por Milena O grande dia finalmente chegou, e eu me sentia envolta por uma onda de emoções intensas e misturadas. Cada detalhe do nosso casamento foi pensado com tanto carinho que parecia um sonho prestes a se concretizar. O sol brilhava radiante no céu azul, enquanto a brisa leve balançava as flores brancas e rosas que decoravam a tenda montada para a cerimônia. O aroma de jasmim e rosas misturava-se no ar, criando uma atmosfera mágica que me envolvia. O momento mais significativo para mim foi quando entrei na tenda. Ao invés de um buquê de noiva, eu carregava nosso filho, Lohan, em meus braços. Seus pequenos olhos brilhavam curiosos, e seu sorriso, inocente e encantador, era a essência da nossa alegria. Vestida em um vestido de noiva de chiffon delicado e rendado, eu sentia o peso das tradições se desvanecer, substituído pela pura felicidade de ter Lohan ao meu lado. Cada passo que dava era acompanhado pelo suave toque da música instrumental que preenchia o espaço, en
Por Milena Nossa, estou voltando bem tarde para casa. Levei mais tempo do que queria na biblioteca. Infeliz ideia de vir caminhando, agora o campus está deserto. Apenas os poucos seguranças e nada mais. A luz dos postes de iluminação se apagam bem na hora que estou passando. – Mais essa agora! – murmuro para mim mesma, tentando ignorar a sensação de inquietação que cresce dentro de mim. Mas continuo mesmo assim, pois preciso chegar em casa logo. Estou tão cansada! E de repente um carro surge do nada… E freia em cima de mim! Acabo com o susto caindo no chão. Que droga! Meu Deus… Estou parecendo um purê mole esparramado pelo prato, sentada neste chão. O coração b**e descontrolado no peito enquanto tento recuperar o fôlego. O motorista desce do carro às pressas, seus passos rápidos na direção onde estou caída. Mas espera! Eu não acredito! Ele abaixa e olha a lataria do carro. Não é possível uma coisa dessa! Estou estabacada no chão, e o homem está olhando seu carro!
Por Milena Alguns dias depois – Letícia, olha só onde você nos meteu. – Relaxa, Milena, sair um pouco da rotina faz bem. Além disso, logo estaremos ocupadas com as aulas que começam na próxima semana. – Nem me lembre. Não sei por que inventei de fazer essa especialização. – Porque você não quer ser apenas mais uma entre tantas outras. E com isso, deixei Letícia me convencer a vir para uma festa de uns amigos dos pais dela. Algo bem formal, mas com pessoas de todas as idades. Letícia e eu nos conhecemos desde o ensino fundamental. Nos tornamos amigas desde o nosso primeiro "oi" e aqui estamos nós. Procuramos estar o mais próximas possível. Letícia é filha única e eu, bem, passei minha vida em um orfanato. Quando a família da Letícia descobriu que eu morava em um abrigo, eles fizeram questão de me deixar o mais à vontade possível. Com isso, eu passava mais tempo com eles do que no orfanato. Eles até consideraram me adotar, mas parece que havia um documento que não pe
Por Milena Fico espantada e percebo que ele já viu meu olhar, porque sorri, enquanto sacode a cabeça. – Desculpe… seu comentário me pegou... me pegou de surpresa! Além de ser pega babando por ele, agora tropeço nas palavras. Nossa, estou parecendo uma estúpida. Mas ele percebe minha falta de jeito e sai falando: – Eu que devo me desculpar, você estava distraída. – Não por isso, as pessoas me fascinam. É sempre bem-vindo quando algo tão inocente surge e ao mesmo tempo tão rico em seus detalhes. – Interessante, pois compartilho do seu pensamento, em um mundo onde tudo acontece rápido demais, os pequenos detalhes ainda me chamam mais atenção… a propósito, você não me disse seu nome. E me olha de forma curiosa. Mas o estranho é que está voz… este tom de voz, me é familiar, mas esquisito, olho para ele e não me lembro de ter visto ele. Será que ele esteve no armarinho?!? Acho improvável, um rosto desse, eu não iria me esquecer fácil. E por fim, não irei me prender a querer
Por Milena Gente, está parecendo natal fora de época. Aquele presente inesperado, mas sempre desejado. Pois é, ali… na minha frente! Minha massa cinzenta, onde você foi parar? Ele me pega olhando para ele e sorri, mas não diz nada. Parece já estar acostumado a ser devorado assim. – Fique à vontade. Ali é o lavabo, mas se quiser, aquela porta dá para o meu quarto. Vou pedir algumas coisas para trazerem para nós, como eu disse: a noite é uma criança! Seu olhar me devora, cheio de promessas e algo mais. Mas não me deixo intimidar, é aquela coisa: se está na chuva, é para se molhar. – Certo, vou aceitar. E dizendo isso, caminho até o lavabo. Não me sinto muito à vontade indo até seu quarto, melhor ir devagar com o gostosão. Aproveito para fazer a toalete, dar uma retocada na maquiagem, nada exagerado. E quando termino, saio do lavabo. Ele está na pequena cozinha, preparando algo. Vou até a porta balcão que dá para a varanda. Estamos em um dos últimos andares do hotel.
