstáculo insignificante.— Preciso agir rápido — murmurei para mim mesma, a determinação crescendo dentro de mim como uma chama ardente.Caminhei pelo quarto, cada passo alimentando meu plano. Lucian tinha que ver que Milena era apenas um erro que ele precisava corrigir. Eu seria a pessoa a mostrar isso para ele, de uma vez por todas. Minha mente já começava a desenvolver mais um plano onde trariam Luciandiretamente para mim.— Lucian