por Lucian A noite caía sobre a cidade, mas eu não conseguia encontrar paz. Débora estava ao meu lado na cama, sua presença ao mesmo tempo familiar e estranha. Por mais que meu corpo tivesse se entregado a ela, meu coração estava em pedaços. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Milena, a dor nos olhos dela, o choque e a desilusão quando nos encontrou juntos. Levantei-me silenciosamente, deixando Débora adormecida na cama. Caminhei até meu escritório em silêncio, adentrei ao cômodo e segui até a janela gigantesca que há nele, olhando para o céu estrelado, tentando organizar os pensamentos que me atormentavam. A noite estava clara lá fora e eu estava em busca dessa mesma clareza para os males que estavam me atormentando. Era um conflito entre o certo e o incerto, uma batalha entre desejo e dever. Desde o início, Débora sempre soube como me seduzir, como fazer com que eu me sentisse desejado e poderoso. E por mais que Milena fosse a esposa perfeita aos olhos dos meus pa
por Débora Voltei para o quarto irritada, o coração martelando no peito com uma fúria crescente. Quem ele pensa que é, afinal?Eu sou uma mulher única e incrível, e ele quer mais o quê? Esse joguinho de indecisão de Lucian estava me tirando do sério.Fechei a porta com força, sentindo o veneno borbulhando dentro de mim, pronta para destilar a raiva e a frustração. Lucian estava se afastando, cada vez mais perdido em suas dúvidas e remorsos. Ele precisava entender, de uma vez por todas, que eu era a mulher certa para ele, e Milena era apenas um obstáculo insignificante.— Preciso agir rápido — murmurei para mim mesma, a determinação crescendo dentro de mim como uma chama ardente.Caminhei pelo quarto, cada passo alimentando meu plano. Lucian tinha que ver que Milena era apenas um erro que ele precisava corrigir. Eu seria a pessoa a mostrar isso para ele, de uma vez por todas. Minha mente já começava a desenvolver mais um plano onde trariam Luciandiretamente para mim.— Lucian
por DéboraDepois de plantar a dúvida na mente de Lucian, era hora de agir com mais precisão. Milena precisava ser eliminada de vez, e para isso, eu precisava de algo mais contundente. Algo que não deixasse nenhuma dúvida na mente de Lucian sobre a natureza destrutiva de Milena.Desci as escadas e entrei no escritório, fechando a porta atrás de mim. Peguei meu telefone e fiz uma ligação para o mesmo contato que havia procurado antes. Desta vez, precisava de algo mais concreto, mais devastador.— Alô, preciso do material o quanto antes - disse, minha voz fria e determinada. — Algo que acabe com qualquer chance dela recuperar a confiança do marido.Desliguei o telefone e comecei a planejar como executar meu próximo movimento. Enquanto aguardava a resposta, decidi começar a preparar o terreno. Precisava criar uma situação em que Milena parecesse culpada e desleal aos olhos de Lucian.Liguei para uma das empregadas da casa, uma mulher que sempre teve uma língua afiada e um olho ate
por MilenaAcordei naquela manhã com uma sensação de inquietação. A lembrança de Débora e Lucian juntos ainda me assombrava, mas eu sabia que não podia deixar essa dor me consumir. Eu precisava ser forte, especialmente agora, com um bebê a caminho.Fui até a cozinha e preparei um café, tentando me concentrar nas pequenas tarefas do dia. Enquanto tomava um gole, ouvi um som vindo do corredor. Era Débora, murmurando algo para si mesma, como se estivesse tramando algo.Aproximei-me silenciosamente e pude ouvir algumas palavras.— Que ele pensa que é, afinal? Eu sou uma mulher única e incrível e ele quer mais o quê? — a voz dela estava cheia de veneno e frustração. — Preciso agir rápido ou perderei Lucian de vez.Meu coração disparou. Eu sabia que ela estava planejando alguma coisa, e isso me deixava ainda mais determinada a proteger o que restava do meu casamento de fachada. À tarde, a casa estava quieta demais. Decidi sair para uma caminhada, tentar clarear a mente. Quando volt