Por Milena Deixei o quarto do hotel antes mesmo do sol nascer, sem esperar pelo novo dia que se anunciava, o peso do momento ainda ecoando em minha mente enquanto as ruas desertas da cidade adormecida passavam pela janela do táxi. Sem esperar pelo novo amanhecer, deixando para trás uma noite que se revelara tão diferente do que imaginara. Era uma noite entre dois adultos, sem promessas, sem expectativas, além daquelas que já haviam sido saciadas.Enquanto o táxi seguia seu curso pelas ruas silenciosas, peguei meu telefone e decidi enviar uma mensagem para Letícia, minha melhor amiga, compartilhando um pouco do que acabara de acontecer. Digitando com cuidado, escrevi: "Dessa vez a lagartinha resolveu virar uma bela borboleta… voltando para o ninho agora, depois nos falamos ;) "Com um sorriso bobo nos lábios, enviei a mensagem, esperando que ela entendesse a complexidade por trás daquelas poucas palavras.A sensação que me dominava era de surpresa misturada com uma estranha sensa
Por Milena Ele adentra ao auditório com passos firmes, rosto fechado e fachada de poucos amigos. Em nada ele me lembra aquele cara gentil e amoroso daquela noite. Com quem estive conversando sobre tantas coisas. Tão solto, tão acessível, tão falante. Ele olha na minha direção, parecendo alheio à minha pessoa, o que me traz um misto de sentimentos. Não que eu esperasse um: Olá querida, como tem passado! Aquela noite foi incrível, não acha! Ora, será que seria melhor ele me reconhecer, ou é melhor assim, eu ser apenas mais uma aluna? Nossa, se eu falar para Letícia que foi com ele que perdi minha virgindade, ela não vai acreditar. Porque nem eu acredito! Ele parece outra pessoa. Rosto sério, postura dura, em nada lembra o gostosão lá do hotel. Será que é ele mesmo, ou poderia ser um irmão gêmeo? Aííí… já não sei mais de nada! Chega sinto um alívio, pois imagina passar os próximos dias com a possibilidade de ser reconhecida. – Bom dia a todos - sua voz acalma os bur
Por Milena Letícia me espera fechar a loja e como moro numa kitnet em cima da loja, não precisamos ir muito longe. Ela passou em sua rotisseria preferida e trouxe um monte de gostosuras para passarmos nosso momento de conversa, degustando as delícias.Subimos e como meu espaço é minúsculo, ela já se joga em cima da minha cama. Coloco a caixa com os quitutes no balcão da minha micro cozinha e peço para ela esperar eu tomar uma ducha.Quando volto, ela está folheando um dos livros que estou lendo.– Esse livro parece bom - me diz.– Depois mando para você. Já li outros livros e a Bhia Pear tem o talento de nos levar longe. Esse livro mesmo, "Enquanto Caminho em sua direção", te leva a lugares que você não espera ir, traz até momentos de reflexão, estou gostando.– Interessante, depois me empresta.Pego a caixa da rotisseria e coloco no meio da cama, enchendo dois copos com suco e me acomodando na cama também. O quarto está envolto em uma atmosfera tranquila e íntima, diminui um pouco