por MilenaMais tarde, ouvi um tumulto na entrada da casa. Corri para ver o que estava acontecendo e encontrei Jonas sendo levado por seguranças, o envelope ainda em sua mão. Lucian estava lá, seu rosto uma máscara de confusão e raiva.— O que está acontecendo aqui? - ele perguntou, sua voz firme.Minha amiga e eu nos entreolhamos antes que eu pudesse fazer qualquer coisa.Hora da verdade!— Lucian, Débora está tramando algo contra nós. Eu ouvi ela planejando com Jonas, o piscineiro da casa. Precisamos descobrir o que há nesse envelope - disse sem perder tempo. Já estava cansada dessas maldades da Débora. Lucian pegou o envelope e o abriu. O conteúdo o fez empalidecer. Eram fotos forjadas de mim com outro homem, claramente uma tentativa de incriminar-me.— Débora, o que é isso? — Lucian perguntou, sua voz inquisidora. Débora entrou na sala, tentando manter a compostura, mas era evidente que estava abalada.— Lucian, eu... eu não sei do que você está falando. Isso é ridículo — ten
por Donovan Eu estava mergulhado em contratos e relatórios, tentando manter minha mente ocupada para não pensar em todo o caos que minha vida pessoal havia se tornado. O telefone tocou, interrompendo meus pensamentos. Olhei para o número e reconheci imediatamente. Era ele, o homem que sempre soube entrar na minha vida nos momentos mais cruciais.— Pai - atendi, tentando esconder qualquer resquício de cansaço na minha voz.— Lucian, meu filho! Como está? - A voz do meu pai, forte e imponente como sempre, ecoou no silêncio do meu escritório. Havia nele uma mistura de orgulho e expectativa, um peso que eu conhecia bem.— Estou bem, pai. E você? - Respondi, já sabendo que essa ligação não era apenas para perguntar sobre minha saúde.— Ah, estou melhor do que nunca! - Ele disse com um entusiasmo que só alguém como ele poderia manter com tanta naturalidade. — Tenho ouvido coisas maravilhosas sobre os novos hotéis. Você está fazendo um trabalho impecável, Lucian. A rede Donovan nunca es
por LucianOs últimos dias foram um borrão de trabalho e exaustão. Deliberadamente, me afundei nas minhas tarefas, buscando refúgio na rotina extenuante do escritório. Chegava em casa tarde, muitas vezes após Milena já ter ido dormir, e partia antes do amanhecer, mal tendo tempo de me despedir. O silêncio que encontrava em nossa casa era um alívio bem-vindo, mas também um lembrete doloroso da distância que se formava entre nós.Débora, com sua presença perturbadora, sempre fora uma sombra constante em nossas vidas. Nos últimos tempos, parecia que ela havia desistido de sua cruzada para estar ao meu lado, mas isso apenas aumentava minha desconfiança. Era difícil entender se sua aparente trégua era genuína ou apenas uma tática dissimulada para me fazer baixar a guarda.No escritório, eu conseguia manter minha mente ocupada, afastando os pensamentos incômodos que insistiam em surgir. A avalanche de relatórios, reuniões e prazos me oferecia uma espécie de anestesia temporária.A rot
por Milena Eu estava no escritório, tentando focar em alguns documentos à minha frente, na tentativa de ocupar a cabeça, mas a concentração escapava como areia entre os dedos.Decidi então organizar os livros que estava lendo, na esperança de que a tarefa meticulosa me ajudasse a encontrar algum senso de controle. Porém, no instante em que meu dedo roçou a capa de um dos volumes, o telefone tocou, fazendo meu coração disparar. Débora.A mulher que, desde que me casei com Lucian, parecia sempre encontrar uma maneira de infiltrar-se em nossas vidas, como uma sombra que não conseguíamos sacudir.Atendi com a mão trêmula, tentando inutilmente manter minha voz firme.— Débora? — consegui dizer, minha voz traiçoeiramente carregada de apreensão.— Boa tarde, Milena. Espero não estar interrompendo nada importante - a voz dela soou melosa, carregada daquela falsa cortesia que sempre me fazia sentir como se estivesse sendo envolvida por uma serpente.— O que você quer? — repliquei diretament